Boletim Informativo 2023

 

 

Feliz Páscoa!

Já observou estas lindas flores azul-violeta? Vale a pena visitar mais este espetacular Parque Natural.

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TANTÂNEO

Parques Naturais em Portugal

Os Parques naturais são “áreas que contenham predominantemente ecossistemas naturais ou seminaturais, onde a preservação da biodiversidade a longo prazo possa depender de atividade humana, assegurando um fluxo sustentável de produtos naturais e de serviços“. Em Portugal existem 13 Parques Naturais.

Parque Natural da Arrábida

O Parque Natural da Arrábida está localizado na Península de Setúbal, na zona da serra da Arrábida e na zona costeira envolvente, insere-se nos concelhos de Sesimbra, Palmela e Setúbal, com uma área total de 17.641,16 hectares.

A área é rica em formações geológicas, com paisagens cársicas, como é caso da “Gruta do Frade” e depósitos fósseis, incluindo as famosas pegadas de dinossauros. A maior parte dos cursos de água são temporários, a água superficial não é abundante ao contrário da água subterrânea. O clima apresenta características Mediterrânicas, mas a proximidade com o Oceano Atlântico confere uma maior humidade e uma temperatura mais amena. A região apresenta uma grande riqueza em diversidade de plantas e habitats, 10 destes habitats são prioritários em termos de conservação, como as dunas Atlânticas e Mediterrânicas, os matos Mediterrânicos, as pastagens, as arribas costeiras, as florestas temperadas e os recifes marinhos. Aqui podemos encontrar diversas espécies de orquídeas (cerca de 30 espécies diferentes) e algumas espécies de plantas endémicas, incluindo algumas exclusivas desta região: também é possível encontrar uma grande diversidade de animais, inclusive alguns insetos endémicos (presentes apenas nesta região) e uma espécie de caracol que se encontra na Lista Vermelha da IUCN. Por outro lado, o Parque Natural da Arrábida é considerado um hotspot de biodiversidade marinha, com 1400 espécies registadas.

O Parque Natural foi criado em julho de 1976, com o objetivo de proteger os valores geológicos, florísticos e paisagísticos e o património cultural e histórico. O símbolo do parque é uma guarita de um antigo convento tendo a serra como fundo.

EM VOO….

Verdinha-comum (Callophrys rubi, Linnaeus, 1758)

Família: Lycaenidae

Envergadura: 26 a 34 mm

Habitat: Grande variedade de habitats, desde pastagens montanhosas a encostas, matos, pastagens e áreas florestais abertas, perto da costa e no interior.

Período de voo: fevereiro a maio (apenas uma única geração)

Distribuição: Maior parte da Europa, Norte de África e Norte e Centro da Ásia até ao Amur. Em Portugal está presente um pouco por todo o país.

Notas: A lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas (leguminosas), como giestas (Cytisus sp e Genista sp), urzes (Erica sp) e tojo (Ulex sp). A cor verde da parte inferior das asas é resultado do efeito produzido pela refração da luz numa estrutura especial das escamas presentes na asa; a cor da parte inferior das asas serve de camuflagem. Descansa sempre com as asas fechadas. A pupa hiberna no solo, debaixo da vegetação.

Piu… Piu…

Pato-branco (Tadorna tadorna, Linnaeus, 1758)

Fotografia de Guillaume Réthoré

Família: Anatidae

Tamanho: 55 a 65 cm Envergadura: 100 a 120 cm

Habitat: zonas húmidas costeiras, grandes lagos e barragens.

Estatuto: Invernante e nidificante raro (em Portugal é possível observá-lo em algumas zonas costeiras, incluindo a Ria de Alvor)

Distribuição: Europa, Norte de África e Ásia Central

Notas: Os juvenis mergulham para evitar os predadores. Os números desta espécie têm vindo a aumentar em Portugal, nas últimas décadas. Nidifica desde 2000 em Castro Marim (existem indicações que provavelmente nidificaria no Algarve no século XIX).

SABIA QUE?

