Boletim Informativo novembro 2023
O inverno está quase a chegar!
Olhe à sua volta quando passear na natureza, nunca se sabe o que poderá encontrar!
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TANTÂNEO
Parques Naturais em Portugal
Os Parques naturais são “áreas que contenham predominantemente ecossistemas naturais ou seminaturais, onde a preservação da biodiversidade a longo prazo possa depender de atividade humana, assegurando um fluxo sustentável de produtos naturais e de serviços”. Em Portugal existem 13 Parques Naturais.
Parque Natural do Douro Internacional
O Parque Natural do Douro Internacional está localizado no nordeste transmontano, onde o rio Douro serve de fronteira natural com Espanha. Engloba áreas nos Concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo, pertencentes aos Distritos de Bragança e Vila Real. O parque é formado por um vale profundo e escarpado com 120 km de extensão e uma área de 85 150 hectares.
A orografia da região deve-se ao rio Douro e ao seu efluente rio Águeda, responsável por criar condições geológicas e climatéricas únicas que influenciam a fauna e flora da região. Aqui é possível encontrar uma das mais antigas rochas de Portugal: os gnaisses de Miranda do Douro, datados do pré-Câmbrico. Para além da riqueza litológica, tem alguns minerais importantes como o volfrâmio (explorado durante a II Guerra Mundial). O clima varia do frio, na região mais a norte a um microclima na região mais a sul (baixa precipitação e temperaturas amenas no inverno). A flora é uma parte importante do parque, com algumas áreas bem preservadas, especialmente nas arribas; os habitats predominantes são as florestas de carvalho (diferentes espécies de carvalhos) e os matos de zimbro (Juniperus sp). Nos planaltos predominam as áreas agrícolas com sebes de vegetação selvagem, importantes para algumas espécies, como o Lobo-ibérico (Canis lupus subsp signatus), o rato-de-Cabrera (Microtus cabrerae) e a Lontra (Lutra lutra). A região é também importante para as aves, com 170 espécies de aves residentes, algumas emblemáticas e ameaçadas a nível nacional, como é o caso da Cegonha-preta (Ciconia nigra), o Abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus), a Águia-real (Aquila chysaetos) e o Chasco-preto (Oenanthe leucura), entre outras.
O Parque Natural foi criado em 1998 com o objetivo de valorizar e proteger o património natural e o balanço ecológico, incluindo a biodiversidade e a sustentabilidade dos ecossistemas. Em 2002 foi criado o Parque Natural “Arribes del Douro”, na mesma região, mas do lado Espanhol, formando uma das maiores áreas protegidas da Europa (192 605 hectares). O símbolo do Parque é o Abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus) uma espécie ameaçada que nidifica no parque e tem aqui uma das populações mais importantes a nível nacional.
EM VOO…
Rosca-da-acelga (Spodoptera exigua, Hübner, 1808)
Família: Noctuidae
Envergadura: 25 a 30 mm
Habitat: matos e pastagens secos e quentes, zonas rochosas abrigadas
Período de voo: março a novembro
Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais (nativa do Sudoeste da Ásia e naturalizada um pouco por todo o mundo)
Notas: Esta espécie é polifágica e alimenta-se de uma grande variedade de plantas, incluindo algumas culturas. É considerada uma importante praga agrícola e pode destruir várias culturas (soja, batata, beterraba, algodão). Possui a capacidade de migrar grandes distâncias e é resistente aos pesticidas.
Piu… Piu…
Íbis-preta (Plegadis falcinellus, Linnaeus, 1766)
Família: Threskiornithidae
Tamanho: 55 a 65 cm Envergadura: 88 a 105 cm
Habitat: Zonas húmidas – estuários, rios, albufeiras, lagoas, campos de arroz
Estatuto: Residente (pode ser visto durante todo o ano, mas a nidificação é rara)
Distribuição: Mundial – América Central, África Central e Este, Europa, Ásia e Austrália.
Notas: Nos últimos anos o número de Íbis aumentou consideravelmente em Portugal. Hoje em dia é uma espécie muito comum nas zonas húmidas do Algarve. À distância parece completamente preto, mas quando visto de perto e à luz revela bonitas cores: verde, violeta, bronze.
SABIA QUE?
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A Heather Coats voltou este ano para mais uma temporada de anilhagem na migração! O tempo estava húmido, mas foi possível apanhar alguns migradores a caminho de África: Toutinegra-das-figueiras (Sylvia borin), Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), Felosa-musical (Phylloscopus trochillus) e alguns visitantes habituais de inverno, como o Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula). ), a toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), a Felosinha (Phylloscopus collybita) e alguns não tão comuns como a Estrelinha-de-cabeça-listada (Regulus ignicapilla).
