Boletim Informativo agosto 2021

Bem-vindo ao nosso Boletim Informativo de agosto 2021

 Querido amigo, devido à situação atual, não tem sido possível organizar eventos para Amigos. A situação é ainda instável e é difícil programar atividades. Esperamos que no final do ano tenhamos boas notícias acerca do recomeço dos eventos para Amigos. Gostaríamos de vos lembrar que o nosso centro está aberto, com número limitado de pessoas (por favor faça a sua reserva no link disponível abaixo na rubrica “Datas a não esquecer”) e com as medidas de segurança Covid implementadas.

Obrigada por nos apoiar.

Desfrute do verão!

Helen e Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

Silves

Idade: 1000 aC

Cidade (desde 1266)

População: 37 126 (Censos 2011)

Área: 680,06 Km2

Silves é uma cidade algarvia histórica, do Distrito de Faro; é limitada a Norte por Ourique, a Nordeste por Almodôvar, a Este por Loulé, a Sudeste por Albufeira, a Sudoeste por Lagoa, a Oeste por Portimão e Monchique, a Noroeste por Odemira e a Sul pelo Oceano Atlântico. Silves está dividida em seis freguesias: Alcantarilha e Pera, São Bartolomeu de Messines, Algoz e Tunes, Armação de Pera, São Marcos da Serra e Silves. A cidade está localizada num ponto estratégico, numa pequena elevação e na confluência de dois importantes cursos de água: a Ribeira de Odelouca e o Rio Arade.

A história de Silves é muito antiga, existem vestígios desde a pré-história, a área foi ocupada pelos Fenícios (1000 a.C.), mas a cidade em si “nasceu” com os Romanos, que a batizaram de “Clipes”, existem vários artefactos romanos encontrados na área. Contudo, os Mouros foram aqueles que tiveram maior influência no desenvolvimento deste local, entre os séculos VIII e XIII, nomearam a cidade de “Xelb”; era um centro económico, social e cultural importante, conhecido como a “Bagdad do Oeste”. Os mouros construíram o castelo, um dos mais bem preservados do país e famoso pela cor avermelhada das suas pedras.

A primeira tentativa para conquistar Silves aconteceu em 1189, pelo Rei D. Sancho I, mas os Mouros conseguiram reconquistar a cidade em 1246; durante o reinado de D. Afonso III, a cidade foi finalmente conquistada aos Mouros por D. Paio Peres Correia. Em 1266, o Rei D. Afonso III deu o foral a Silves e considerou-a capital do Algarve. Durante o século XV, Silves foi um importante porto comercial marítimo, área agrícola e possuidora de uma importante indústria de construção naval, alguns dos residentes estiveram envolvidos nos Descobrimentos, o mais famoso foi Diogo de Silves, que descobriu os Açores em 1427. Depois do século XVI, o assoreamento do Rio Arade foi negativo para o desenvolvimento da cidade, em 1534 deixou de ser a capital do Algarve.  Os anos seguintes foram de crise e a cidade sofreu bastante com o terramoto de 1755 que destruiu a maior parte dos edifícios. No final do século XIX, o desenvolvimento da indústria da cortiça foi responsável pela recuperação da economia e Silves foi considerado o mais importante produtor e exportador de cortiça do mundo.

Hoje em dia, Silves é famoso pelos seus pomares de laranjeiras e pelo seu património histórico. Vale a pena visitar o maravilhoso castelo vermelho.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Borboleta-proto

(Muschampia proto, Ochsenheimer, 1808)

Fotografia de Guillaume Réthoré

Morfologia: É uma pequena borboleta da Família Hesperidae, com envergadura entre 14 e 15 mm. A parte superior das asas tem o fundo cor de azeitona escuro acinzentado com sombras amareladas e manchas brancas; as manchas brancas são bastante variáveis, mas tem uma bem marcada na parte central da asa anterior. A parte inferior das asas é mais clara com manchas brancas. Os adultos voam de maio a julho (o período de voo pode-se prolongar de abril a setembro).

Habitat: Habitats quentes e secos, como encostas rochosas, estepes, pastagens, áreas abertas em matos e zonas de sequeiro.

Distribuição: Noroeste de África, Península Ibérica, Costa Mediterrânea de França, Sul de Itália, Albânia, Grécia e Ásia Menor. Em Portugal ocorre principalmente no Sul e no centro-Oeste.

