Boletim Informativo de janeiro 2020

Bem-vindo ao nosso Boletim Informativo de janeiro 2020.

É o início de um Novo Ano e temos novos artigos mensais e novos patrocinadores!

Esperamos que goste das mudanças.

Bom Ano Novo! Esperamos que 2020 vos traga Paz, Amor e Felicidade.

Obrigada por ser um “Amigo”.

Helen e Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

João Paulo Soares Carraco

Nacionalidade: Portuguesa

Idade: 48

Profissão:  Proprietário do Restaurante “Chicken Tavern”  em Alvor

Nasci na Marinha Grande, no centro de Portugal, onde frequentei a escola até ao 12º ano. Viagei e trabalhei na Suiça e Inglaterra.

De regresso a Portugal, trabalhei com o meu pai que era ferreiro, aprendi com ele e fabricávamos ferramentas à mão e forjavamos ferro para portões e grades. Depois casei, constituí família e abri um negócio por conta própria, duas lojas de carpetes na Nazaré.

Mudei-me para o Algarve em 2001, depois do meu divórcio e abri um novo negócio de comércio de ferramentas e facas em mercados e feiras locais, de Castro Marim até Sagres.

Em 2015 abri o Restaurante “Chicken Tavern” com um sócio que tinha experiência na área da restauração, depois tomei conta do negócio sozinho. Na minha vida já tive muitos negócios diferentes e isso deu-me experiência para conseguir gerir o Restaurante Chicken Tavern. Comecei com 3 empregados e agora já tenho 9 pessoas a trabalhar comigo, uma vez que o negócio cresceu e está a ser bem sucedido.

Em Julho de 2019, fiz uma sociedade e abrimos um outro Restaurante em Ferragudo, tem um menu um pouco diferente e chama-se Portuqale (antiga grafia da palavra Portugal).

Eu gosto de viver em Alvor, tenho dois filhos que frequentam a escola e sinto-me parte da comunidade.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Ochropleura leucogaster, Freyer, 1831

Morfologia: É uma traça da Família Noctuidae com uma envergadura entre 32 e 36 mm; as asas anteriores têm cor castanha escura contrastando com margem costal pálida e risca preta. Quando em descanso as asas permanecem junto ao corpo conferindo-lhe uma forma alongada. Tem 2 gerações anuais. Os adultos voam de Novembro a Janeiro.

Habitat: Encontra-se em locais húmidos, com vegetação rasteira e densa.

Distribuição: Regiões Afro-tropicais e subtropicais, ocorre desde Madagáscar através do território Africano e da Madeira até à Bacia Mediterrânea e à Península Arábica.

Notas: A larva é polifágica e alimenta-se de herbáceas. É muito semelhante à Ochropleura plecta, mas esta última é mais avermelhada de cor mais viva, mais pequena e a sua distribuição mais alargada (todo o hemisfério Norte).

Piu… Piu…

Melro

(Turdus merula, Linnaeus , 1758)

Identificação: É um passariforme da Família Turdidae com envergadura entre 32 e 38 cm. Os machos são todos pretos com o bico e anel orbital cor de laranja vivo; as fêmeas são castanhas escuras, por vezes com penas pálidas no peito, o bico é escuro. Tem um canto melodioso e um som de alarme ruidoso. Pode ter 2 a 3 ninhadas por ano.

Habitat e Ecologia: Grande variedade de habitats, florestas, áeas urbanas, jardins, parques e subúrbios urbanos, também em terrenos agrícolas; normalmente associado à presença humana. A espécie é principalmente residente, mas nalgumas zonas do Norte pode ser migrador. Em Portugal é uma espécie residente. É omnívoro, alimenta-se de insetos, minhocas, frutos e bagas.

Distribuição: Europa, Ásia e Norte de África. Foi introduzido na Austrália e Nova Zelândia.

Estado de Conservação: Pouco preocupante na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). São reconhecidas algumas subespécies. Em Portugal existe a subespécie nominal T. merula sp merula (a mesma que na maior parte da Europa). O melro mais velho anilhado tinha 20 anos e 3 meses!

