Boletim Informativo janeiro 2023

 

 

Bem-vindos ao Novo Ano 2023

É um ano de mudanças para muitos, incluindo mudanças n’Os Amigos d’ A Rocha Portugal!

Em abril de 2015 fui convidada a fundar o Projeto Amigos d’ A Rocha para A Rocha Portugal.

Depois de realizar um estudo de viabilidade e convencer o Conselho da Direção que se tratava de um projeto viável, angariei fundos para custear a sua fundação e funcionamento durante os primeiros 2 anos. Foi também, contratado um Administrador de projeto, Filipa Bragança, que trabalhou em parte time para Os Amigos d’ A Rocha desde o início.

Já passaram quase 6 anos desde o momento que eu e a Filipa começamos a produzir o Boletim Informativo mensal d’ Os Amigos, a administrar as subscrições, as finanças, os Eventos para Amigos, a organizar a participação d’ Os Amigos em eventos de outras organizações, com o objetivo de divulgar o trabalho d’ A Rocha e encorajar as pessoas a se tornarem Amigos d’A Rocha.

Nos últimos 2 anos tenho vindo a demonstrar a intenção de me retirar, mas devido à pandemia, decidi permanecer para ajudar A Rocha a ultrapassar as dificuldades financeiras, inaugurando a Campanha Apoiar 2020, que se manteve todos os anos desde então.

Em janeiro de 2023, irei finalmente me retirar, o Marcial irá tomar as rédeas do projeto e desejo aos Amigos a continuação de sucesso no futuro.

A Filipa teve uma mudança emocionante na sua vida e agora está a trabalhar a tempo inteiro em Lagos, o que significa que já não irá ser voluntária no Dia Aberto às quintas-feiras de manhã, algo que tem feito nos últimos 12 anos. Todos iremos sentir a sua falta e desde já um agradecimento merecido por todo o seu voluntariado e trabalho n’ A Rocha.

De momento a Filipa irá continuar a produzir o Boletim Informativo e a administração d’ Os Amigos d’ A Rocha.

Tudo muda, esperançosamente irão aparecer novas pessoas com a responsabilidade de manter os Amigos, como um grupo alegre, com atitudes positivas, de pessoas maravilhosas que ajudam a proteger o nosso planeta. BOA SORTE!

Ambas, a Filipa e eu, desejamos-vos um Novo Ano com muita Saúde, Alegria e Sustentabilidade!

Helen

I
N
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TANTÂNEO

Parques Naturais em Portugal

Os Parques naturais são “áreas que contenham predominantemente ecossistemas naturais ou seminaturais, onde a preservação da biodiversidade a longo prazo possa depender de atividade humana, assegurando um fluxo sustentável de produtos naturais e de serviços“. Em Portugal existem 13 Parques Naturais.

Parque Natural da Ria Formosa

O Parque Natural da Ria Formosa está situado no Algarve, com uma área de cerca de 18 000 ha, abrange os concelhos de Faro, Loulé, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. É a área húmida mais importante do Algarve.

A área é caracterizada por um cordão dunar costeiro (praias e dunas) que protegem uma lagoa, onde é possível encontrar uma grande diversidade de habitats: ilhas barreira, dunas, estuários, salinas, lagoas de água doce, lagoas de água salobra, matos e áreas agrícolas. Tem um valor económico, social e ecológico muito importante. O Parque Natural foi criado em dezembro de 1987 com o objetivo da proteção e conservação do sistema dunar, a proteção da vida selvagem nativa e migradora e dos seus habitats e a sustentabilidade dos recursos económicos.

O estuário tem uma profundidade média de 2 metros e 14% da área está permanentemente debaixo de água; os cursos de água que desaguam na lagoa são essencialmente sazonais e a maior parte da água vem do mar. Devido à diversidade de habitats, à localização, clima e extensão, abriga uma grande variedade de vida selvagem como o Camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon), o Cavalo-marinho (Hippocampus sp) e é também muito importante para a avifauna (mais de 20 000 indivíduos invernantes).

