Boletim Informativo novembro 2022

 

 

Feliz 5º Aniversário dos Amigos d’ A Rocha Portugal

Este mês descubra a grande ave branca e a pequena flor cor-de-rosa

Helen e Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

Branca Edmée Marques

Cientista química portuguesa

Nascimento: 14 de abril 1899, Lisboa

Falecimento: 19 de julho, 1986, Lisboa

Branca Edmée Marques nasceu em Lisboa, Portugal; a sua infância foi marcada pela morte do seu pai, quando tinha apenas 8 anos de idade, a sua educação ficou a cargo da sua mãe. Depois de completar a escola secundária, ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para estudar Química e Física; Branca teve as melhores notas em todas as cadeiras e foi convidada para professora assistente em 1924 (um ano antes de terminar os estudos), foi a primeira e única mulher (na altura) a trabalhar no Laboratório de Química da Universidade.

Em 1930, Branca candidatou-se a uma bolsa de estudo para o estrangeiro, a qual lhe foi atribuída em novembro de 1931; nessa altura foi para França para o Laboratório de Marie Curie, para trabalhar em investigação na área da física nuclear e radioatividade sob a supervisão de Marie Curie. Em 1935, depois da morte de Marie Curie, Branca conseguiu o seu doutoramento pela Universidade de Sorbonne com a tese Novas pesquisas no fracionamento de sais de bário irradiantes (New research on the fragmentation of radiferous barium salts). De regresso a Portugal o seu doutoramento foi reconhecido pela Universidade Portuguesa. Em 1936, Branca cria o primeiro Laboratório de Investigação de Química da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Durante a sua vida fez pesquisa na área da química nuclear, radioquímica e na aplicação terapêutica de radioisótopos; publicou diversos artigos e foi professora assistente na Universidade de Lisboa desde 1942. Foi apenas em 1966 que finalmente lhe foi atribuída a posição de professora catedrática, tornando-se na primeira mulher em Portugal com cátedra na área de Química.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Caradrina clavipalpis, Scopoli, 1763

Morfologia: É uma macro traça da família Noctuidae, com envergadura entre 26 e 35 mm. As asas anteriores possuem uma coloração que pode variar do amarelo claro ao cinzento-acastanhado e apresenta um pintalgado distinto com 3 a 4 pontos escuros ao longo da costa (borda exterior); apresenta uma marca em forma de rim, normalmente mais escura que a cor de fundo e uma linha subterminal clara. As asas posteriores são esbranquiçadas com uma banda terminal de cor cinza. Os adultos voam de abril a outubro (dependendo da localização).

Habitat: Pastagens, matos, bosques abertos e parques.

Distribuição: Europa, Norte de África e partes da Ásia.

Notas: A larva é polifágica e alimenta-se de diversas herbáceas, como Plantago sp e alguns cereais. Esta espécie foi introduzida na América do Norte, foi registada pela primeira em 1993, a sua área de distribuição parece ter vindo a aumentar.

Piu… Piu…

Garça-branca-grande

(Egretta alba, Linnaeus, 1758)

Fotografia de Guillaume Réthoré

Identificação: É uma garça grande da Família Ardeidae, com 85 a 100 cm de comprimento e envergadura entre 145 e 170 cm. A plumagem é inteiramente branca, o bico é amarelo e as patas são escuras fora da época de reprodução (durante a época de reprodução o bico fica mais escuro e amarelo junto ao loro e as patas ficam amareladas). Muito semelhante à Garça-branca (Egretta garzetta), mas maior. Mais elegante, com patas e pescoço mais longo. As fêmeas e os machos são semelhantes.

Habitat e Ecologia: Nidifica em colónias, em pântanos ou lagos pouco profundos, em caniçais e zonas húmidas com algumas árvores. A dieta consiste em peixes, rãs e outros anfíbios, pequenos mamíferos, ocasionalmente crustáceos e insetos (esta espécie impala as suas presas com o seu bico longo e afiado).

Distribuição: Distribuição alargada, Europa, África, América, Ásia e Oceânia. Em Portugal, no passado (até ao final de 1990) era uma espécie rara, hoje em dia é mais comum e pode ser observada em algumas zonas húmidas principalmente durante o inverno.