SABIA QUE?

  • A Rocha teve o seu início oficial como uma Associação Portuguesa em 1991, mas antes disso, já desenvolvia alguns trabalhos! Parte do trabalho d’A Rocha foi e é feito por voluntários. Veja o vídeo por Isabel Soares:

Lontra-Europeia (Lutra lutra, Linnaeus, 1758)

Família: Mustelidae

Distribuição: Da costa Oeste da Irlanda e Portugal até ao Japão, da Finlândia Ártica até à Indonésia e à África subsaariana (ver mapa).

A lontra é um mamífero carnívoro, tem o corpo longo e esguio, pernas curtas, cauda comprida, focinho largo, olhos e orelhas pequenos. O pelo é castanho escuro, longo, macio e brilhante e está bem adaptado à vida aquática (a lontra tem o mesmo peso, molhada ou seca e isto está relacionado com a proteção eficaz da dupla camada de pelo. A lontra pode ocupar todos os habitats aquáticos continentais (lagos, rios, ribeiros, sapais, canais) que estejam bem preservados e com pouca interferência humana, também estuários e habitats marinhos. Um requisito importante na seleção de habitats é a presença de vegetação apropriada para servir de abrigo, disponibilidade de alimento e ausência de perturbação humana. A sua dieta é principalmente peixe, mas também se pode alimentar de artrópodes, répteis, micromamíferos e aves.

A reprodução pode ocorrer ao longo de todo o ano; as fêmeas de lontra, como outros membros da família Mustelidae, têm a capacidade de manter os ovos fecundados agarrados às paredes do útero e retardar o seu desenvolvimento, assim as crias podem nascer quando as condições são mais favoráveis, normalmente na Primavera ou Verão. As lontras são em geral solitárias e os machos necessitam de extensos territórios para sobreviverem.

Em Portugal a população de lontra está regularmente distribuída ao longo do território e os seus números são estáveis quando comparados com outros países da Europa, onde a população decresceu nos últimos anos e nalguns países foi até mesmo considerada extinta. De acordo com a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), globalmente é considerada  Quase Ameaçada (NT), em Portugal é considerada Pouco Preocupante (LC). As maiores ameaças são a destruição de habitat, poluição da água, regularização dos sistemas hídricos, morte acidental por atropelamento, afogamento por artes de pesca e perseguição direta.

Lontra-Europeia na Ria de Alvor 2015
Lontra-Europeia  (www.naturdata.com)

REBENTO…U

Identificação: É um arbusto perene ou pequena árvore da Família Adoxaceae; é arredondada e compacta com cerca de 3 metros de altura, com casca avermelhada nos ramos mais jovens. As folhas são alongadas, com pecíolo curto, coriáceas, simples e ovaladas de cor verde-escuro brilhante na face superior e mais pálida na inferior. A inflorescência é terminal com pequenas flores hermafroditas unidas num corimbo composto. O fruto é uma drupa ovóide, de cor preta-azulada metálica, que permanece na planta por cerca de 1 ano. Floresce de janeiro a abril. Frutifica no verão e princípio do outono.

Habitat e Distribuição: Bosques perenes e em margens de rios. Ocorre em toda a bacia Mediterrânea. Em Portugal está presente principalmente no sul e centro do país.

Folhado (Viburnum tinus, Linnaeus, 1753)

Notas: Reage bem à poda, voltando a rebentar mesmo nos ramos mais velhos. É amplamente utilizada como ornamental e para sebes, quer em locais solarengos quer em sombrios. Quase todas as partes da planta contêm substâncias tóxicas. É um dos arbustos ornamentais mais cultivados em Portugal. Nos tempos antigos era utilizado contra a prisão de ventre.

