Boletim Informativo junho 2020

 

Queridos Amigos

Bem-vindos ao nosso Boletim Informativo de junho, esperamos que estejam a resistir à tempestade do Covid 19 e que estejam bem de saúde assim como as vossas famílias.

No ultimo mês falei-vos das circunstâncias difíceis que A Rocha e os seus funcionários estavam a atravessar, devido ao encerramento do Centro d’ A Rocha, Cruzinha, bem como de todos os meios de obter rendimentos.

Iniciamos um pedido de donativos no final de abril, com a esperança de angariar 20 000 Euros até julho de 2020, para permitir que os funcionários continuem a trabalhar e que o Centro, Cruzinha continue aberto. Todos os funcionários têm estado de licença e o Centro tem estado fechado para visitas.

Estou muito feliz por anunciar que atingimos o nosso objetivo e emocionada por continuarmos a receber donativos, o que nos permitirá, esperemos, reabrir em julho e que todos os funcionários poderão regressar ao seu trabalho. Os tempos são incertos, por este motivo o nosso pedido de donativos, manter-se- à, como planeado até ao final de julho. No Boletim Informativo de Julho iremos dar mais informação acerca da nossa campanha de donativos e o valor total que conseguimos angariar.

O apoio e a generosidade que recebemos de muitos de vós, tem sido verdadeiramente maravilhoso e arrebatador e é de todo o nosso coração que dizemos MUITO OBRIGADO.

Se ainda quiser contribuir por favor faça-o aqui

Helen Rodda

I
N
S
TANTÂNEO

Ekaterina Egorova (Katia)

Idade: 26

Nacionalidade: Russa

De momento estou desempregada. Estudei economia e finanças na Universidade Federal Nordeste da Rússia. Trabalhei no mundo das finanças e investimentos durante 2 anos: primeiro num banco, onde estava responsável pela manutenção de contas correntes jurídicas e posteriormente no investimento público como gestora de projeto; estava responsável principalmente pela gestão de contas relacionadas com empresas subsidiadas.

Cheguei à A Rocha a 18 de março de 2020 (durante o estado de emergência), como voluntária.  O meu projeto está relacionado com os “Microplásticos”, grande problema! Decidi vir para A Rocha porque um dos meus desejos era fazer voluntariado, em particular na área Ambiental; mas também gosto muito de viajar e descobrir novos locais.

Para mim participar neste projeto é uma oportunidade para aprender o máximo sobre ambiente e Conservação da Natureza. Estou ansiosa pelo fim da quarentena para dar o meu contributo no trabalho d’ A Rocha.

Até ao momento, a minha experiência tem sido principalmente de observação. Estou impressionada com a beleza da natureza e com a diversidade de aves e insetos que aqui posso encontrar. O mais interessante tem sido a monitorização de aves e borboletas; revelaram-se de um outro ponto de vista, comecei a dar-lhes mais atenção e sinto que agora estão mais perto de mim.

Gosto de aves, mas ainda não decidi qual a que gosto mais, gosto de todas 😊 Vi um mocho-galego apenas uma vez e ficou-me no coração, por isso, talvez os mochos são a minha ave preferida! 😊

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Azul-comum

(Polyommatus icarus, Rottemburg, 1775)

Morfologia: é uma pequena borboleta da Família Lycaenidae, com envergadura entre os 28 e os 36 mm; a parte superior das asas é azulada ou azul-violeta com margem branca e a asa posterior apresenta pontos laranja ao longo do bordo exterior. As partes inferiores das asas são acinzentados com numerosas manchas contornadas a preto e branco, a asa posterior também apresenta manchas laranja na margem. As fêmeas são em geral mais acastanhadas. Apresenta 2 a 3 gerações por ano. Os adultos voam entre maio e setembro.

Habitat: Grande variedade de habitats, pastagens, clareiras de bosques, prados, charnecas e dunas costeiras; é mais abundante em pastagens calcárias.