Estado de Conservação: Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A tendência populacional geral é desconhecida, algumas populações parecem estar a aumentar enquanto outras estão a diminuir.

SABIA QUE?

  • Marco Ramos da empresa de passeios e aluguer de bicicletas Tik Tak em Alvor, emprestou uma bicicleta a uma voluntária d’A Rocha. Marco está envolvido num projeto de ciclismo comunitário em parceria com o Município de Portimão. Este projeto tem como objetivo ajudar os jovens, fornecendo-lhes bicicletas, ensinando-os a andar de bicicleta, à sua manutenção e reparação e muito mais. Agora o Marco também nos está a ajudar. Obrigada Marco!

  • Os Amigos d’A Rocha Portugal estiveram mais uma vez no Festival de Observação de Aves em Sagres! Foi um evento maravilhoso, um obrigada especial a todos os voluntários que ajudaram no stand d’ Os Amigos d’ A Rocha!
  • Pela primeira vez A Rocha Portugal foi convidada a participar na exposição “Viver melhor em Portugal” BLIP (Better Living in Portugal). Durante o evento foi dada oportunidade aos visitantes do nosso stand de participar num sorteio. O sorteio teve lugar na quinta-feira dia 13 de outubro na Cruzinha e foram 10 os sortudos contemplados… todos irão receber 1 ano de subscrição nos Amigos d’A Rocha Portugal a começar neste mês. PARABÉNS!!!

Stand d’ Os Amigos d’A Rocha no BLIP
Stand d’ Os Amigos d’A Rocha no Festival de Observação de Aves de Sagres
Sorteio realizado na Cruzinha
  • Este ano, mais uma vez tivemos a visita e ajuda da Heather Coats, para mais uma temporada de anilhagem de outono! Durante este período foram capturadas algumas espécies interessantes como o Noitibó-da-europa (Caprumulgus europeus), Toutinegra-carrasqueira (Curruca cantilans), Narceja-comum (Gallinago gallinago) e outras aves mais comuns como a Toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), a Felosinha (Phylloscopus collybita) e o Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula).

  • No dia 6 de novembro A Rocha irá participar no Walk & Art Fest, com 2 passeios de observação de aves! Junte-se a nós e venha conhecer as aves da mata de Barão de São João. Mais informação aqui
  • No dia 23 de novembro junte-se ao nosso último Evento para Amigos! Mais informação abaixo.

Evento para Amigos – 23 de novembro – Artesanato reciclado com espírito natalício

Este Evento de Artesanato Natalício Reciclado foi solicitado por alguns “Amigos” depois da sua experiência no primeiro evento dinamizado pela Elisabete no princípio deste ano. Terá lugar na Cruzinha e irá começar às 10h30.

Serão criados “Anjos e Flocos de Neve” para a época festiva.

O almoço será servido às 13h e deverá terminar por volta das 14h30

Amigos – 20 €  Não Amigos– 25 €

Reserve aqui

ESPÉCIES INVASORAS

Guaxinim (Procyon lotor, Linnaeus, 1758)

Filo: Chordata

Classe: Mammalia

Ordem: Carnivora

Familia: Procyonidae

Origem: América Central e América do Norte

Dimensões: 75 a 100 cm

O Guaxinim é um carnívoro de tamanho médio com corpo atarracado e pernas curtas. A pelagem é castanho-escura com uma máscara preta e cauda anelada (preta e branca); nos ombros e nas costas a pelagem é castanho-avermelhada, no entanto a variação da cor é muito comum (preta, laranja, canela de acordo com a distribuição). A face é branca e possui tufos de pelos nas bochechas o que dá a impressão de uma cabeça larga. A coluna vertebral é curva dando-lhe um aspeto arredondado, semelhante a um urso. As fêmeas e os machos são semelhantes na cor, mas os machos são em geral maiores e mais pesados.