Notas: A lagarta alimenta-se de Salva (Phlomis sp), especialmente de Phlomis fruticosa. Em Portugal alimenta-se de Marioila (Phlomis purpurea). É localmente comum, as principais ameaças são a intensificação da agricultura.

Piu… Piu…

Fotografia de Guillaume Réthoré

Garajau-grande

(Hydroprogne caspia, Pallas, 1770)

Fotografia de Filipa Bragança

Identificação: É uma gaivina grande da Família Laridae, com uma envergadura entre 127 e 145 cm. A plumagem é cinzento-claro nas partes superiores e branco nas partes inferiores (pescoço, garganta, barriga e cauda), a parte terminal das asas é preta, o bico é robusto e vermelho em forma de punhal; tem um barrete preto. Os juvenis têm o bico alaranjado. No inverno o barrete preto está presente, mas a testa é raiada. Os machos e as fêmeas são semelhantes.

Habitat e Ecologia: Ocorre em zonas húmidas, tais como estuários, lagoas costeiras, salinas e outros habitas marinhos costeiros; nidifica em grandes lagos e costas oceânicas (zonas remotas ao largo e ilhéus). Pode nidificar em colónias ou isoladamente com outras espécies de gaivotas, o ninho é construído no solo. Alimenta-se principalmente de peixe, paira sobre a superfície do mar e mergulha para capturar a presa.

Distribuição: Distribuição dispersa, nidifica na América do Norte e localmente na Europa (Mar Báltico e Mar Negro), Ásia, África e Australásia (Austrália e Nova Zelândia). Inverna em áreas mais a sul (costa sul da América do Norte, África e Sul da Ásia). As populações da Australásia são residentes. Em Portugal é um migrador de passagem e um invernante pouco comum (inverna principalmente no Algarve).

Estado de Conservação: Pouco preocupante (LC) na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A tendência populacional parece estar a aumentar, as principais ameaças são perturbação durante a nidificação. O Garajau-grande é a maior gaivina da Europa.

SABIA QUE?

  • A Rocha Portugal está a colaborar com o Município de Lagos para divulgar e consciencializar para a importância da biodiversidade em alguns locais de Lagos: dunas da Meia Praia, Ponta da Piedade (IBA) e Mata de Barão de São João (área protegida). Este projeto faz parte da Educação Ambiental nas escolas do Concelho, nas atividades de verão e atividades para as pessoas idosas.
  • Este ano, A Rocha irá estar novamente em Estômbar a participar em algumas atividades organizadas pelo Município de Lagoa. As atividades irão decorrer durante o mês de setembro. Mais informações serão divulgadas no Boletim Informativo de setembro,
  • O jardim da Cruzinha está repleto de vegetais! O Jasper e a Tayler têm tratado bem do jardim da Cruzinha, eles plantam os seus próprios vegetais: tomates, pimentos, curgetes, feijão verde!
  • A Ciência Viva no Verão está de volta! De 15 de julho a 15 de setembro existem diversas atividades gratuitas em todo o país para aprender mais acerca de Ciência! A Rocha Portugal faz parte deste projeto e oferece as atividades de anilhagem de passeriformes e monitorização de borboletas noturnas. Visite-nos! Consulte aqui  para mais informação.
  • Julho foi um mês calmo ara as aves, contudo alguns migradores já começaram a sua viagem de regresso para sul. Algumas das aves observadas na Ria de Alvor, Natura 2000: Flamingo (Phoenicopterus roseus) (mais de 200 indivíduos), Gaivina-de-bico-preto (Gelochelidon nilótica), Gavião-da-Europa (Accipiter nisus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Águia-calçada (Aquila pennata), Milhafre-preto (Milvus migrans) e Borrelho-pequeno-de-coleira (Charadrius dubius).
  • Em julho na nossa estação de anilhagem capturamos algumas aves interessantes e coloridas: Papa-figos (Oriolus oriolus), Guarda-rios (Alcedo athis), Mocho-galego (Athene noctua), Felosa-poliglota (Hippolais polyglota) e Rouxinol-comum (Luscinia megarhynchos).
Mocho-galego (Athene noctua)
Rouxinol-comum
(Luscinia megarhynchos)
Papa-figos (Oriolus oriolus)
Fotografia de Filipa Bragança

A EU (União Europeia) tem novas regras para reduzir o lixo plástico!

