Boletim Informativo outubro 2022

 

 

Este mês descubra o arbusto das flores cor-de-rosa e os resultados da última época de reprodução das aves do nosso jardim!

Helen e Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

Aldo Leopold

Autor Americano, ecologista e conservacionista florestal

Nascimento: 11 de janeiro 1887, EUA

Falecimento: 21 de abril, 1948, EUA

Aldo Leopold nasceu em Burlington, no Iowa, EUA; era o mais velho de quatro filhos. O seu avô era um imigrante Alemão e um famoso arquiteto paisagista. Desde cedo, Aldo foi um entusiasta da natureza e formou-se em 1909 na Universidade Florestal de Yale (Yale Forest School); pouco depois iniciou a sua carreira no Serviço Florestal Americano (US Forest Service) no Arizona e no Novo México.

Desde 1915, desempenhou um papel importante na conservação da natureza, escrevendo artigos e ajudando a fundar associações conservacionistas. Foi o responsável da Floresta Nacional de Carson (Carson National Forest). Em 1933 publicou o seu primeiro artigo no campo da gestão ambiental e começou a lecionar gestão cinegética na Universidade de Wisconsin. Em 1935 foi um dos fundadores da Sociedade da Vida Selvagem (Wildnerness Sociey) e juntamente com a sua família iniciou a restauração ecológica da sua quinta, plantando milhares de pinheiros; as mudanças na flora e fauna selvagens que documentou foram uma inspiração para os seus escritos.

Aldo Leopold escreveu muitos artigos e finalmente um livro sobre a relação humana com a natureza. O seu livro “Almanaque de um Condado Arenoso” (A Sand County Almanac) foi publicado após a sua morte e foi um grande sucesso, vendeu dois milhões de cópias e tornou-se num dos livros de conservação ambiental mais respeitados, alguma vez publicado.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Axadrezada-comum

(Spialia sertorius, Hoffmannsegg, 1804)

Morfologia: É uma pequena borboleta da Família Hesperiidae, com envergadura entre 22 e 26 mm. A parte inferior das asas é avermelhada a cor de canela com pontos brancos; a parte superior é castanha escura com marcas brancas. As asas anteriores possuem pequenos pontos brancos característicos na zona submarginal em forma de curva na direção da margem frontal; os quatro pontos da zona pós-discal estão em linha. Possui duas gerações anuais. Os adultos voam de abril a setembro (dependendo da localização).

Habitat: Encostas quentes, secas com gramíneas ou matos, leitos de cursos de água secos, bosques abertos e orlas de estradas.

Distribuição: Sudoeste e Centro da Europa e Norte de África.

Notas: As lagartas alimentam-se principalmente de Sanguisorba spp, Rubus spp e Potentilla spp. Esta espécie está regionalmente em perigo e a sua população está em declínio devido ao abandono das pastagens (os matos crescem mais alto e a vegetação mais densa).

Piu… Piu…

Ganso-patola

(Morus bassanus, Linnaeus, 1758)

Fotografias de Guillaume Réthoré

Identificação: É uma grande ave marinha da Família Suliidae, com 87 a 100 cm de comprimento e 170 a 180 cm de envergadura. O corpo é esguio, o pescoço comprido e as asas estreitas e compridas. A plumagem é inteiramente branca com as pontas das asas pretas; possui uma coloração amarelada na nuca e na cabeça (mais visível na época de reprodução). O bico é comprido e pontiagudo, de cor azul-acinzentada, e contrasta com uma zona preta calva em redor da face (olhos e bico). Os juvenis têm uma plumagem castanha escura, que se vai tornando mais clara com a idade (cerca de 5 anos até atingir a maturidade). As fêmeas e os machos são semelhantes.

Habitat e Ecologia: Nidifica em colónias em ilhas ao largo da costa com arribas no Atlântico Norte. Passa a maior parte do tempo no mar (apenas poisa em terra para nidificar). A sua dieta é à base de peixes pelágicos (carapaus, cavalas, sardinhas e peixe-agulha). O seu método de alimentação consiste em mergulhar de grandes alturas entrando na água como um fuso, sozinho ou em grupos.