DATAS A NÃO ESQUECER

1 de Janeiro                                        Dia de Ano Novo/ Feriado Nacional

2, 9, 16, 23 e 30 de Janeiro     Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12)

6 de Janeiro                                        Dia de Reis

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
(+351) 919191941/ 282482409
www.swandayspa.pt

Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
(+351) 282412562/ 925433047
www.transfair.com.pt

Estrada principal Quatro Estradas de Alvor, nº 30

8500 – 045 Portimão

(+351) 911597735

Encerrado à quinta-feira

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Nunca é cedo demais para pensar no que poderá oferecer a alguém especial pelo seu Aniversário. Que tal uma “Oferta de Amizade” para os Amigos d’A Rocha Portugal”?

Oferta de Amizade

Pensamento do mês

“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver no mundo”.

― Mahatma Gandhi (1869 -1948 Advogado Indiano, anticolonialista e ativista social)

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES


Todos os meses vamos partilhar informação que poderá mudar o mundo. Por vezes pequenas coisas podem fazer uma grande diferença. O mundo é o nosso planeta e a nossa casa, todos precisamos de cuidar dele!

Como uma organização ambiental e como cidadãos do mundo, numa altura em que ouvimos falar constantemente de alterações climáticas, uma das nossas preocupações é a Conservação Ambiental. Tentamos promover valores sustentáveis e mudar atitudes e valores em relação ao ambiente.

Em Portugal cada indivíduo produz em média cerca de 487 kg de lixo por ano!

Pondo em prática os 5 R’s da Reciclagem podemos fazer a diferença?

Sabe o que significam os 5 R’s?

1 Repensar: pense nas suas escolhas, existem ações simples e amigas do ambiente (já pensou na possibilidade de uma compostagem para os seus resíduos orgânicos? Ou arranjar o seu computador em vez de comprar um novo?)

2 Recusar: diga não aos plásticos descartáveis que têm um tempo de vida útil pequeno (diga não às palhinhas- precisa uma palhinha para a sua bebida, diga não aos sacos plásticos – utilize sacos reutilizáveis)

3 Reduzir: tente reduzir a quantidade de lixo que produz (evite comprar produtos com embalagens plásticas desnecessárias)

4 Reutilizar: pense em como poderá reutilizar (tenha uma garrafa de água que possa reutilizar e sacos de compras reutilizáveis, reutilize frascos de vidro)

5 Reciclar: (e compostar) isto permite que materiais que deita fora possam ser usados outra vez na forma de outros produtos.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Evento de Amigos – Visita guiada com Guillaume Réthoré à Quinta do Lago, no dia 3 de Dezembro 2019

O nosso último evento do ano dos Amigos e que dia maravilhoso; estava sol e céu azul e um dia perfeito para observar aves.

O grupo juntou-se em 3 carros e conduziram até à Quinta do Lago, na esperança de um dia com boas observações e paisagens. Não podia ter sido melhor, foram avistadas cerca de 60 espécies. O Caimão foi o preferido, em tempos uma ave tímida, obviamente tem-se habituado à presença dos golfistas na área e parece que a sua presença já não a incomoda. Todos conseguiram observar esta ave colorida em campo aberto quando normalmente esconde-se no caniçal.

Houve uma pequena mudança de planos durante a visita, menos caminhada e mais observação de aves. Todos elogiaram bastante o Gui, o seu conhecimento e paixão pelas aves encanta qualquer um. Agradecemos ao Gui por ter tornado este passeio num dia maravilhoso.

Desvendando o mistério do sucesso do Charneco: sucesso com consequência? – continuação

Permitem que me apresente novamente: O meu nome é Tessa, tenho 24 anos e sou estudante de mestrado da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, do curso de Floresta e Conservação da Natureza. Talvez se recorde do meu artigo do Boletim Informativo de Junho de 2019, onde escrevi acerca do Charneco (Cyanopica cookie). Naquela altura ainda decorria a minha investigação e estava no campo quase todos os dias a observar estas aves maravilhosas. Agora, quase meio ano depois a minha tese está terminada e acredito que tenha desvendado o mistério do sucesso do Charneco! Mas antes vou vos falar das minhas descobertas. Eis um pequeno resumo:

Foi descoberto que os números de Charneco têm vindo a aumentar no Sul de Portugal nas últimas décadas, mas é desconhecida a causa deste sucesso. Considerando que muitas espécies de aves estão atualmente em declínio, é interessante descobrir o que faz com que uma espécie seja bem-sucedida nos dias de hoje. Aliás, há rumores que os Charnecos roubam e comem as crias de outras aves. Isto significa que o sucesso do Charneco pode ser um pau de dois bicos que ameaça a existência de outras espécies, portanto é necessário uma investigação! Para desvendar os fatores por detrás deste sucesso e para estudar estes rumores, eu realizei trabalho de campo com a Esra (18), outra estudante dos Países Baixos. Juntas pedalamos transeptos em linha. Também realizei um estudo comportamental do Charneco na área em redor da Cruzinha. Durante estes transeptos observamos especificamente a proporção: urbano/verde em cada seção do transepto, mas também registamos uma série de outras variáveis. A razão pela qual observamos esta proporção, foi porque nas primeiras semanas de trabalho de campo, eu e a Esra, visitamos todas as áreas naturais, localizadas nas serras, nas florestas, no meio do nada e quase que não observamos nenhuns Charnecos, independentemente do local que visitávamos. Contudo, no regresso a casa, onde atravessávamos povoados, observávamos Charnecos em todo o lado! Isto deu-me uma ideia… talvez os Charnecos já não estejam no meio do campo, mas onde estão as pessoas?

Agora que estão atualizados, vamos às nossas descobertas! Primeiro que tudo, descobrimos que o Charneco prefere áreas com intermédia a elevada (50% a 75%) cobertura de área verde, à qual designamos por Categoria 3 e 4, respetivamente; a área restante é considerada urbana e inclui casas, edifícios, estradas e estruturas urbanas. Estas áreas possuem significativamente mais Charnecos do que áreas com cobertura verde baixa (Categoria 1: 0% e Categoria 2: 25%), mas também mais do que áreas totalmente verdes (Categoria 5: 100%)! Isto é verdadeiramente surpreendente e não tinha sido ainda mencionado na literatura, que os Charnecos se encontram perto de áreas urbanas. Como se pode observar nestes resultados, os Charnecos preferem áreas mistas de urbano e natural em vez de áreas completamente verdes ou completamente urbanizadas. Na realidade, era o que eu esperava depois do trabalho de campo inicial e mudar o método de estudo revelou-se muito sensato!

Durante o estudo comportamental, também se tornou óbvio, que os Charnecos têm tendência para se agruparem junto de edifícios humanos em busca de alimento, quer seja ele o nosso próprio alimento ou aquele com que alimentamos os nossos animais. Regularmente observava os Charnecos a roubarem comida aos cães na Cruzinha e também recebi algumas imagens destes a roubarem comida aos gatos, cães e até mesmo gansos. Outro comportamento que observei regularmente foi os Charnecos a voarem para um jardim e depois de uns minutos, regressarem a uma área natural segura, onde limpavam os seus bicos; depois disto voltavam ao jardim e repetiam o ciclo. Provavelmente os Charnecos alimentavam-se nos jardins e seguidamente procuravam um local seguro para a sua higiene. Observei que os Charnecos usavam as cercas, postes e linhas elétricas como poiso para procurar alimento; deste modo usam infraestruturas humanas para melhor as suas estratégias na procura de alimento. Estas observações mostram que os Charnecos aprenderam a tirar vantagem de estruturas humanas mas continuam a procurar a segurança e os recursos de áreas naturais. Isto também explica porque é que os Charnecos preferem áreas com baixo a intermédio nível de urbanização. Nas espécies da Família Corvidae, podemos observar que muitas espécies de pegas, corvos e gralhas aprenderam a usar estruturas humanas para seu próprio proveito e muitas espécies apresentam até taxas reprodutivas mais elevadas quando perto de estruturas humanas. É provável que o Charneco seja um dos últimos membros da Família Corvidae a tirar proveito dos humanos.