Esta espécie é nativa da América do Norte e Central e possui uma distribuição alargada (do Panamá ao Canadá e Alasca). O Guaxinim foi introduzida em algumas Ilhas do Caribe, na Europa de Leste e Oeste e em algumas partes do Japão. Ocorre numa grande variedade de habitats, normalmente associados a água (bosques, zonas húmidas, zonas agrícolas e espaços urbanos). A dieta é omnívora e oportunista, alimentando-se de acordo com a disponibilidade de alimento; as plantas são parte importante da sua dieta (avelãs e cereais), mas também ovos, crias de aves, insetos, vermes, pequenos mamíferos, invertebrados aquáticos e desperdícios (restos de comida). Normalmente dorme durante o dia e está ativo à noite. Tipicamente uma espécie solitária, exceto a fêmea com crias.

Os Guaxinins são largamente utilizadas como animais de estimação e para a produção de pele e são criados em cativeiro em alguns países Europeus; esta atividade pode levar a fugas acidentais ou mesmo propositadas (para caça). Esta espécie foi registada pela primeira vez na Europa em 1927 (Alemanha) e o seu número aumentou nas últimas décadas; atualmente já se encontra em 27 países Europeus e é considerada uma das 100 piores espécies invasoras. Já existem algumas populações estabelecidas em Espanha, mas ainda não se estabeleceram em Portugal.

REBENTO…U

Família: Colchicaceae

Identificação: É uma herbácea perene, cresce de um bolbo e atinge os 4 a 6 cm de altura. As folhas são lineares, longas e estreitas e nascem depois das flores; as flores são solitárias, pequenas, de cor rosa a violeta com pétalas longas e estreitas. O fruto é uma pequena cápsula oblonga. Floresce de outubro a novembro.

Habitat e Distribuição: Pastagens, pousios, clareiras em matos e solos ácidos. Nativa do Oeste do Mediterrâneo.

Notas: A flor emerge diretamente do solo, geralmente em grupos, formando lindos tapetes cor-de-rosa. Esta planta está dormente durante o verão (o seu bolbo permanece no solo).

Noselha (Merendera filifolia, Cambess.)

DATAS A NÃO ESQUECER

1 de Novembro – Aniversário da Elevação da Mexilhoeira Grande a Vila (1999)/ Dia de todos os Santos

4 a 6 de novembro – Walk & Art Fest, Barão de S. João. Mais informação aqui

3, 10, 17 e 24 de novembro – Dia aberto na Cruzinha – Anilhagem de Aves e monitorização de borboletas noturnas, das 10 às 12h30. Reserve aqui

23 de novembro – Evento para Amigos: Artesanato reciclado com espírito natalício (por favor faça a sua reserva)

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

O que caracteriza um bom presente de aniversário?

Sustentabilidade, inovação e descoberta!!

Pode encontrar tudo isso na Oferta de Amizade para os Amigos d’ A Rocha Portugal!!

 

 

Oferta de Amizade

Pensamento do mês

“Não é possível passar um único dia sem causar um impacto no mundo à nossa volta. Tudo o que fazemos, faz diferença e é preciso decidir que tipo de diferença queremos fazer.” Jane Goodall (Primatologista e Antropóloga Inglesa, famosa pelo seu trabalho em África com chimpanzés)

VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES

Plantas de casa e qualidade do ar em casa

  • Passamos em média 90% do nosso tempo por ano dentro de casa, o que torna a necessidade de um ar limpo ainda mais importante

    Antúrio

  • De acordo com a Organização Mundial de saúde, 3.8 milhões de mortes por ano são atribuídas à poluição do ar dentro de casa.
  • Os materiais poluentes dentro de casa, incluem bolores, materiais de construção, produtos de casa, compostos voláteis orgânicos e gases de ocorrência natural como o rádon.
  • Ao introduzir plantas dentro de casa, podemos reduzir a quantidade de CO2 no ar, permite-nos respirar melhor e melhora a nossa saúde em geral.
  • As 5 melhores plantas para absorver CO2 em casa são a Maranta leuconeura, Árvore-da-borracha (Ficus elastica), Asplénio (Asplenium nidus), Dieffenbachia e Antúrio.