Distribuição: Atlântico Norte, principalmente noroeste da Europa. Em Portugal é um migrador comum, pode ser avistado durante todo o ano no mar (plataforma continental).

Estado de Conservação: Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A sua população parece estar a crescer. Esta é a espécie mais frequentemente capturada acidentalmente em artes de pesca, segundo estudos nas águas portuguesas atlânticas. Esta espécie é capturada como alimento em alguns locais (Ex: Sula Sgeir, noroeste da Escócia).

SABIA QUE?

  • As aves de inverno estão de volta! E há muito movimento por aí! Algumas aves estão a caminho de África mas outras irão passar o inverno por cá; algumas das aves observadas na Ria de Alvor: Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata), Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), Felosa-das-figueiras (Sylvia borin), Toutinegra-de-barrete (Curruca atricapilla) e Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula).

Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata)
  • No dia 17 de setembro, A Rocha participou no dia Internacional de Limpeza Costeira na Praia de Alvor; foram recolhidos no total 13,5 kg de plástico e 6 kg de outro lixo. A boa notícia é que foi recolhido muito menos lixo do que o ano anterior! Obrigada aos 27 voluntários que participaram neste importante evento!

  • No dia 17 à tarde, A Rocha guiou um passeio para observação de borboletas na estação de biodiversidade da Bravura, organizado pelo Município de Lagos; foi uma caminhada agradável com muitas borboletas: Borboleta-monarca, Borboleta-do-medronheiro, Borboleta-pequena-das-couves, Loba e muitas outras!

  • O Evento para amigos: Passeio para observação de borboletas, foi mais uma saída agradável e por sorte o sol brilhou depois da tempestade do dia anterior. Devido ao tempo húmido não observamos muitas borboletas, mas conseguimos apanhar algumas e também vimos algumas borboletas noturnas. Agradecemos à Paula e à Bebé por toda a informação prestada e pela divertida manhã. Um agradecimento também à Dona Violinda pelo almoço delicioso na Cruzinha.

  • A Rocha foi convidada a participar no evento: “ A cultura sai á rua” na Mexilhoeira Grande, no dia 24 de setembro. Foi uma excelente oportunidade para publicitar o trabalho d’ A Rocha para a comunidade local.

  • O Festival de Sagres está aí!! Venha visitar o nosso stand no Forte do Beliche, em Sagres. Consulte aqui o programa completo.

Evento para Amigos – 23 de novembro: artesanato reciclado com espírito natalício

Mais informação no Boletim Informativo de novembro

ESPÉCIES INVASORAS

Penisetum ou Capim-do-texas (Pennisetum setaceum, (Forssk.) Chiov)

Clado: Angiospérmicas

Ordem: Poales

Família: Poaceae

Origem: Norte e Este de África e Sudoeste da Ásia

Tamanho: até cerca de 150 cm de altura

O Penisetum é uma herbácea perene e pode crescer até aos 150 cm de altura. Cresce em aglomerado, com folhas longas, arqueadas e estreitas normalmente hirsutas; as flores crescem em panículas, densas, longas, cilíndricas e eriçadas, a cor varia do verde-claro (imatura) ao castanho-amarelado (matura), em condições secas e ensolaradas, podem adquirir tons rosados ou roxos. O fruto é um cariopse oblongo com muitas sementes. Floresce de março a setembro. O nome comum em Inglês “fountain grass” (erva fonte) está relacionado com o arranjo das folhas que se assemelham a repuxos de água.

Esta espécie é nativa do Norte e Este de África e Sudoeste da Ásia, prefere habitats áridos ou semiáridos, contudo pode crescer numa grande variedade de habitats: orlas de estradas, pastagens, desertos, leitos de rio, áreas costeiras, dunas, bosques e áreas degradadas. Tem preferência por invernos amenos, verões húmidos e locais solarengos; pode crescer em diferentes tipos de solo e não tolera geadas (temperaturas abaixo dos 0°).

O Penisetum foi introduzido nos EUA no final de 1800 como ornamental, na Austrália em 1930 e na Nova Zelândia em 1940; está listada como invasora na África do Sul, Austrália e EUA. Recentemente, foi registada em alguns locais da Europa, onde é considerada invasora (Ilhas Canárias, Sicília e Portugal). Esta espécie pode causar alterações ecológicas nos solos onde cresce, competindo com espécies nativas, a biomassa seca aumenta a probabilidade de incêndio e a sua propagação, devido ao aumento da carga de combustível.