Agora uma questão permanece, será que o Charneco preda ovos e crias de outras aves? Não observei este comportamento durante a minha estadia, no entanto não significa necessariamente que isto não aconteça. Possivelmente a pequena dimensão do meu estudo (cerca de 20 horas de observações) não permitiu a observação deste comportamento menos comum. O estudo também pode ter sido realizado demasiado cedo na época (fim de Março a princípio de Maio), quando não existia ainda abundância de ovos e crias para predar. Assim sendo, será necessário um estudo mais aprofundado para descobrir se os Charnecos realmente predam os ovos e crias de outras espécies de aves e se sim, qual o impacto deste comportamento nas populações dessas espécies.

No geral, posso concluir que o Charneco aprendeu a beneficiar das estruturas humanas e que isso melhorou a sua estratégia de procura de alimento e possivelmente levou a um aumento do sucesso reprodutivo. Deste modo, a população pôde com sucesso expandir-se nas últimas décadas. Contudo ainda é desconhecido se a espécie é predadora de ovos e crias de outras aves e qual o impacto que este comportamento pode ter. É provável que a população de Charneco continue a aumentar, alguns de vós podem ficar felizes desta colorida pega continuar a voar pelos céus do Sul de Portugal, enquanto outros podem temer pela refeição dos seus animais domésticos. Por meu lado, anseio por voltar a ver estas bonitas e atrevidas aves outra vez!

Vamos cozinhar!

Temos o prazer de anunciar que um Chefe de Cozinha que trabalha no Algarve, ofereceu-se para contribuir com algumas receitas mensais para o nosso Boletim Informativo. Esperamos que todos gostem desta nova edição de 2020.

Marmelada com Poejo e Medronho

Ingredientes:

2 kg       Marmelos maduros e limpos

200 gr   medronhos maduros e limpos

750 gr   açúcar

1 unid   Casca de laranja

50gr       poejo

2 unid   pau de Canela

1 dl        Aguardente de Medronho

Descasque e limpe de caroços os marmelos. Ferva os marmelos cerca de 3 minutos. Deixe escorrer bem. Junte num tacho o açúcar, poejo, pau de canela e a casca de laranja e adicione 1 ltr de água. Leve a ferver lentamente por 10 minutos. Retire o poejo, pau de canela e a casca de laranja. Num tacho largo coloque os marmelos e os medronhos já escorridos e adicione a calda de açúcar. Levar a cozinhar em fogo brando durante cerca de 1 hora mexendo com frequência. Triturar bem. Levar a cozinhar em fogo brando mexendo sempre até que o resultado seja um puré uniforme e algo firme. Colocar em formas e deixar arrefecer. Regar com aguardente de medronho e tapar com papel vegetal. Deixar a secar em local frio e arejado durante pelo menos 3 dias.

Está pronta a comer !!

Panorama preocupante

A SPEA publicou recentemente o relatório Estado das Aves em Portugal 2019, que reúne pela primeira vez os resultados atualizados de grande parte dos programas de monitorização de aves no nosso país, e revela dados alarmantes que exigem resposta urgente. Apesar do panorama preocupante, esta compilação de dados, obtidos graças ao esforço de centenas de voluntários por todo o país ao longo de mais de 15 anos, tem uma nota positiva: a eficácia das ações de conservação de natureza.

Mais informação: http://www.spea.pt/pt/noticias/relatorio-revela-panorama-preocupante-para-as-aves-portuguesas/