Distribuição: Europa, desde o Norte da Escandinávia até às mais pequenas ilhas do Mediterrâneo, Médio Oriente, através da Ásia Temperada até ao Norte da China, Norte de África e Ilhas Canárias.

Notas: As lagartas alimentam-se de plantas da Família Fabaceae. Os adultos podem viver até 3 semanas. Esta espécie é muito semelhante a P. cellina, a identificação só é possível através da análise de ADN; a P. cellina ocorre no Sul de Espanha, Norte de África e Ilhas Canárias.

Piu… Piu…

Melro-azul

(Monticola solitarius, Linnaeus, 1758)

Identificação: é um passeriforme da Família Turdidae, tem entre 17 a 20 cm de comprimento. Os machos têm cor preto-azulada uniforme, com asas escuras e bico fino e escuro; as fêmeas e os juvenis são mais acastanhados com partes inferiores mais pálidas e pintalgadas.

Habitat e Ecologia: durante o período de reprodução pode ser observado em falésias escarpadas, áreas rochosas, arribas costeiras, promontórios, mas também em ruínas ou edifícios isolados. No Sul da Europa é comum em áreas urbanas, nos telhados, igrejas, castelos ou monumentos. O ninho é em forma de taça e feito de ervas secas, construído em buracos nas árvores ou nas rochas, normalmente a cerca de 3 a 5 metros do chão.

Distribuição: Sul da Europa, Noroeste de África e Sul da Ásia. É em geral uma ave residente na maior parte da sua área de distribuição, mas algumas populações que nidificam a altitudes elevadas podem fazer pequenas migrações para altitudes mais baixas. Em Portugal ocorre um pouco por todo o país, contudo a sua distribuição não é homogénea e está ausente de algumas regiões. No Algarve pode ser facilmente observado na Costa Sudoeste, na zona de Sagres.

Estado de Conservação: Pouco preocupante na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Nalguns países como Espanha e Itália, esta espécie sofreu um declínio acentuado, devido ao desenvolvimento turístico costeiro.

SABIA QUE?

Durante este estranho período, A Rocha conseguiu prosseguir algum do seu trabalho; este trabalho tem sido feito principalmente por voluntários. O trabalho é realizado principalmente no exterior o que permite cumprir as regras do distanciamento social.

Os projetos científicos são uma parte importante do trabalho d’ A Rocha, levado a cabo por voluntários. Foi possível continuar a anilhagem de passeriformes (Estação de esforço constante), a monitorização de borboletas e a contagem de limícolas. Em maio também teve início o Censo de Aves Comuns. A informação recolhida é de extrema importância e este procedimento tem que ser feito regularmente.

No mês passado foram capturadas algumas espécies interessantes: Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), Pintassilgo (Carduelis carduelis), Pardal-comum (Passer domesticus), Melro (Turdus merula), Estorninho-preto (Sturnus unicolor), Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica), Rouxinol-bravo (Cettia cetti), Charneco (Cyanopica cookie), Poupa (Upupa epops), Chamariz (Serinus serinus), Guarda-rios (Alcedo athis) e Toutinegra-dos-valados (Sylvia melanocephala).

Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca)
Pintassilgo (Carduelis carduelis) com o bico deformado

Lembra-se do pequeno vídeo, do mês passado, dos meus “vizinhos”? Eles cresceram rapidamente e voaram do ninho. Os progenitores por outro lado, não pararam e já recomeçaram de novo o processo! Têm andado muito ocupados!!

Perceve (Pollicipes pollicipes)

O Perceve é um crustáceo marinho da Ordem Pedunculata e vive agarrado a superficies duras, como rochas, na zona intertidal do oceano (zona onde o mar encontra terra, entre a maré alta e baixa).

Morfologicamente está dividido em capitulum ou unha e pedicelo ( figura 1). O capitulum serve principalmente de proteção do animal contra predadores ou para evitar a desidratação na maré baixa e consiste em conchas calcárias. O pedicelo é a parte inferior do Perceve, é alongado e flexível, revestido por pequenas escamas e protege os órgãos reprodutores e a glândula adesiva que produz a substância que permite ao animal agarrar-se ao substrato. Podem atingir cerca de 12 cm de comprimento, mas em geral atingem os 5 cm. A espécie forma numerosos agregados e filtra a água para se alimentar.

