A Rocha Portugal, em parceria com A Rocha Holanda, A Rocha Uganda e A Rocha África do Sul, vai promover o projeto “Fevereiro sem Plástico” que visa a redução de plástico, sobretudo o descartável, no nosso dia a dia, nas Igrejas, locais de trabalho e nas nossas casas. O objetivo é, não apenas reduzir a quantidade de plástico que usamos mas igualmente a partilhar, tanto as dificuldades como as soluções encontradas para as resolver. Estas poderão ser-nos enviadas como artigos escritos ou pequenos vídeos que partilharemos nas nossas e vossas redes sociais como forma de ajudar outros a poderem reduzir o plástico que consomem habitualmente.

Esta é a Idade do Plástico, disto não parece haver qualquer dúvida. Um material resistente e barato criado para nos facilitar a vida mas que tem consequências perigosas, não apenas para a saúde do ambiente mas também para a saúde publica. O programa ambiental da ONU refere que por ano, são deitadas ao mar, 13 milhões de toneladas de plástico, prevendo que em 2050 haja mais plástico no mar que peixe. Este plástico, devido à ação da água do mar e dos raios solares, parte-se em pequenos pedaços, alguns invisíveis a olho nu, entrando na cadeia alimentar e acabando nos estômagos da fauna marinha e dos seres humanos. Às partículas com tamanho inferior a 5 mm denominadas de microplasticos, está ainda associada a capacidade de adsorverem na sua superfície, substâncias químicas toxicas, existentes nas águas do mar. 

Cientistas australianos, testaram amostras de fezes humanas de pessoas de países tão distantes como Reino Unido, Rússia e Japão e em todas as amostras eles encontraram partículas de PVC (Policloreto de polivinila) e PET (Politereftalato de etileno), com um rácio de 20 microplásticos por cada 10 gramas de matéria fecal. Segundo os mesmos cientistas, algumas destas partículas, são tão pequenas que podem mesmo entrar na corrente sanguínea e chegar a outros órgãos como o fígado, cérebro ou coração. Isto é alarmante porque apesar de ainda não se conseguir quantificar o real perigo, sabemos que as tais substâncias químicas adsorvidas são tóxicas.

O que já é quantificável e bem conhecido dos cientistas é o perigo que estas partículas e outras de tamanhos maiores são para a saúde dos ecossistemas. Cerca de 700 espécies marinhas e 50 espécies de água doce alimentam-se de microplásticos sendo gravemente feridas, envenenadas ou mortas. Por ano morrem cerca de 100 mil mamíferos marinhos, tartarugas e milhões de aves. Para além disso, existe igualmente o perigo de outras espécies serem transportadas por este lixo, pela ação das correntes marinhas, tornando-se invasoras em ecossistemas aos quais não pertencem. 

Mas os microplásticos não estão apenas no mar, segundo cientistas da Universidade Americana da Califórnia e investigadores da Escola de Agricultura e Ciências da Vida de Toulouse em França, existem microplásticos nos topo dos Pirenéus. Estes são por excelência, locais afastados das atividades humanas e de difícil acesso. As partículas encontradas não foram depositadas nesses locais mas “voaram” até lá. Segundo os mesmos investigadores, estas partículas podem subir até aos 95 km de altitude. E elas existem não apenas no topo das montanhas mas dentro das nossas casas, no ar que habitualmente respiramos. 

Sabendo que 80% do lixo que acaba no mar vem de terra e parte deste provém do lixo doméstico A Rocha quer incentivar as famílias, os indivíduos, as Igrejas e as Escolas a reduzirem o plástico que habitualmente consomem. Como? Encontrando formas de recusar, consumir menos, reutilizar ou substituir por outras alternativas, menos nefastas para a saúde pública e saúde dos nossos ecossistemas, dos quais dependemos, TODOS, para sobreviver.  

Algumas dicas para começar:

  • Leia com atenção os rótulos! Alguns produtos pessoais, como cremes corporais e em gel, estão cheios de microplásticos. Evite-os!
  • Use seus próprios sacos de pano para comprar legumes e pão. Hoje em dia pode comprar legumes sem o saco de plástico comum, pesá-los no balcão e usar seu saco de pano para os levar para casa.
  • Evite produtos com embalagem dupla (ou tripla)! Bolachas e alguns outros produtos vêm em sacos pequenos. Tente evitá-los!
  • Compre um detergente multiusos, que possa limpar janelas, balcões e fornos, em vez de comprar 3 diferentes. Faça o mesmo para a casa de banho.
  • Sempre que puder, compre produtos em garrafas de vidro em vez de garrafas de plástico.
  • Faça uma pesquisa on-line para encontrar outras dicas que pode usar.

Envie-nos pequenos vídeos com ideias, dicas, soluções ou as dificuldades que encontrou. Queremos compartilhar tudo isso no nosso blog. Os filmes podem ser realizados em inglês ou em português.

Deixamos aqui um exemplo dos vídeos que podem fazer e partilhar connosco e com outros.