REBENTO…U

Família: Apocynaceae

Identificação: É um arbusto perene, que pode crescer de 2 até 4 metros de altura. Cresce com muitos rebentos da raiz e forma uma copa ampla. As folhas são estreitas e lanceoladas, verde-escuras, grossas e coriáceas. As flores crescem em aglomerados, brancas a cor-de-rosa, no ápice dos ramos. O fruto consiste num longo par de folículos, de cor castanha-avermelhada. Floresce de maio a setembro.

Habitat e Distribuição: Matos, leitos de rio rochosos e cursos de água; pode tolerar longos períodos de seca e inundação. Nativo da Região Mediterrânea (Noroeste de África, Península Ibérica e Península Arábica).

Loendro ou Aloendro (Nerium oleander, Linnaeus)

Notas: Esta planta é muito tóxica para os humanos e outros animais (todas as partes da planta). Esta espécie é cultivada mundialmente como ornamental.

DATAS A NÃO ESQUECER

6, 13, 20 e 27 de outubro – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12). Faça a sua reserva aqui

1 a 5 de outubro – Festival de observação de aves, Sagres

5 de outubro – Implantação da República. Feriado nacional

8-9th September – BliP (temos um stand este ano) Portimão Arena

30 de outubro – mudança de hora para horário de inverno (atraso de 1 hora)

31 de outubro – Dia das bruxas – Halloween

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Dr Roy Rodrigues

Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão

(+351) 282180683

royaldente@gmail.com

Aluguer de bicicletas e passeios guiados

https://tictac-biketour1.webnode.pt/

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

O que caracteriza um bom presente de aniversário?

Sustentabilidade, inovação e descoberta!!

Pode encontrar tudo isso na Oferta de Amizade para os Amigos d’ A Rocha Portugal!!

 

Oferta de Amizade

Pensamento do mês 

“Tal como a música e a arte, o amor pela natureza é uma linguagem comum que pode transcender os limites políticos ou sociais” – Jimmy Carter (1924), político e 39º Presidente dos EUA

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES

Reciclar uma garrafa de vidro poupa energia suficiente manter uma lâmpada ligada durante 4 horas.

  • Uma garrafa de vidro leva 1 milhão de anos a decompor-se
  • O vidro requer uma grande quantidade de energia para ser produzido. É produzido a partir de matérias-primas fundidas: areia, carbonato de sódio e calcário, a temperaturas muito elevadas. Contudo, o vidro é fácil e indefinidamente reciclável.
  • Quando o vidro é colocado no contentor, é partido em pequenos pedaços – casco de vidro. Os pedaços de vidro são escolhidos, limpos, esmagados e preparados para serem misturados com carbonato de cálcio e areia. As matérias-primas e os pedaços de vidro são derretidos numa fornalha e moldados para produzir novas garrafas de diferentes cores e tamanhos.
  • A produção do vidro a partir de vidro reciclado, requer temperaturas de fusão mais baixas quando comparado com a produção através de matérias-primas pela primeira vez.
  • O vidro produzido a partir de vidro reciclado reduz a poluição atmosférica em 20% e a poluição da água em 50%. Por outro lado, a reciclagem de vidro reduz o espaço ocupado pelos resíduos nos aterros.

Lembre-se o vidro é fácil, amplo e indefinidamente reciclável.

CERTIFIQUE-SE QUE REALMENTE O RECICLA!!!!

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

PEEC – Projeto de estações de esforço constante

A estação de anilhagem na Cruzinha recolhe dados para diferentes tipos de projeto. Entre 25 de março e 25 de julho, os dados recolhidos fornecem informação acerca da época de reprodução. Este ano foram capturadas 114 aves (incluindo recapturas), foi possível identificar o sexo de algumas das aves adultas: 16 machos e 20 fêmeas. No total foram capturados 50 juvenis. Comparando com o mesmo período no ano passado (2021), os números foram mais baixos, 193 aves capturadas no total (50 machos e 60 fêmeas) e 72 juvenis. Os resultados dos últimos 3 anos não são encorajadores…. O número de aves tem vindo a decrescer (ver tabela).