  • Loiça descartável (pratos, copos, talheres), cotonetes, palhinhas e as palhetas para mexer o café vão ser proibidas em 2021.
  • 90% de garrafas de plástico recolhidas para reciclagem em 2029
  • Aplicação mais rigorosa do “poluidor-pagador”

Veja mais informações aqui

Quando pensamos no verão, pensamos no sol e na praia! Mas não são só as imagens que nos fazem recordar das coisas, também os cheiros e os sons! O som do verão é sem dúvida o som das cigarras! Mas para mim o som do verão é o som dos Andorinhões-pretos! É possível ouvi-los nas cidades ou vilas, bem cedo de manhã ou ao final do dia! Voam tão rapidamente ao mesmo tempo que produzem um som estridente! Estão entre as aves mais rápidas do mundo; o Andorinhão-preto pode atingir os 112 km/h. Simplesmente espetacular! As suas asas são delgadas e pontiagudas, como um boomerang e são muito diferentes das andorinhas; ambas as espécies se alimentam de insetos que capturam em voo e formam grandes grupos em altitudes elevadas, contudo os andorinhões passam a maior parte da sua vida a voar! No meu terraço por vezes parece que estou a voar com eles e se levantar a mão, quase que os consigo tocar! Todos os dias um pequeno grupo de três Andorinhões-pretos, anda às voltas a “brincar” com as Andorinhas-dos-beirais. Pergunto-me se alguém terá reparado neles… Não há muito tempo, numa das minhas aulas, mostrei esta espécie aos alunos e disse-lhes que era uma espécie muito fácil de observar e ouvir na cidade; eles fizeram um comentário muito interessante (que eu nunca tinha pensado), sem referir o facto de nunca terem observado esta espécie: “Eles não têm patas!”. O nome latim para os Andorinhões é Apus, que em grego antigo significa “sem pés”! Os miúdos reparam nos mais pequenos detalhes 😊

Filipa

ESPÉCIES INVASORAS

Acácia-mimosa (Acacia dealbata, Link)

Clado: Angiospérmicas

Acacia dealbata – N246 – Castelo de Vide – Alpalhão

Ordem: Fabales

Família: Fabaceae

Origem: Sudeste Australiano (Nova Gales do Sul, Vitória e Tasmânia)

Tamanho: até cerca de 20 metros de altura

A Acácia-mimosa é uma árvore perene de crescimento rápido, as folhas são glaucas, verde acinzentado a verde prateado, bipinadas, com 10 a 26 pares de pínulas, que por sua vez estão divididas em 20 a 50 pares de folíolos. As flores são amarelo vivo de forma arredondada e crescem em panículas. Os frutos são castanho-avermelhados, vagens comprimidas, com várias sementes. Floresce entre janeiro e abril.

Na sua distribuição natural, pode crescer ao longo de cursos de água, florestas secas e em florestas húmidas montanhosas, por vezes o tronco está coberto de um líquen branco, e provavelmente daí advém o nome comum em inglês “silver” (prateada); o nome latim “dealbata” também significa “coberta em pó branco”.

A propagação da Acácia-mimosa ocorre pela produção de rebentos a partir da touça ou raiz e por semente; produz milhares de sementes que permanecem viáveis no solo por muitos e muitos anos. As sementes também podem ser transportadas para outros locais pelos animais ou pela água. A germinação das sementes é estimulada pelo fogo. Pode crescer rapidamente e formar populações densas, interferindo no crescimento de espécies nativas, diminuindo o caudal dos cursos de água e aumentando a erosão; as folhas são ricas em nitrogénio e podem alterar as propriedades químicas do solo, impedindo o crescimento das espécies nativas e beneficiando o crescimento de outras espécies de acácia. Esta espécie é também tolerante à seca e uma das primeiras plantas a crescer em solos sem vegetação.

A Acácia-mimosa foi introduzida em regiões de clima temperado como ornamental, para a fixação de solos e como espécie florestal. Em Portugal pensa-se que foi introduzida no século XVIII, juntamente com outras espécies de acácia, atualmente ocupa uma área entre 30 e 60 mil hectares. Esta planta foi introduzida em muitos países e é considerada invasora na África do Sul, partes da Índia, Sri Lanka, França, Portugal e Espanha. Em Portugal é considerada uma das piores espécies invasoras.