  • A lista das aves observadas na Ria de Alvor em 2022, foi publicada na página web d’ A Rocha Portugal. Em 2022, foram observadas 191 espécies de aves, incluindo, algumas novas observações para a área e algumas outras espécies interessantes observadas raramente, como o Noitibó-da-europa e a Toutinegra-real. Veja a publicação completa aqui (apenas disponível em Inglês).

    Petinha das árvores, fotografia de Guillaume Réthoré

  • Entre 20 e 25 de março, A Rocha organizou mais uma semana de polinizadores, com atividades para escolas, palestras e um Mercado Local.
  • Falcão-lanário, fotografia de Michaël Dujsens

    A Primavera chegou! Alguns dos nossos visitantes de verão habituais já chegaram! Já os viu? Abelharuco (Merops apiaster), Andorinhão-preto (Apus apus), Andorinhão-pálido (Apus pallidus), Andorinhão-real (Apus melba), Codorniz (Coturnix coturnix), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus) e Petinha-das-árvores (Anthus trivialis); também foi observado um raro migrador de passagem o Tartaranhão-pálido (Circus macrourus). Na nossa estação de anilhagem, a reprodução já começou. No dia 16 de março capturamos uma fêmea de Chamariz (Serinus serinus) com placa incubatória.

  • No dia 16 de março foi observado um Falcão-lanário (Falco biarmicus) no jardim da Cruzinha; esta espécie nidifica no Este do Mediterrâneo (incluindo Itália e Grécia), Norte e Este de África. O Falcão-lanário é uma espécie residente, mas pode realizar pequenos movimentos fora da sua época de nidificação.

Na quarta-feira dia 8 de março, foi um dia perfeito para observar aves na Lagoa dos Salgados; o nosso primeiro evento para Amigos de 2023 foi habilmente guiado pelo Gui. Quase que não tivemos tempo para o nosso piquenique, uma vez que abundavam tantas aves na lagoa.

À bonita luz do sol, temperada com a quantidade exata de nuvens para proporcionar a luz perfeita, conseguimos observar 36 espécies de aves, incluindo a Fuinha-dos-juncos, o Pintarroxo, o Colhereiro, o Caimão e o Guincho-comum.

O Gui encontrou uma gaivota com uma anilha, depois de registar a informação, conseguiu saber que foi anilhada em junho de 2019 em Espanha e este era o primeiro registo desde então.

Obrigada Gui, pela maravilhosa tarde e pela partilha do teu conhecimento incrível, connosco amadores de observação de aves; obrigada, também a todos que se juntaram a nós nesta tarde. Esperamos vos encontrar novamente no nosso próximo Evento para Amigos.

Páscoa Feliz

Marina e Christine

Árvores ornamentais

Nos nossos parques e jardins, é possível observar árvores maravilhosas, contudo a maior parte delas são exóticas! Plantas nativas de outras partes do mundo utilizadas como ornamentais. Talvez já tenha observado algumas delas…

 

Jacarandá (Jacaranda mimosifolia, D. Don)

Família: Bignoniaceae

Tipo de planta: árvore caducifólia

Tamanho: 5 a 15 metros (até 25 metros)

Distribuição: Nativa do Centro e Este da América do Sul (Brasil e Argentina)

Período de floração: Maio a junho

Onde observar: Na Estrada de Monchique, antes de chegar ao Hospital de Portimão

Curiosidade: Esta espécie foi introduzida como ornamental em áreas tropicais e subtropicais; é considerada uma espécie invasora na Austrália, África do Sul, Quénia, Tanzânia e Havai. As flores azul-violeta crescem em panículas terminais e aparecem antes das folhas. Esta planta é muito competitiva e muitas poucas plantas conseguem crescer por debaixo dela.