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Os voluntários são muito importantes para a continuidade do trabalho d’A Rocha. Vamos descobrir quem são:
O meu nome é Nina, sou voluntária da Inglaterra e dos Países Baixos. Estou a fazer uma pausa nos meus estudos através do programa ESC (Corpo Europeu de Voluntariado), com o objetivo de trabalhar no projeto de microplásticos. Estou a gostar muito de me envolver em todo o trabalho realizado n’ A Rocha Portugal, incluindo a anilhagem de aves, captura de traças e limpeza de praias. Estou muito entusiasmada para continuar a aprender sobre a natureza e trabalhar para protegê-la!
Árvores ornamentais
Nos nossos parques e jardins, é possível observar árvores maravilhosas, contudo a maior parte delas são exóticas! Plantas nativas de outras partes do mundo utilizadas como ornamentais. Talvez já tenha observado algumas delas…
Araucaria-de-Norfolk (Araucaria heterophylla, (Salisb) Franco)
Família: Araucaraceae
Tipo de planta: Árvore perene
Tamanho: até aos 50 metros
Distribuição: Nativa da ilha de Norfolk (Este do Pacífico entre a Nova Zelândia e a Nova Caledónia)
Período de floração: Maio a junho
Curiosidade: Esta espécie é utilizada como ornamental, é tolerante ao vento e ao ar marítimo. Pertence ao grupo das coníferas, juntamente com os pinheiros. Foi descoberta pelo capitão James Cook. A madeira é fácil de trabalhar e foi utilizada na construção naval. O nome científico “heterophylla” deriva do Grego e significa folhas diferentes, referindo-se à diferença entre as folhas novas e as mais antigas.
REBENTO…U
Família: Asteraceae
Tipo de planta: herbácea
Período de floração: julho a setembro
Habitat: pastagens, baldios e áreas secas
Distribuição: Oeste da Região Mediterrânica e Oeste de Israel
Notas: Esta espécie é uma espinhosa ereta e floresce no final do verão. É uma espécie anemocórica (sementes dispersas pelo vento). O fruto é um aquénio.
Cardo-asnil (Carlina racemosa (L.))
DATAS A NÁO ESQUECER
1 de Novembro – Aniversário da Elevação da Mexilhoeira Grande a Vila (1999)/ Dia de todos os Santos
3 a 5 de novembro – Walk & Art Fest, Barão de S. João. Mais informação aqui
2, 9, 16, 23 e 30 de novembro – Dia aberto na Cruzinha – Anilhagem de Aves e monitorização de borboletas noturnas, das 10 às 12h30. Reserve aqui
Obrigado por patrocinar os Amigos d’A Rocha Portugal
Fisioterapia, massagens
(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)
Terapias complementares
Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)
Aberto de segunda a sexta
Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com
Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão
(+351) 911597735
Pensamento do mês
“Vivemos neste planeta, como se tivéssemos outro para onde ir” – Terry Swearingen, Enfermeira Americana e Vencedora do Prémio “Goldman Environmental” (Ouro Ambiental) em 1997
VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES -VAMOS SER VERDES
A água é essencial à vida! E estamos a ficar sem ela. No final de setembro 27% do território português estava em seca extrema, localizada principalmente na região mais a sul. As barragens estão sem água ou com muito pouca água. Cada um de nós pode fazer alguma coisa, é a altura de poupar água!
- Tome duches rápidos e feche a torneira enquanto se ensaboa
- Evite puxar o autoclismo desnecessariamente, se não tem um descarregador duplo (com meia descarga), coloque uma garrafa de água de 1,5 lt cheia no interior (para reduzir a quantidade de água disponível no depósito)
- Utilize a máquina de lavar roupa e a máquina de lavar loiça na capacidade máxima e escolha os programas ECO
- Assegure-se que desliga as torneiras e verifique eventuais fugas
- Não deixe torneira a correr quando lava as mãos ou faz a barba
- Reduza o número de vezes que lava o seu carro e escolha a lavagem automática
- Utilize torneiras com baixo fluxo
- Regue as plantas com água reutilizável e fora das horas mais quentes
VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES
Vida Marinha
O mar é grande parte do nosso planeta e ainda temos muito para descobrir! Está também ameaçado pela atividade humana – poluição! Como os microplásticos (partículas muito pequenas de plástico que flutuam na coluna de água), que acabam por ser ingeridos por grande parte dos animais marinhos…. Alguns lutam pela sobrevivência e outros acabam nos nossos pratos. Vamos descobri-los.