A distribuição natural da espécie é o nordeste Atlântico entre a costa Oeste do Reino Unido e o Senegal, pode também ser encontrado no Oeste do Mediterrâneo, mais concretamente na costa Africana.

O Perceve é uma iguaria muito apreciada em Portugal e Espanha. De acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) a espécie é considerada como “Não Avaliada” (Not Evaluated), o que significa que não existe informação suficiente sobre o tamanho da população. Em Portugal (Costa Sudoeste do Algarve e Alentejo) e Espanha a apanha deste crustáceo é uma importante fonte de rendimento para as famílias, mas esta atividade teve durante muito tempo sem legislação. Hoje em dia a apanha está legislada, controlada e existem limites para a sua captura.

O nome em inglês Goose Barnacle (Craca ganso) deriva de tempos antigos, antes do conhecimento da migração e evolução das aves; pensava-se que o Ganso-de-faces-brancas (Branta leucopsis) se teria desenvolvido a partir deste crustáceo, porque esta ave nunca era observada a nidificar na Europa (apenas nidifica em regiões perto do Ártico), este facto era também apoiado por semelhanças na cor e forma. Os perceves eram normalmente observados agarrados a pedaços de madeira que flutuavam na água e assumiram que estes estavam agarrados aos ramos das árvores antes de chegarem à água.

REBENTO…U

Identificação: É uma árvore de folha perene, de crescimento lento e de tamanho médio, pode atingir cerca de 25 metros de altura, mas normalmente entre os 10 e os 15 metros. A copa é larga e irregular, as folhas são simples e verde escuras, brilhantes na face superior, mais claras e com pequenos pelos na face inferior. O tronco apresenta uma casca suberosa e dura, a cortiça. A espécie é monoica (flores femininas e masculinas no mesmo indivíduo) no entanto os sexos encontram-se em flores separadas. Floresce de abril a maio. O fruto é uma bolota.

Habitat e Distribuição: cresce em bosques com clima Mediterrâneo, é raro em solos calcários, prefere solos húmidos; tolera bem ventos fortes, mas não ventos marítimos. Nativo do sul da Europa e Norte de África.

Notas: A cortiça permite à árvore sobreviver ao fogo; o sobreiro é considerado uma espécie florestal com um valor económico elevado e é utilizado por muitas indústrias (roupa, calçado, malas, rolhas e postais). O fruto é usado como ração para animais. Portugal é o maior produtor de cortiça a nível mundial!

Sobreiro (Quercus suber, L.)

DATAS A NÃO ESQUECER

1 de junho – Dia da Criança

4, 11, 18 e 25 de junho – Dia aberto (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10H15 às 12h) A confirmar

5 de junho – Dia Mundial do Ambiente

10 de junho – Dia de Portugal (Feriado nacional)

11 de junho – Corpo de Deus (Feriado nacional)

13 de junho – Dia de Santo António (Feriado Municipal em Lisboa)

24 de junho – Dia de São Pedro

29 de junho – dia de São João (Feriado Municipal no Porto)

 

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
(+351) 919191941/ 282482409
www.swandayspa.pt

Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
(+351) 282412562/ 925433047
www.transfair.com.pt

Estrada principal Quatro Estradas de Alvor, nº 30

8500 – 045 Portimão

(+351) 911597735

Encerrado à terça-feira

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Nunca é cedo demais para pensar no que poderá oferecer a alguém especial pelo seu Aniversário. Que tal uma “Oferta de Amizade” para os Amigos d’A Rocha Portugal”?

Oferta de Amizade

Pensamento do mês

“A lógica leva-o de A a Z; a imaginação leva-o a qualquer lugar” – Albert Einstein (1879-1955, Físico Alemão)

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Reduzir o consumo de energia não é apenas ser amigo do ambiente, mas também é um modo de poupar dinheiro!