Relatório para download: bit.ly/EstadoAves

Consulte o website para saber datas dos passeios organizados

www.arochalife.com

A Águia-perdigueira

A Águia-perdigueira é uma espécie de rapina cuja distribuição no Paleártico Ocidental se limita, principalmente ao Sul da Europa e Norte de África. A Península Ibérica alberga 80% da população Europeia. Em Portugal, a população estimada no período de 1999-2005 era de 92 a 99 casais, principalmente no Sul e Este do país, com cerca de 30 casais no Algarve e sudoeste Alentejano. Em Portugal, a população está em crescimento, mas existem algumas diferenças em cada uma das regiões. Uma das causas de diminuição da população é o aumento da área de floresta que tem como consequência a diminuição dos territórios de caça. O decréscimo da população de coelhos também provocou um impacto negativo na população de águias. Existe uma correlação entre a proporção de coelhos na dieta da Águia-perdigueira e o sucesso reprodutor. Outras presas incluem pombos (por vezes em grandes números quando as águias nidificam perto de uma povoação), perdizes (mas os números não são assim tão elevados apesar do nome da espécie) ou Sardões. No Sul de Portugal a Garça-real é uma das maiores presas que as águias caçam. A dieta também pode incluir outras aves de rapina (diurnas ou nocturnas)! Os casais, que geralmente, acasalam para a vida, caçam em conjunto.

O ninho é construído geralmente numa falésia mas a população do Sul de Portugal constrói o ninho em árvores grandes (principalmente eucaliptos, por vezes também pinheiros ou sobreiros). Esta diferença do local onde constroem o ninho é uma das razões do crescimento da população de águias no sul de Portugal. A postura é de 1 a 2 ovos, em Janeiro ou Fevereiro. Os adultos são sedentários mas os juvenis viajam muito depois de sair do território dos pais. Alguns podem viajar centenas de quilómetros.

Na Ria de Alvor, esta espécie foi avistada 5 vezes desde 1986, embora existam alguns casais a nidificar por perto! Três destas observações foram feitas no outono (entre Setembro e Novembro) e referiam-se a aves juvenis ou imaturas, o que corresponde à época de dispersão dos juvenis.

A Águia-perdigueira é tolerante à presença dos humanos desde que não seja perturbada durante a época de reprodução.

O nome Bonelli vem de uma naturalista italiano do seculo XIX. Temminck (um outro naturalista cujo nome foi dado a um pilrito) propôs que a esta águia recebesse o nome do naturalista italiano porque foi o primeiro a enviar-lhe um espécime para estudar. Esta espécie também é o símbolo da equipa de futebol de Portimão, o Portimonense!

Fotografias e texto de Guillaume Réthoré

Árvores exóticas (Parte 1)

por Roger McIlroy

Uma “árvore exótica” é uma árvore introduzida, isto é, uma espécie não nativa, normalmente trazida para um determinado lugar pela atividade humana, seja ela deliberada ou acidental. As espécies exóticas podem ter um efeito imprevisível nos ecossistemas locais. Algumas têm um efeito negativo, competindo com outras espécies e tornando-se dominantes, normalmente porque têm poucos predadores locais. Outras espécies podem não ter um efeito negativo ou apenas um impacto menor e podem ser consideradas como um acrescento à biodiversidade.

As árvores exóticas normalmente são introduzidas pelos seus benefícios económicos ou como ornamentais, quer pela sua forma, flores, sementes ou casca.

Esta é a primeira parte de uma série de árvores exóticas, que podem ser observadas nas proximidades da casa do autor em Algar Seco, Carvoeiro; uma árvore exótica originária do Oman e Yemen no Médio Oriente, a Alfarrobeira.

Figura 2: Vagens de alfarroba verdes (Hotel Tivoli, Carvoeiro (RM))

As vagens maduras são bastante duras e lenhosas, podem ser apanhadas da árvore e mastigadas diretamente, como os antigos Egípcios faziam e depois cuspiam as sementes. Este comportamento evidencia o método de propagação por semente; muitos animais comem as vagens e libertam as sementes pelas fezes em locais distantes, já com um composto que lhes permite um bom início de vida!

A vagem encerra no interior sementes duras e castanhas escuras com cerca de 7 mm. A farinha de alfarroba é feita da vagem moída, enquanto as sementes produzem uma goma, usada em cosméticos e em alguns produtos alimentares como o leite de amêndoa e gelados.

Figura 4: Sementes de alfarroba extraídas de uma vagem de alfarroba pelo autor (RM)
Figura 5: Chocolate de alfarroba de Chipre.