O controlo e irradicação desta espécie é extremamente difícil e dispendioso. Alguns países começaram a utilizar métodos de bio controlo ou controlo natural, utilizando espécies nativas das mesmas áreas das espécies invasoras. Estas espécies podem reduzir, por exemplo o número de sementes que é produzido pelas plantas, contudo é necessário um longo período de estudo para compreender os efeitos destes “controlos naturais” nos ecossistemas.

REBENTO…U

Família: Lamiaceae

Identificação: É um arbusto perene, com altura entre 50 e 100 cm. Os caules são ramificados e peludos; as folhas são lanceoladas, verde-escuras aveludadas na parte superior e esbranquiçadas e tomentosas na parte inferior. As flores são rosa e crescem em coroa nas axilas das folhas. Floresce de fevereiro a julho.

Habitat e Distribuição: Matos, orlas de bosques, baldios com elevada exposição solar; cresce em solos pobres, pedregosos e é resistente à seca. Nativa da Península Ibérica e Norte de África.

Notas: A planta era utilizada nos tempos antigos como esfregão para lavar os tachos e utensílios de cozinha devido à presença de saponina (sabão natural); também é utilizada na medicina tradicional como anti-inflamatório.

Marioila

(Phlomis purpurea) (L.)

Fotografia de Filipa Bragança

DATAS A NÃO ESQUECER

5, 12, 19 e 26 de agosto – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12). Faça a sua reserva aqui

15 de agosto – Feriado, Nossa Sra da Assunção

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
(+351) 919191941/ 282482409
www.swandayspa.pt

Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
(+351) 282412562/ 925433047
www.transfair.com.pt

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Que belo presente de aniversário! Uma Oferta de Amizade para os Amigos d’ A Rocha Portugal!!!

 

Oferta de Amizade

Pensamento do mês

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” Fernando Pessoa (Poeta Português, escritor, crítico literário, tradutor, editor e filósofo, 1888-1935)

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Café – é uma bebida que impulsionou a revolução industrial. Atualmente é uma indústria que, economicamente, movimenta milhões! A planta do café cresce em regiões tropicais e sub-tropicais onde se pode encontrar um dos ecossistemas mais vulneráveis.

As plantações de café são responsáveis pela desflorestação de 2,5 milhões de hectares na América Central!

A produção de café provoca a poluição da água e destruição dos solos!

Plantações intensivas de café (café ao sol) utilizam grandes quantidades de pesticidas e químicos!

As plantações intensivas de café são responsáveis pela destruição de habitats de aves e perda de biodiversidade!

Durante a manufatura do café, é produzida uma grande quantidade de resíduos!

As cápsulas de café produzem grande quantidade de lixo (muito poucas são recicladas)!

O que fazer?

  1. Prefira café produzido segundo métodos tradicionais – café plantado à sombra (as plantas de café crescem por baixo de árvores adultas, imitando o modo como estas plantas crescem naturalmente nestas regiões)
  2. Prefira marcas de café com o selo “Aliança Fair Trade” e “Aliança Floresta tropical”
  3. Tente utilizar cápsulas recarregáveis. Estas são compatíveis com a maior parte das máquinas Nespresso e pode encher novamente com o tipo de café que prefere. Provavelmente irá poupar dinheiro também! Pode utilizar cápsulas recicláveis para reduzir a quantidade de lixo e colocá-las no seu composto.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Relatório de Borboletas

Desde junho de 2019, A Rocha está a realizar um projeto de monitorização de borboletas num transecto à volta da Cruzinha (ver Boletim Informativo agosto 2020). Este ano foi publicado o primeiro relatório de borboletas 2019-2020.

O ano de 2020 foi o primeiro com visitas ao longo de todo o ano, entre fevereiro e novembro (não foi possível realizar visitas em janeiro e dezembro devido às condições meteorológicas).