 

REBENTO…U

Família: Asteraceae

Tipo de planta: Herbácea perene

Período de floração: Fevereiro a junho

Habitat: Orlas de caminhos, campos agrícolas, incultos, baldios urbanos e pastagens

Distribuição: Região Mediterrânica e Sudoeste da Europa

Notas: As folhas e caules jovens podem ser utlizados em saladas e sopas. As sementes apresentam um tufo de pelos brancos que facilita a dispersão pelo vento. As flores exteriores da inflorescência são maiores que as centrais e estéreis. Esta espécie atrai insetos.

Cardo-dos-picos (Galactites tomentosus, Moench)

DATAS A NÃO ESQUECER

6, 13, 20 e 27 de abril – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12). Faça a sua reserva aqui

1 de abril – Dia das mentiras

7 de abril – Sexta feira Santa, feriado nacional

9 de abril – Domingo de Páscoa, feriado nacional

25 de abril – Dia da Liberdade, Revolução dos Cravos, Feriado nacional

Obrigado por patrocinar os Amigos d’A Rocha Portugal

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

O que caracteriza um bom presente de aniversário?

Sustentabilidade, inovação e descoberta!!

Pode encontrar tudo isso na Oferta de Amizade para os Amigos d’ A Rocha Portugal!!

 

 

Oferta de Amizade

Pensamento do mês

“Não existe ‘fora’. Quando jogamos algo fora, deve ir para algum lugar.” – Annie Leonard, Escritora e Proponente da Sustentabilidade

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES

  • O óleo de Palma está em todo o lado, 50% dos produtos que encontramos na mercearia contêm óleo de Palma. É um ingrediente versátil, pode ser utilizado na cozedura, para fritar, em sopas e cremes. Pode ser encontrado em snacks, sabonetes, maquiagem, velas, pastas para barrar e a lista continua.

  • Existe muita má publicidade acerca do óleo de Palma, mas nem todo é produzido da mesma forma.
  • O óleo de Palma, por si só não é mau e possui muitos benefícios comparado com outros óleos vegetais. Melhora a qualidade e tempo de vida dos produtos. É um substituto vegan da manteiga e do queijo e não contêm gorduras nocivas. É utilizado como um óleo saudável em muitas partes do mundo.
  • Porquê uma reputação tão má? Tudo vem da forma como é cultivado. A procura de óleo de Palma é tão grande, que muitas marcas compram-no a fontes não sustentáveis, responsáveis pela desflorestação, perda de habitat e más condições de trabalho.
  • Algumas marcas estão a escolher as suas fontes de óleo de Palma de uma forma diferente. A @palmdoneright é uma rede de marcas, fabricantes, distribuidores e produtores comprometidos a um cultivo de óleo de Palma sustentável. Apenas obtêm e produzem óleo de Palma orgânico, sem desflorestação, amigo dos animais selvagens e que se preocupa com as condições de trabalho e a igualdade social.
  • Assegure-se que procura por este logo em todos os produtos que compra, existe uma lista de todas as marcas na sua página da internet que pode ser muito útil.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Vida Marinha

O mar é grande parte do nosso planeta e ainda temos muito para descobrir! Está também ameaçado pela atividade humana – poluição! Como os microplásticos (partículas muito pequenas de plástico que flutuam na coluna de água), que acabam por ser ingeridos por grande parte dos animais marinhos…. Alguns lutam pela sobrevivência e outros acabam nos nossos pratos. Vamos descobri-los.

 

Craca-de-Montagu (Chthamalus montagui)

Filo: Artropoda

Classe: Thecostraca

Dimensão: 1 a 4 cm

Longevidade: 2 a 5 anos

Distribuição: Oeste e Este do Mediterrâneo, Costa Atlântica e Costa do Norte de África até à Mauritânia

Habitat: Substratos rochosos na zona intertidal

Comportamento: As larvas são planctotróficas (vivem livres na coluna de água e alimentam-se de plâncton). Os adultos são sésseis.

Hábitos alimentares: Omnívoro (alimenta-se de plâncton), é um filtrador de suspensão

Importância ecológica: Alimento para moluscos, caranguejos, peixes e algumas aves. As suas conchas quando vazias fornecem abrigo a alguns pequenos bivalves e isópodes.