O símbolo do parque é o Caimão-comum (Porphyrio porphyrio), uma espécie emblemática em que a sua população mais importante se localiza no Parque Natural da Ria Formosa.

EM VOO…

Watsonalla uncinula, Borkhausen, 1790

Família: Drepanidae

Envergadura: 18-35 mm (as fêmeas são maiores que os machos)

Habitat: Matos, florestas decíduas, bosques de carvalhos e jardins

Período de voo: janeiro a dezembro

Distribuição: Portugal, Espanha, França, Itália e parte Oeste e Sul da Península das Balcãs.

Notas: A lagarta alimenta-se de Quercus sp (folhas), Alnus sp, Betula sp e Fagus sp. O nome comum em Inglês (“hook tip”- ponta em gancho) está relacionado com o formato da ponta das asas anteriores e da marca preta que faz lembrar um gancho. Semelhante a Watsonalla binaria, ambas presentes no território Português mas W. uncinulla com uma distribuição mais alargada (encontra-se por todo o país) e com um maior período de voo.

 

Piu… Piu…

Gaio-comum (Garrulus glandarius, Linneu, 1758)

Família: Corvidae

Tamanho: 32 a 35 cm de comprimento Envergadura: 54 a 58 cm

Habitat: Bosques, pinhais, florestas de coníferas ou decíduas e jardins urbanos.

Estatuto: Residente (as populações do norte podem realizar pequenas migrações para regiões mais a sul).

Distribuição: Oeste da Europa até ao Nordeste de África e Ásia.

Notas: No estado selvagem pode viver até aos 18 anos. Pode imitar o som de outras aves. Alimenta-se de bolotas e outros frutos e desempenha um papel importante na regeneração da floresta.

 

SABIA QUE?

  • O final do ano trouxe-nos chuva e férias! Nesta altura do ano é possível observar algumas aves, como o Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), a Toutinegra-de-barrete-preto (Sylvia atricapilla), a Felosinha-comum (Phylloscopus collybita), o Rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros), a Alvéola-branca (Motacilla alba) e algumas limícolas como o Pilrito-de-peito-escuro (Calidris alpina) e a Tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola). Vale a pena visitar as zonas húmidas, nunca se sabe o que é possível encontrar!
  • O Dia Aberto na Cruzinha regressa no dia 5 de janeiro, para mais uma manhã emocionante! Visite-nos!

Árvores ornamentais

Nos nossos parques e jardins, é possível observar árvores maravilhosas, contudo a maior parte delas são exóticas! Plantas nativas de outras partes do mundo utilizadas como ornamentais. Talvez já tenha observado algumas delas…

 

Cinamomo (Melia azedarach (L.))

Família: Meliaceae

Tipo de planta: árvore de folha caduca

Tamanho: 7 a 12 metros

Distribuição: Nativa do Centro e Norte da Índia, China e Taiwan; introduzida em África, América e Europa.

Período de floração: Abril a maio

Curiosidade: Árvore de crescimento rápido. Um dos nomes comuns em Português é “Amargoseira” (árvore amarga) que se refere aos frutos que são amargos e venenosos para os humanos, mas que são apreciados por algumas aves. Os frutos eram utilizados para fabricar rosários. Esta espécie é considerada invasora em algumas partes do mundo (América do Norte).

REBENTO…U

Família: Plantaginaceae

Tipo de planta: Herbácea perene

Período de floração: Abril a outubro

Habitat: Prados, terrenos agrícolas, pastagens, orlas de estradas, baldios e áreas perturbadas pelo homem.

Distribuição: Nativa da Europa e Ásia mas amplamente naturalizada noutras partes do mundo (África e América).

Notas: Foi uma das primeiras plantas a chegar à América depois da colonização pelos Europeus. Cada planta pode produzir mais de 20 000 pequenas sementes. As folhas mais jovens são utilizadas em saladas e são ricas em Cálcio e vitaminas. Esta planta possui propriedades medicinais e é utilizada na medicina tradicional Chinesa (especialmente as folhas) para cicatrização de feridas, picadas, pés inchados, é anti-infeciosa e antipirética.