Em 2019 foram observados 137 indivíduos e identificadas 14 espécies diferentes. Em 2020, foram observados 1225 indivíduos e identificadas 27 espécies diferentes. Em 2019 as duas espécies mais abundantes foram: Borboleta-da-couve (Pieris brassicae) e Borboleta-cecília (Pyronia cecilia). Em 2020, as duas espécies mais abundantes foram: Borboleta-pequena-da-couve (Pieris rapae) e Borboleta-loba (Maniola jurtina). Devido à diferença no número de visitas e do período em estudo entre os dois anos é difícil comparar dados. Contudo, a primavera é a melhor altura para as borboletas, quando existe maior abundância de alimento e diversidade de flores. A Família mais abundante para ambos os anos foi a Nymphalidae.

Durante 2020 foram observadas espécies das cinco famílias presentes em Portugal: Hesperidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae e Nymphalidae.

Veja o relatório completo aqui

Borboleta-loba (Maniola jurtina)

Borboleta-cecília (Pyronia cecilia)

Borboleta-pequena-da-couve (Pieris rapae)

Fotografias de Filipa Bragança

Campeões da Sustentabilidade

 

Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.

Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.

Bryan Ware um pai inventivo da Califórnia, teve uma ideia em 2011, quando celebrava o 11º aniversário do seu filho num restaurante. O empregado trouxe alguns lápis de cera para os seus 2 filhos e ele questionou-se o que iria acontecer aos lápis depois dos seus filhos terem terminado de brincar com eles.

Ele descobriu que os lápis iam para o lixo e ficou a pensar no que poderia fazer.

Bryan recolheu os lápis-de-cera, derreteu-os e colocou-os em moldes especiais, conseguiu fazer 96 novos lápis de cada vez. Os novos lápis são entregues aos hospitais para as crianças que são pacientes. A sua iniciativa dos lápis-de-cera, foi apoiada por 400 restaurantes e 100 escolas do Oeste dos EUA, que doam lápis-de-cera. Derrete-os em casa no seu fogão com a ajuda dos seus filhos e esposa, Marissa, que é professora. Estes novos lápis-de-cera são mais grossos e fáceis de manusear pelas crianças mais novas ou com necessidades especiais.

Marque na agenda: o Festival regressa em outubro

De 1 a 5 de outubro, Sagres será novamente palco do maior evento de natureza e das aves em Portugal: o Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza. Em outubro, milhares de aves sobrevoam o Algarve, a caminho dos seus territórios de invernada em África, proporcionando um espetáculo digno de um festival.

Para celebrar estes visitantes alados e disfrutar ao máximo deste incrível espetáculo, a 12ª edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza propõe cinco dias recheados de atividades para todos os gostos. Desde sessões de observação de aves em terra e no mar, às muito concorridas sessões de anilhagem, este festival oferece uma variedade de oportunidades para os amantes da natureza descobrirem que o Algarve é muito mais do que praia. Há também muita escolha para as famílias e amigos dos observadores de aves, como passeios, caminhadas, palestras, e desafios para os mais novos.

O programa estará disponível dia 10 de agosto, momento em que abrem também as inscrições online em www.birdwatchingsagres.com.

Consulte o website com as datas dos passeios organizados

 www.arochalife.com  

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O Colhereiro (Platalea leucorodia)- parte 2

A maior parte das aves que invernam em Espanha são oriundas de colónias holandesas, alguns da França e da Alemanha. Isto faz sentido porque as colónias holandesas são maiores que as francesas e alemãs e o esforço de anilhagem é também mais elevado nos Países Baixos. 80% das aves anilhadas observadas em Portugal são provenientes dos Países Baixos, as restantes da Alemanha e da França. Acontece o oposto na Tunísia, apenas três indivíduos com anilhas holandesas foram observados, neste local. Duas aves anilhadas na Dinamarca, foram observadas em Espanha e em 2009, foram observadas aves anilhadas na Sérvia e na Hungria. Na Tunísia, a maior parte das aves são oriundas de colónias da Europa de Leste e as aves anilhadas invernantes são provenientes da Áustria (13), Hungria (10), Croácia (8), Sérvia (1) Eslováquia (1), Itália (23) e Grécia (8). Alguns dos indivíduos anilhados nas Marismas del Odiel foram observados a nidificar noutras colónias, especialmente em França, nos Países Baixos e em Portugal, demonstrando um importante fluxo genético entre as populações do Oeste europeu.