Outro facto interessante é o de que, a unidade de medida “quilate”, usada para pesar metais preciosos, deriva da alfarroba. No tempo dos Romanos, a moeda de ouro, o “solidus” pesava 24 quilates (24 sementes de alfarroba- cerca de 4,5 gramas) e hoje em dia 24 quilates de ouro, significa 100% ouro; no caso dos diamantes 1 quilate é aproximadamente o peso de uma semente de alfarroba e fixado nos 0,2 gramas.

A Alfarrobeira (Ceratonia siliqua)

Apesar da Alfarrobeira ser uma árvore comum no Algarve, não é uma espécie indígena, na realidade tem sido cultivada no Médio Oriente por mais de 4000 anos! Contudo, hoje em dia, Portugal cultiva mais do que em qualquer outro local!

É uma árvore bastante característica devido ao grande número de vagens – alfarrobas que estão penduradas nos ramos e às vezes até mesmo do tronco. As alfarrobas são inicialmente verdes, depois tornam-se pretas à medida que vão amadurecendo e eventualmente caem no chão onde servem de alimento a alguns mamíferos.

Figura 3: Vagens de alfarroba maduras

Chipre foi o centro da antiga indústria da alfarroba, exportavam-na em grande quantidades, o seu cultivo foi amplamente divulgado pelos antigos viajantes. Os trabalhadores que construíram as pirâmides, provavelmente tinham algumas vagens nas suas lancheiras! Os Egípcios esmagavam as vagens para produzir uma bebida muito popular, tão popular que os Faraós enviavam representantes a Chipre para escolherem as melhores vagens para serem enviadas para o Egipto; também extraíam uma goma das sementes usada para produzir um líquido usado na mumificação.

As alfarrobas têm um outro nome estranho “Pão de São João”. Esta designação está relacionada com uma passagem na Bíblia (Mateus 3:4), que se refere a S. João Baptista a comer gafanhotos e mel para sobreviver enquanto viajava por regiões selvagens. Os Cristãos mais devotos, consideravam impróprio para um santo comer insectos e deram uma explicação alternativa, que S. João teria comido vagens de alfarroba e deste modo as alfarrobas ficaram conhecidas como o pão de S. João!

As alfarrobeiras foram propagadas pelos Gregos no Oeste do Mediterrâneo e depois trazidas pelos Mouros para a Península Ibérica.

Se colocar uma vagem em água e der uma pequena dentada, o sabor a chocolate é notório e de facto a alfarroba é amplamente utilizada como substituto do chocolate! Nutricionalmente é muito melhor que o chocolate, contem menos sacarose, quase nenhuma gordura, cerca de 8% de proteína, o dobro da fibra, vitamina A e B e inúmeros minerais; contem um terço das calorias do chocolate, não tem cafeína nem nenhum outro aditivo e por isto torna –se no substituto ideal do chocolate.

As flores da alfarrobeira são também bastante características e podem ser observadas a brotar do tronco! Algumas árvores são dióicas, isto é, algumas têm flores masculinas e outras têm flores femininas, no entanto algumas também podem ser hermafroditas, flores masculinas e femininas na mesma árvore. A árvore local aqui fotografada é hermafrodita, tem flores vermelhas masculinas, com os estames proeminentes e flores femininas com ovários. Algumas flores, podem ter estames masculinos e ovários femininos! As flores masculinas têm um cheiro intenso, descritas pelo historiador Romano, Plínio o Velho , como a cheirar a marinheiros Romanos!

Figura 6: Flores masculinas imaturas (Algar Seco, RM)
Figura 7: flores masculinas maduras com estames proeminentes (Algar Seco, RM)
Figura 8: Flores femininas maduras com ovários em vagens (Algar Seco, RM)

Que árvore tão interessante! Procure-a por aí e aprecie-a!

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Ou visite-nos no nosso dia aberto: Quintas-feiras das 10H15 às 12h00

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Agradecemos o seu apoio!

Esperamos vê-lo em breve!