Em 2022 foram capturadas 20 espécies diferentes, incluindo alguns migradores (migração de primavera). A seca severa que se verifica na região pode ser responsável por alguns dos resultados.

Alterações climáticas- solo

As alterações climáticas (aquecimento global) estão a causar a diminuição da humidade no solo, isto pode aumentar a necessidade de irrigação a nível da agricultura e consequentemente um decréscimo na produção e até mesmo a desertificação do solo. O crescimento expectável da população causa um aumento na procura de alimentos, por outro lado, a procura crescente de biocombustíveis (em substituição dos combustíveis fósseis), torna difícil manter solos saudáveis e uma agricultura mais sustentável.

Um dos outros impactos das alterações climáticas no solo está relacionado com a erosão, acelerada por eventos climáticos extremos, como precipitação elevada, secas, ondas de calor ou tempestades. O aumento do nível do mar pode também causar mudanças no solo, com a perda de áreas costeiras e na presença de contaminantes, incluindo sal. Principalmente nas regiões mais a sul da Europa, as áreas agrícolas serão inutilizáveis e menos produtivas; é esperado uma perda de 16% no rendimento agrícola na Europa até 2050, devido às alterações climáticas.

Contudo, a principal preocupação no momento, é o derretimento do permafrost (solo das regiões boreais que deixou de ser “gelo permanente”); este degelo provoca a decomposição da matéria orgânica e conduz à libertação de grandes quantidades de gases com efeito de estufa na atmosfera (principalmente metano, um gás muito pior que o dióxido de carbono).

Campeões de sustentabilidade

Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.

Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.

Thomas Dambo é um artista Dinamarquês, que trabalha com materiais reciclados. Usou principalmente 600 paletes de madeira, uma cabana de madeira, um cercado e qualquer outra coisa que conseguiu encontrar. Foi ajudado por voluntários e deu às suas peças o nome dos voluntários-

Construiu seis gigantes escondidos na sua cidade natal de Copenhaga. A parte mais curiosa é que estas esculturas foram colocadas nos locais favoritos de alguns artistas espalhados pela cidade – lugares onde as pessoas normalmente não vão porque ficam afastados dos trilhos habituais.

As esculturas só podem ser encontradas usando um mapa do tesouro ou através dos poemas encontrados junto de cada escultura que dão indicações onde encontrar o próximo gigante.

Consulte o website com as datas dos passeios organizados

www.arochalife.com  

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Guillaume Réthoré (Gui) – A minha vida com as aves: Garajau-comum (Sterna sandvicencis) Alemão/Dinamarquês

Por ser anilhador de aves, passo algum tempo no campo a tentar ler as anilhas de plástico colocadas em algumas aves. Algumas anilhas são fáceis de ler com o telescópio como é o caso dos Flamingos ou Colhereiros, mas as espécies mais pequenas (com patas mais pequenas) podem constituir um desafio.

Até agora nunca tinha conseguido ler uma anilha num Garajau-comum, estavam sempre demasiado longe. Contudo, nesta primavera e verão, encontrei muitos indivíduos na Ria de Alvor, poisados juntamente com as gaivotas no sapal, durante a maré alta. Foi a primeira vez que consegui ler uma anilha amarela com código nesta espécie e descobri que tem uma história interessante. Foi anilhada como juvenil na Alemanha em junho de 2020 (foi colocada uma anilha metálica), 2 meses depois, foi capturada na Dinamarca e colocaram na sua pata uma anilha amarela com código. Nunca mais tinha sido avistada até agosto, na Ria de Alvor.

O número invulgar de Garajaus-comuns (e também de Andorinha-do-mar-comum (Sterna hirundo) mas em números muito mais baixos) deve-se provavelmente à gripe das aves, que tem afetado muitas colónias este ano.

Text and photo by Guillaume Réthoré

Edição: Filipa Bragança

Revisão Inglês: Helen Rodda

Revisão Português: Lena Soares

Controle de produção: Helen Rodda

Email: friends.arpt@arocha.org

www.arocha.pt

Obrigado por nos apoiar!

Esperemos vê-lo em breve!