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Projeto Lontras

Como voluntária de CES (Corpo Europeu de Solidariedade) n’ A Rocha Portugal, tive a oportunidade de escolher um projeto pessoal, no qual iria trabalhar ao longo desse ano. Decidi fazer a monitorização das Lontras, uma vez que a última monitorização desta espécie tinha sido feita em 2015. Dividi o trabalho de campo em 6 dias por mês, de acordo com diferentes transectos, que se encontram em diferentes locais da Ria de Alvor (Abicada, Quinta da Rocha, Meia Praia e Alvor). As Lontras são animais noturnos, o que significa que estão mais ativos durante a noite. Essa é a razão pela qual o meu trabalho de campo começa de manhã cedo e na maré baixa. Vou de bicicleta até ao início do transecto e depois caminho cerca de 5 km. Tristemente, as Lontras são animais muito tímidos e ainda não tive a oportunidade de ver nenhuma. Para confirmar a sua pResença num determinado local, procuro as suas pegadas ou dejetos. Também estou a usar uma câmara para averiguar a sua presença. Até agora, a câmara ainda não apanhou nenhuma lontra, mas recentemente consegui um vídeo de uma Gineta (Geneta geneta) na Abicada.

Texto e fotografias de Dasha Stalk (ver Boletim Informativo abril 22)

Alterações climáticas – Fatos reais

O gelo do Mar Ártico atingiu a 10ª mínima extensão dos últimos 44 anos.

“Todos os anos, o mar Ártico derrete durante os meses mais quentes da primavera e verão e normalmente atinge o seu mínimo em setembro. À medida que o tempo frio e a noite se instalam o gelo vai crescer outra vez e atinge o seu máximo em março.” NASA

Aquecimento Global de 1880 a 2021

As temperaturas globais em 2021 foram 0,85° C mais elevadas do que a média. Os últimos 8 anos foram os mais quentes desde 1880.

Campeões da sustentabilidade

Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo

Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.

À procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.

Cientistas da NTU Singapura inventaram pilhas de papel-fino de zinco biodegradáveis, que podem ser dobradas ou cortadas sem perder as suas funções. Esperam que um dia possam ser usadas como fonte de energia para sistemas eletrónicos flexíveis e duráveis ao mesmo tempo que são amigas do ambiente.

Os elétrodos (através dos quais a corrente elétrica entra e sai da bateria) são impressos em ambos os lados do papel que é reforçado com hidrogel nestas pilhas de zinco.

Quando a pilha se esgotar, pode ser enterrada no solo, onde se irá degradar num período de 1 mês.

O professor assistente Lee Seok Woo da NTU (Escola de engenharia elétrica e eletrónica) é o colíder do estudo e acredita que a pilha em papel tem o potencial para ajudar com o desperdício eletrónico. A pilha de papel impresso é não-tóxica e não necessita de invólucro de alumínio ou plástico para envolver os componentes da pilha.

Estas pilhas são um passo em frente nas pilhas Li-ion amplamente utilizadas. Os investigadores acreditam que a sua pilha pode ser utilizada para construir eletrónicos flexíveis como auscultadores inteligentes dobráveis, que já se podem encontrar no mercado ou sensores biomédicos para monitorizar a saúde.

Visite o website aqui

Consulte o website com as datas dos passeios organizados

 www.arochalife.com  

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Guillaume Réthoré (Gui) – A minha vida com as aves: Seixoeira (Calidris canutus)

As limícolas são consideradas um grupo de aves difícil por alguns observadores de aves. É verdade que no inverno, a maior parte são cinzentas ou castanhas sem nenhuma cor. Na primavera, na sua plumagem nupcial, são lindas!

Durante o meu mestrado, estudei a migração das Seixoeiras (Calidris canutus) no Oeste de França. Tive a oportunidade de observar milhares de indivíduos e grande parte deles em plumagem nupcial. Na imagem é possível observar 5 Seixoeiras, os indivíduos maiores, com a sua cor nupcial de ferrugem e 5 Pilritos-comuns (Calidris alpina), facilmente reconhecíveis pela mancha preta no peito.

Esse trabalho confirmou o meu interesse em limícolas e hoje em dia continuo a fazer a monitorização de limícolas na Ria de Alvor.

Texto e fotografia de Guillaume Réthoré

Edição: Filipa Bragança

Revisão Inglês: Helen Rodda

Revisão Português: Lena Soares

Controle de produção: Helen Rodda

Email: friends.arpt@arocha.org

www.arocha.pt

Obrigado por nos apoiar!

Esperemos vê-lo em breve!