Medusa-tambor (Rhizostoma luteum)
Filo: Cnidaria
Classe: Scyphozoa
Dimensão: até 60 cm (campânula) e mais de 2 metros os tentáculos
Longevidade: desconhecida
Distribuição: Este do Atlântico e Mar Mediterrânico
Habitat: Pelágico. Os adultos são planctónicos (vivem na coluna de água mas não conseguem manter a sua posição ou distribuição independente do movimento da água), os pólipos são bênticos.
Comportamento: Vive livre na coluna de água. A fertilização é interna e as planulas (primeiro estágio do desenvolvimento) nascem no interior do corpo do adulto e são libertadas posteriormente. A pequena planula assenta e é séssil- pólipo, o pólipo irá produzir pequenas medusas, clones da larva que lhe deu origem.
Hábitos alimentares: Carnívora (anfípodes, copépodes, ovos de peixe, zooplâncton e invertebrados)
Importância ecológica: É considerado um organismo chave nos ecossistemas marinhos, predadores de organismos planctónicos, são presas para animais do topo da cadeia alimentar, como é o caso das tartarugas marinhas. As medusas representam uma das mais antigas linhagens de seres vivos.
Notas: À volta da “boca” tem braços orais (tecido carnoso) que ajuda na filtração, processo pelo qual se alimentam. Esta espécie foi descrita pela primeira vez em 1827, mas foi considerada uma espécie rara, até 2013, quando começou a ser observada em algumas praias da Península Ibérica. O nome específico “luteum” significa amarelo e refere-se à cor dos braços orais. Tem um veneno inofensivo, mas pode causar comichão.
Campeões da Sustentabilidade
Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.
Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.
Climeworks: tecnologia de captura de ar
Rachael O’Brien, Diretora de Marketing da Climeworks, empresa com tecnologia de captura direta de ar, que remove CO₂ do ar de forma permanente.
Fundada em 2009, por dois engenheiros Jan Wurzbacker e Christoph Gebald, que se conheceram no primeiro dia de universidade na ETH Zurique, a Climeworks caminha na direção de uma solução que poderá capacitar todas as pessoas a tomar medidas climáticas. Compartilhando a paixão pelos desportos alpinos e passando temporadas nos Alpes Suíços, eles vivenciaram em primeira mão os efeitos das mudanças climáticas. Chocados com o recuo dos glaciares, prometeram fazer tudo o que pudessem para combater as alterações climáticas.
Combinando seus conhecimentos de engenharia, criaram uma tecnologia chamada captura direta de ar, uma forma de capturar dióxido de carbono diretamente do ar. Como resultado, fundaram a Climeworks que agora é líder em tecnologia de captura direta de ar (DAC).
Infelizmente chegamos a um ponto em que a redução por si só não é suficiente, precisamos remover as emissões também.
Portanto, a captura direta de ar combinada com o armazenamento de CO₂ não é mais uma opção para combater o aquecimento global, mas uma ferramenta necessária, juntamente com a redução de emissões.
Consulte o website com as datas dos passeios organizados
Guillaume Réthoré (Gui) – A minha vida com as aves: Tritémis-âmbar (Trithemis kirbyi)
Esta espécie tem uma distribuição afro-tropical e colonizou a Europa desde 2013. Atualmente nidifica em Espanha, França e Portugal. A primeira observação em Espanha, ocorreu em 2007 e em França em 2017. Esta espécie foi observada inicialmente na parte este do Algarve há alguns anos atrás, aos poucos foi sendo observada mais a oeste.
Este ano em julho, durante uma saída de observação de aves aos arrozais de Estômbar, uma vez que existiam poucas aves para observar, começamos a olhar para as libélulas. Reparei nesta espécie de cor vermelha (nada de raro, uma vez que existem várias espécies de cor vermelha), contudo a posição em que se encontrava a descansar (em obelisco) chamou a minha atenção. Depois de tirar algumas fotos e analisá-las ao detalhe, confirmei a identificação uma Tritémis-âmbar, a minha primeira observação!
Texto e fotografia de Guillaume Réthoré
Edição: Filipa Bragança
Revisão Inglês: Helen Rodda
Revisão Português: Lena Soares
Controle de produção: Helen Rodda
Email: friends.arpt@arocha.org
Obrigado por nos apoiar!
Esperemos vê-lo em breve!