Como poupar energia na sua casa?

Na aquisição de um novo aparelho eléctrico, tenha sempre em consideração a etiqueta de eficiência energética na parte exterior, criada pela União Europeia, para informar o consumidor sobre a eficiência, consumo, rendimento, capacidade e ruído dos electrodomésticos.

Máquina de lavar roupa

  • Lave sempre a quantidade máxima de roupa recomendada pelo fabricante. Nunca lave duas ou três peças de roupa de cada vez.
  • Utilize programas a baixas temperaturas, preferencialmente com água fria. A maior parte da energia gasta na lavagem é no aquecimento da água.
  • Mantenha o filtro da máquina limpo.
  • Utilize os programas económicos de lavagem, se a opção estiver disponível. Consumirá menos energia (e água).
  • Use um detergente que permita lavar a frio ou dissolva previamente o seu detergente em pó melhorando o seu desempenho em água fria.
  • O calcário da água pode danificar a resistência eléctrica levando a um aumento do consumo eléctrico e possível avaria do equipamento, pelo que o uso de um anti-calcário é recomendado.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

CHARCOS TEMPORÁRIOS

Os charcos temporários, são charcos que têm apenas alguns centímetros de profundidade, isolados de qualquer tipo de águas permanentes e que não estão ligados a nenhuma linha de água. São chamados de temporários porque sofrem períodos cíclicos de inundação e seca, também têm flora e fauna característica que está bem adaptada a esta situação.

Este ecossistema é típico da bacia Mediterrânea e tem coexistido ao longo do tempo, associado a métodos agrícolas tradicionais. A conservação destes ecossistemas é muito importante, juntamente com atividades agrícolas tradicionais e pecuária.

Estes charcos encontram-se ameaçados, são ecologicamente frágeis e o seu valor Ambiental é desconhecido; albergam uma grande diversidade e peculiaridade de plantas e alguns crustáceos que têm uma distribuição restrita.

Os Charcos Mediterrâneos temporários estão localizados em depressões pouco profundas, com cerca de 50 cm, esta característica permite que a luz do sol penetre até ao fundo e que sejam colonizados por diferentes tipos de plantas. Os charcos bem preservados são pobres em nutrientes e material orgânico e possuem água límpida. A água acumula-se devido à existência de uma camada de solo menos permeável.

Os charcos temporários são muito importantes porque:

  • São ricos em biodiversidade (habitat de flora e fauna ameaçada)
  • São habitats de água doce únicos na Europa
  • Aumentam a conectividade com outros habitats de água doce
  • Contribuem para a diversidade da paisagem e do bem estar humano
  • Contribuem para uma importante reserva de água face às alterações climáticas
  • São um importante património cultural, que reflete o balanço entre natureza e o homem

Em Portugal os charcos temporários são habitats importantes na Costa Alentejana e Vicentina (Parque Natural). Embora os charcos temporários sejam alvo de leis proteção ambientais, são ainda habitats muito frágeis e ameaçados, as principais ameaças são:

  • ignorância acerca da importância este habitat
  • Invasão por espécies exóticas
  • Fragmentação do habitat
  • Pressão humana e construção
  • Práticas florestais
  • Alterações climáticas
  • Agricultura
  • Pecuária intensiva

Em 2013 teve início um programa financiado pela União Europeia: “Life Charcos” com vista à Conservação dos Charcos Temporários na Costa Sudoeste. Saiba mais aqui .

          Vamos cozinhar!