Notas: Depois de a craca se fixar, fica impossibilitada de se desagarrar do substrato. As cracas crescem adicionando Carbonato de Cálcio às suas conchas; como outros crustáceos, para crescer o seu corpo precisam de fazer a muda do seu exosqueleto. Para prevenir a dessecação ou para tolerar grandes diferenças de temperatura podem fechar a sua abertura firmemente. Esta espécie é muito semelhante à Craca-intertidal (Chthamalus stellatus).

 

Campeões da Sustentabilidade

Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.

Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.

Harmony Turbines – é uma empresa co-fundada por Cheryl & Chris Moore, cuja tecnologia patenteada está a tentar mudar a forma como as empresas e os consumidores podem aceder a energia em todo o mundo. A sua ideia era criar uma turbina eólica residencial simples, eficiente e acessível que pudesse atender às necessidades da maioria dos proprietários.

Fundada em agosto de 2020 com o objetivo de desenvolver uma solução de turbina eólica que possa ser adotada em massa no mercado residencial, abordando as deficiências que muitas vezes são negligenciadas pelos produtos de turbinas atuais que existem hoje em dia.

Existem desvantagens com as turbinas eólicas, como a ameaça à vida selvagem circundante, custo inicial caro para construir e, em alguns casos, podem não ser confiáveis/imprevisíveis. A energia eólica é, no entanto, uma opção de energia renovável mais verde. A Harmony Turbines está à procura de inovação para melhorar os modelos existentes, as soluções de Chris & Cheryls estão a tentar resolver problemas e tornar a energia limpa e mais verde eficiente e econômica para todos.

Para saber mais sobre os seus objetivos consulte www.sustainabilitychampions, série 1 episódio 9

O enorme impacto que 0,5% pode ter

“Muitos poucos fazem muito”, já diz o velho ditado. Na verdade, 0,5% pode parecer um número quase irrisório, mas graças a todos os portugueses que  consignaram 0,5% do IRS à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) no ano passado, esta organização conseguiu fazer mais pelas aves e pela Natureza.:⁠ obrigar o governo a fazer uma Avaliação Ambiental Estratégica sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa⁠; denunciar e combater crimes e atentados ambientais em tribunal⁠; defender locais como a Lagoa dos Salgados, as Alagoas Brancas e as Dunas de Tróia⁠; e responder a situações como as centenas de papagaios-do-mar a dar à costa no início deste ano⁠. Ajude-os a fazer cada vez mais: na consignação do IRS, procure por Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.⁠

⁠Mais informação aqui 

Consulte o website com as datas dos passeios organizados

www.arochalife.com  

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Guillaume Réthoré (Gui)- A minha vida com as aves: Águias-pesqueiras (Pandion haliaetus) na Ria de Alvor

A Ria de Alvor tem sido um lugar de invernada regular para as Águias-pesqueiras há alguns anos a esta parte. Este ano, estiveram presentes 3 indivíduos na Ria de Alvor. Durante uma das últimas contagens de limícolas, foi possível observá-las muito bem, por vezes até bem de mais. Frequentemente, um destes indivíduos, voava de um lado para o outro e todas as limícolas e patos levantavam voo, tornando a contagem muito difícil. A dada altura, uma das águias pousou para descansar nas salinas; ao mesmo tempo um outro indivíduo capturou um peixe no sapal oeste. Assim que a águia que estava a descansar viu que a outra tinha capturado um peixe, começou a persegui-la para lhe tentar roubar o peixe. Não consegui perceber se foi bem-sucedida ou não, porque ambas voaram para fora do meu alcance e não consegui perceber o resultado desta interação.

Texto e foto de Guillaume Réthoré

Edição: Filipa Bragança

Revisão Inglês: Helen Rodda e Marina Hardy

Revisão Português: Lena Soares

Controle de produção: Helen Rodda

Email: friends.arpt@arocha.org

www.arocha.pt

Obrigado por nos apoiar!

Esperemos vê-lo em breve!