Formação de professores levada a cabo pelo Centro de Formação Rui Grácio e pela Associação A Rocha sob o tema “As Aves na Ria de Alvor” teve adesão de 12 professores de seis escolas de Lagos e Portimão.

A observação de aves não é apenas uma atividade cientifica de identificação de espécies, é acima de tudo um tempo de contato e exploração da natureza. Aproveitando a Ria de Alvor, sítio Natura 2000, geograficamente tão próxima de professores e alunos das escolas do barlavento algarvio, a observação de aves é uma oportunidade para aguçar a curiosidade e a procura de novas experiências e sensações. Para além disso é uma oportunidade de aprendizagem não apenas das aves mas de outros seres vivos, de entender as relações que mantêm entre si e de perceber o lugar que o Homem ocupa nesse mesmo meio ambiente. O contato com a natureza é essencial para o desenvolvimento de muitas áreas na nossa vida, infelizmente cada vez é menor o tempo e a disponibilidade que temos para o fazer. A vida demasiado preenchida e os novos meios tecnológicos prendem as crianças e os adultos a um estado de sedentarização que nos afasta cada vez mais do que nos rodeia. Tendo todos estes aspetos em conta pretendíamos que esta formação pudesse criar um espírito crítico e protetor do mundo natural nomeadamente da Ria de Alvor e a realização de ações práticas de ecologia cívica. (na foto os trabalhos dos alunos de Vila do Bispo)

Como parte desta formação foram realizados excelentes trabalhos práticos com os alunos. A participação de professores de níveis de escolaridade diferentes como o pré-escolar, 1º ciclo, 2º e 3º ciclo, secundário e de disciplinas tão diversas como o Português, a Matemática, a Educação Visual e Tecnológica, as Ciências da Natureza e a Biologia/Geologia, possibilitaram um leque variado de atividades, feitas com e pelos alunos. Estas incluíram jogos, pesquisa, apresentações aos colegas, técnicas de desenho, colagem, debates, construção de ninhos e até modelos matemáticos com o objetivo de determinar a flutuação do número de indivíduos de cinco espécies de aves anilhadas n’A Rocha nos últimos 20 anos. (na foto os trabalhos dos alunos da Ameijeira em Lagos)

O objetivo da formação, não era apenas de capacitar os professores para uma melhor identificação das aves que nos visitam e das que vemos todos os dias, mas sobretudo permitir que houvesse mais uma razão para atividades com os alunos ao ar livre, apreciando e contatando com a natureza. Infelizmente os programas são extensos e muitas vezes não suportam nem apoiam as saídas de campo. No entanto, ouvimos da parte de alguns professores no final desta formação, que eles ficaram muito mais sensibilizados não só em relação à importância da Ria de Alvor como das inúmeras espécies de aves selvagens que se vêm no dia-a-dia. Podemos dizer que o objetivo de criar um espírito crítico e protetor do mundo natural e um melhor conhecimento dos recursos ambientais locais foi francamente atingido. (na foto os trabalhos dos alunos de Vila do Bispo)

As aves são de facto dos grupos de animais selvagens aqueles que mais perto se encontram do ser humano e mais facilmente podem ser observadas. Para além disso no que diz respeito ao seu comportamento são muito parecidas connosco usando maioritariamente os sons e a imagem para comunicar. A Ria de Alvor é um local de paragem para inúmeras espécies de aves durante as migrações e para outras locais de nidificação fazendo parte de uma grande biodiversidade essencial para a saúde dos ecossistemas que ali se podem encontrar. (na foto os trabalhos dos alunos da Vila do Bispo)