O Colhereiro é um visitante de inverno comum na Ria de Alvor, é mais escasso no verão. Desde 2012, a espécie tem sido observada durante todo o ano. Antes de 2000, os números eram baixos e era observado principalmente em passagem. Entre 2011 e 2019, o máximo número observado foi de 40 indivíduos, mas atingiu um novo máximo em 2020, com 88 indivíduos em outubro. Antes do início do ano 2000, os números desta espécie eram baixos, contudo em alguns anos atingiram os 20 indivíduos observados. Desde 2011, o número máximo observado, tem sido superior a 30 indivíduos, mas existem poucos dados entre 2000 e 2010 (Figura 1).

O primeiro Colhereiro foi observado em 1986 e o primeiro anilhado foi observado três anos mais tarde, com uma anilha holandesa. Contudo, o segundo indivíduo anilhado foi apenas registado em 2008 (provavelmente devido à falta de esforço). Este número aumentou até atingir o primeiro pico em 2011, com 12 indivíduos anilhados observados, antes de descer e aumentar novamente, voltando a atingir o pico de 13 indivíduos em 2019. O número médio de indivíduos anilhados observados desde 2008 é de 7 (Figura 2).

Figura 1: Número máximo de Colhereiros observados na Ria de Alvor
Figura 2: Número de Colhereiros anilhados observados na Ria de Alvor.

No total, 48 indivíduos foram controlados (com anilha proveniente de outros locais) na Ria de Alvor. 80% dos indivíduos eram provenientes de dois países: Países Baixos com 30 indivíduos (63%) e França, com oito indivíduos (17%). Os outros indivíduos eram provenientes de Espanha (5), Alemanha (4) e Dinamarca (1) (Figura 3).

Os Colhereiros holandeses eram provenientes de 10 colónias diferentes, mas um terço dos indivíduos era proveniente da colónia de Schiermonnikoog. Muitas colónias apenas têm um indivíduo controlado na Ria de Alvor (Figura 4). Para as aves francesas, todas, exceto uma, eram provenientes de Grand-Lieu, mas todas com origem no Oeste de França.

A proporção de Colhereiros holandeses observados na Ria de Alvor variou bastante ao longo dos anos (dos 0 % aos 100%). Desde 2008, o ano com o número mais baixo de aves holandesas foi 2019, enquanto 2011 e 2012 foram os anos com maior número de aves holandesas (9 entre 12, em 2011 e 9 entre 10, em 2012). Os anos de 2010, 2014 e 2019 foram aqueles com maior diversidade na origem dos Colhereiros (4 países); 2011 foi o ano com maior número de aves provenientes de França e 2010 e 2019 foram os únicos anos com aves provenientes da Alemanha, observadas na Ria de Alvor. No entanto, estas aves vieram de diferentes programas de anilhagem. Em 2010, os indivíduos tinham uma combinação de anilhas de cor (semelhante às aves holandesas) e em 2019, tinham anilhas ELSA (anilhas octogonais com um código único). Aves espanholas foram apenas observadas em 2012 e 2019, neste ano quatro aves permaneceram por alguns dias na Ria de Alvor. Algumas destas aves tinham apenas sido observadas em África. A única ave com anilha dinamarquesa foi observada em 2004 na Abicada.

O Colhereiro mais velho, observado na Ria de Alvor, foi anilhado nos Países Baixos, em maio de 1994 e observado em novembro de 2013, esta ave tinha 7010 dias (19 anos, 2 meses e 11 dias). Este indivíduo foi observado nos Países Baixos, França, Espanha e Portugal. O período mais curto entre uma ave anilhada e observada na Ria de Alvor foi de 116 dias (3 meses e 26 dias); este indivíduo tinha sido anilhado nos Países Baixos em julho de 2009 e foi observado na ria de Alvor em novembro do mesmo ano. Algumas aves são bastante fiéis aos seus locais de invernada e têm sido observados muitas vezes na Ria de Alvor. Uma delas tem sido observada todos os invernos entre 2008 e 2020 e outros têm visitado a Ria de Alvor por mais de 10 anos.

Figura 4: Origem dos Colhereiros holandeses observados na Ria de Alvor.
Figura 5: Origem dos Colhereiros anilhados observados na Ria de Alvor, por ano.

Text and Graphics by Guillaume Réthoré

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Visite-nos no nosso dia aberto: Quintas-feiras das 10H15 às 12h00

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Esperamos vê-lo em breve!