Kaiserschmarrn (Para 2 pessoas)

3 ovos

100 ml leite

50 grs manteiga

15 grs açúcar

8 grs açúcar de baunilha

sal qb

raspa de 1 limão

100 grs de farinha

25 grs passas de uva

1 dl rum

Colocar as passas a demolhar em rum. Reservar. Separar as gemas das claras . Levantar as claras em castelo e reservar . Às gemas adicionar o leite, 15 grs açúcar, uma pitada de sal e a raspa de limão . Misturar bem e adicionar aos poucos 100 grs de farinha . Envolver, igualmente aos poucos as claras em castelo até formar uma massa homogénea mas leve. Pré aquecer um sauté antiaderente e adicionar a manteiga. Quando estiver bem derretida adicionar o preparado anterior . Deixar cozinhar em lume brando durante cerca de 2 minutos . Escorrer do rum as passas de uva e adicionar no preparado que está a cozinhar. Com ajuda de duas espátulas voltar o conteúdo do sauté . Deixe cozinhar por cerca de 1 minuto sempre em lume brando . Com  a ajuda de espátulas ou colheres partir em  pedaços grandes o “bolo” que entretanto se formou . Em  fogo mais forte saltear os pedaços partidos com adição de açúcar de baunilha ou açúcar em pó durante cerca de 40 segundos ou até caramelizar a gosto . Servir quente acompanhado de compota de ameixa .

Portugueses querem maior eficácia no combate aos crimes contra o ambiente

Os portugueses consideram muito importantes os crimes contra o ambiente, e querem maior eficácia no combate a estes delitos, o que poderá passar por sentenças mais pesadas. São estas as conclusões de um inquérito realizado pela SPEA no âmbito do projeto LIFE Nature Guardians, que visa melhorar a eficácia do combate aos crimes contra a Natureza.

No inquérito realizado a 700 portugueses, 80% dos inquiridos considera que o governo não dá importância suficiente às questões ambientais e quase 90% considera que os crimes contra o ambiente são tão ou mais importantes que outros tipos de delitos.

Mais informação: https://www.spea.pt/portugueses-querem-maior-eficacia-no-combate-aos-crimes-contra-o-ambiente/

Consulte o website para saber datas dos passeios organizados

  www.arochalife.com  

As aves da Ria de Alvor 2019

Em 2019, um total de 181 espécies de aves foram observadas no site Natura 2000 da Ria de Alvor (que inclui as salinas de Odiáxere, a parte este da Meia Praia, o sapal oeste, Abicada e as dunas de Alvor). Uma espécie nova foi acrescentada à lista: Pêrra (Aythya nyroca) perfazendo agora um total de 320 espécies registadas na Ria de Alvor.

Pêrra (Aythya nyroca)

Entre os registos interessantes, podemos também mencionar: a invernagem de 2 Garças-brancas-grandes (Ardea alba), as inúmeras Garças-vermelhas (Ardea purpurea) vistas na migração, o maior grupo de Ibis-pretas (Plegadis falcinellus) registado na zona até agora, várias observações de Cegonha-preta (Ciconia nigra) durante o inverno, números elevados de Flamingos (Phoenicopterus roseus) presentes durante quase todo o ano, números muito baixos de Pernilongos (Himantopus himantopus), que desapareceram do sapal oeste, e de Alfaiates (Recurvirostra avosetta), vários avistamentos de Gaivotas-de-bico-fino (Chroicocephalus genei) na zona, o que é pouco comum e também um possível record no número de Gaivotas-de-audouin (Ichthyaetus audouinii) observadas, um elevado número de Piscos-de-peito-azul  (Luscinia svecica) invernando na zona, poucas observações de Picanço-real (Lanius meridionalis) e um número cada vez mais alto de registos de Pega-rabuda (Pica pica).

Fotografias e texto de Guillaume Réthoré

O evento mais marcante do ano foi o colapso de uma parte do dique principal, o que provocou uma grande mudança na zona. Na maré alta, a água inunda as partes baixa e alta do sapal oeste. Essa mudança afetou a paisagem e a vegetação. Também provocou um impacto nas aves presentes na zona e de certeza haverá efeitos a longo prazo que irão refletir-se nas aves registadas nos próximos anos.