Tanchagem-maior (Plantago major, L.) 

DATAS A NÃO ESQUECER

1 de janeiro – Dia de Ano Novo/ Feriado Nacional

6 de janeiro – Dia de Reis

5, 12, 19 e 26 de janeiro – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12:30). Reserve aqui

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

O que caracteriza um bom presente de aniversário?

Sustentabilidade, inovação e descoberta!!

Pode encontrar tudo isso na Oferta de Amizade para os Amigos d’ A Rocha Portugal!!

 

Oferta de Amizade

Pensamento do mês 

“Ninguém irá proteger algo com que não importa e ninguém irá se importar com algo que nunca experimentou.” – David Attenborough, nascido em 1926, historiador natural (escreve e apresenta documentários de História Natural)

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES

A verdade acerca dos micro-ondas – tem medo dos micro-ondas? Todo o tipo de coisas têm sido ditas acerca dos micro-ondas…

Os micro-ondas são maus para a saúde?

  • De acordo com Organização Mundial de Saúde, quando usadas corretamente, não há nada de preocupante na radiação das micro-ondas. As micro-ondas utilizam radiação eletromagnética de baixa frequência – a mesma utilizada nas lâmpadas e rádios.
  • Quando colocamos os nossos alimentos no micro-ondas, estes absorvem as micro-ondas, que fazem as moléculas de água dos alimentos vibrar, esta fricção aquece os alimentos.
  • As micro-ondas fazem parte da radiação eletromagnética a que estamos expostos diariamente.

As micro-ondas são más para o ambiente?

  • Os micro-ondas são o modo mais eficiente de cozinhar.
  • A energia utilizada pelos micro-ondas é menor do que qualquer outra forma de cozinhar.
  • Sim, os micro-ondas utilizam eletricidade, mas não é nada quando comparado com o fogão elétrico, o fogão a gás, a fritadeira, a torradeira, etc
  • Contudo, pode otimizar o consumo de energia, desligando o micro-ondas da tomada, para evitar que continue a gastar energia quando não está a ser utilizado.

As micro-ondas são más para os nutrientes?

  • Alguns estudos compararam diferentes modos de cozinhar vegetais; não obtiveram uma resposta conclusiva quanto ao facto dos vegetais cozinhados no micro-ondas reterem mais ou menos nutrientes do que qualquer outro método de cozinhar.

Existe algo com que nos devemos preocupar?

  • Sim! Não é a radiação, nem são os nutrientes, mas os plásticos (outra vez!)
  • Normalmente aquecemos os alimentos no micro-ondas em recipientes de plástico. Quando expostos ao calor, os aditivos plásticos quebram e infiltram-se nos alimentos.
  • Num estudo realizado em 2021, os cientistas analisaram mais de 400 recipientes de plástico para guardar alimentos e descobriram que a maior parte libertava químicos que quebravam as hormonas.
  • Os ftalatos são os plastificantes mais comuns, encontrados em recipientes de takeaway, embalagens de plástico e garrafas de água.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Vida Marinha

O mar é grande parte do nosso planeta e ainda temos muito para descobrir! Está ameaçado pela atividade humana – poluição! Como os microplásticos (partículas muito pequenas de plástico que flutuam na coluna de água), que acabam por ser ingeridos por grande parte dos animais marinhos…. Alguns lutam pela sobrevivência e outros acabam nos nossos pratos. Vamos descobri-los.

 

Mexilhão-comum (Mytilus edulis)

Filo: Mollusca

Classe: Bivalvia

Dimensão: 5 a 10 cm (média)

Longevidade: 7 a 18 anos

Distribuição: Áreas costeiras do Atlântico Norte (América do Norte, Europa e Paleártico Norte).

Habitat: Zona sub-tidal e inter-tidal rochosa, água salgada e salobra, estuários, áreas frias a temperadas.