No que respeita as aves, as observações mais marcantes foram uma Gaivina-rosada (Sterna dougallii), uma Escrevedeira-das-neves (Plectrophenax nivalis) que ficou bastante tempo em Alvor, um Tordo-zornal (Turdus pilaris), um Pardal-francês (Petronia petronia), uma Pilrito-de-temminck (Calidris temminckii), um Perna-amarela-pequeno (Tringa flavipes), e a 3ª Mobelha-grande (Gavia immer) da zona.

Escrevedeira-das-neves (Plectrophenax nivalis)

Gostaríamos de agradecer ao Roger Mcilroy pelos fantásticos e interessantes artigos e pelas fotos maravilhosas com os quais contribuiu para o nosso Boletim Informativo ao longo destes últimos 12 meses. Esperamos que possamos voltar a trabalhar juntos num futuro próximo, OBRIGADA ROGER!

Este mês, Robin Harvey, um Amigo d’ A Rocha, escreveu este artigo para o nosso Boletim Informativo. Gostaríamos de agradecer-lhe pelo seu contributo.

Chorão – um lobo com pelo de ovelha!

À primeira vista, esta planta parece atrativa e inofensiva. O seu nome científico é Carpobrotus edulis, é um membro da Família Aizoaceae e sim é comestível! A sua flor amarela ou rosa com cerca de 7 cm de diâmetro (fig 1a e b) é semelhante às pequenas flores de Mesembryanthemum, que crescem como plantas ornamentais em jardins e locais públicos por toda a Europa.

 O chorão é originário da África-do-Sul, como muitas outras exóticas que observamos no Sul da Europa. São todas suculentas e armazenam muita água nas suas folhas carnudas. As folhas do Chorão são arredondadas com cerca de 8 cm e transversalmente têm forma triangular, frequentemente possuem ramificações. Infelizmente ao contrário das suas parentes, esta planta é “ameaçadora”!

Atualmente foi introduzida em muitos países, prosperou em zonas arenosas, rochosas e até mesmo em arribas. Em Inglaterra, a National Trust (Associação sem fins lucrativos para a Conservação Ambiental e Cultural) tem investido um grande esforço para a sua remoção de arribas, onde compete com a vegetação nativa.

No Algarve pode ser encontrada em muitos locais: no campo de golfe de São Lourenço, no extremo virado ao mar, na Quinta do Lago, nas dunas de Alvor e provavelmente no pior de todos, nas arribas em Sagres (fig 2), na qual conquistou vastas áreas à maravilhosa flora nativa. Uma única planta pode ocupar uma área de 50 metros quadrados! Enraíza em contacto com o solo e propaga-se vegetativamente deste modo. Se produzisse sementes tão eficazmente como se propaga no solo, seria um problema ainda maior.  Enquanto a planta é removida facilmente à mão, as clareiras podem ser colonizadas por outras espécies de plantas a não ser que sejam feitos esforços para plantar plantas indígenas.

Visito o Algarve há mais de 10 anos e parece que o Chorão é cada vez mais predominante. Fico com a impressão que o problema não está a ser encarado com seriedade por parte daqueles que possuem as terras ou fazem a sua gestão e por parte do Parque Natural. Se não forem tomadas medidas, a flora primaveril da gloriosa costa do Algarve poderá tornar-se numa memória. Talvez seja altura de formar um grupo de “Amigos da Costa do Algarve” para combater e alertar mais pessoas para o perigo que o Chorão representa?

Robin Harvey

Figura 1a: Flores amarelas do Chorão
Figura 1b: Flores rosa do Chorão
Figura 2: Paisagem de Sagres com Chorão

Se tem alguma questão por favor não hesite em contactar-nos:

friends.arpt@arocha.org

O nosso escritório está aberto de segunda a quarta das 9h às 12h

Ou visite-nos no nosso dia aberto: Quintas-feiras das 10H15 às 12h00

Consulte o mapa: https://arocha.pt/pt/contacte-nos/

Coordenadas GPS

37°08’39.8″N (37.1444) 8°36’29.2″W (-8.6081)

(+351) 282 968 380

Agradecemos o seu apoio!

Esperamos vê-lo em breve!