Comportamento: espécie semi-séssil, agarrada a um substrato no estado adulto (no entanto pode-se soltar e agarrar-se noutro substrato caso o alimento esteja indisponível).

Hábitos alimentares: Filtrador, filtra tudo o que encontra na coluna de água com as dimensões adequadas para ingerir (fitoplâncton, pequenas diatomáceas, dinoflagelados…)

Importância ecológica: Remove sedimentos da coluna de água (elevada tolerância a níveis altos de sedimentos), serve de habitat e alimento para outros animais, serve de substrato para as algas se agarrarem (aumento da diversidade local), pode também limitar o crescimento das algas (considerado um problema em algumas regiões), as suas larvas são uma importante fonte de alimento para outras espécies (aves e peixes), são utilizados como bioindicadores de contaminação ambiental e são economicamente importantes para o homem (como fonte de alimento e aquacultura).

Campeões da Sustentabilidade

Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.

Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.

Dick Pearce e Amigos de Cornwall – Inglaterra

Esta start-up construiu pranchas para oferecer, em 140 praias do Reino Unido, para prevenir a poluição por plásticos!

O conceito, conhecido como “Surf Wood for Good” (Surf de madeira para sempre), foi testado no verão passado por Dick Pearce e os seus amigos, uma empresa que constrói pranchas artesanais em madeira em Newquay, Cornwall. De acordo com o fundador, o contraplacado de bétula artesanal utilizado como matéria-prima, é amigo do ambiente e tem outros benefícios comparado com o barato poliestireno.

A campanha começou devido ao facto de, todos os anos, cerca de 16 000 pranchas de poliestireno serem descartadas nas praias do Reino Unido. Ao desintegrarem-se libertam pedaços de poliestireno nos oceanos, que são normalmente confundidos com comida, para os animais marinhos. O fundador desta campanha queria oferecer uma alternativa sustentável a estas pranchas descartáveis e construir uma versão que durasse para sempre.   No verão de 2021, Jamie teve a ideia de um plano para combater a epidemia e depois de falar com Dan da empresa “Little Goat Gruff “ em St Ives, a sua ideia tornou-se realidade.

Em parceria com algumas empresas costeiras do Reino Unido, distribuiu pranchas de madeira do Dick Pearce que podiam ser emprestadas aos banhistas.

No total 140 pranchas foram oferecidas às lojas de surf e Organizações na Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte, Devon, Cornwall e outras zonas costeiras.

Visite o website aqui

Consulte o website com as datas dos passeios organizados

www.arochalife.com  

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Guillaume Réthoré (Gui) – A minha vida com as aves: Gaivota-tridáctila (Rissa tridactyla)

As Gaivotas-tridáctilas (Rissa tridactyla) são aves de passagem regular, ao longo da costa Portuguesa, durante o outono. Na maioria das vezes é possível observar alguns indivíduos à distância. Nalguns anos, aparecem em grandes números e 2022 foi um desses anos. Foram registadas muitas Gaivotas-tridáctilas e algumas muito perto da costa. Foram observadas em portos e até em terra firme no Cabo de São Vicente, alguns indivíduos alimentavam-se na base das arribas, permitindo magníficas observações.

Os adultos têm as partes inferiores brancas, o dorso e asas pretos. Eu considero a plumagem dos juvenis muito mais bonita com a marca em forma de W preta no dorso e asas.

A ave da fotografia é um indivíduo de primeiro inverno fotografado no Cabo de São Vicente em dezembro de 2022. Esta ave fazia parte de um bando com cerca de 30 indivíduos que se alimentava na base da arriba juntamente com Tordas-mergulheiras (Alca torda) e Guinchos-comuns (Chroicocephalus ridibundus).

Texto e fotografia de Guillaume Réthoré

Edição: Filipa Bragança

Revisão Inglês: Helen Rodda

Revisão Português: Lena Soares

Controle de produção: Helen Rodda

Email: friends.arpt@arocha.org

www.arocha.pt

Obrigado por nos apoiar!

Esperemos vê-lo em breve!