Boletim Informativo outubro 2021
Bem-vindos ao nosso Boletim Informativo de outubro!
Agradecemos o seu apoio!
O Festival de Sagres é agora!
Helen e Filipa
I
N
S
TANTÂNEO
Aljezur
Idade: século X
Vila (desde 1280)
População: 5 884 (Censos 2011)
Área: 323,5 Km2
Aljezur é uma pequena vila do Distrito de Faro; é limitada a Norte por Odemira, a Sudeste por Lagos, a Sudoeste por Vila do Bispo e a Oeste pelo Oceano Atlântico. Aljezur está dividida em quarto Freguesias: Aljezur, Bordeira, Odeceixe e Rogil. Toda a costa está inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
A presença humana na região é muito antiga, desde 7000 aC, no final do período glaciar, existem também vestígios do Neolítico (3000-2500 aC) e da Idade do Bronze (1200-800 aC); contudo a cidade foi fundada pelos Árabes no século X. Os Árabes permaneceram na região por cinco séculos e a sua influência é bastante evidente; existem alguns vestígios arqueológicos da sua presença, como o Castelo da Arrifana, construído pelos Mouros no século XII e considerado Monumento Nacional em 2013. O Castelo de Aljezur foi também construído pelos Mouros no século X e foi considerado um dos mais importantes do Algarve, contudo ficou seriamente danificado no terramoto de 1755. Em 1249, durante o reinado de D. Afonso III, Aljezur foi conquistada aos Mouros e em 1280 o Rei D. Dinis deu o foral à cidade.
Existem algumas lendas antigas na região, contudo existe uma, não muito antiga, mas curiosa. Em 1943 durante a II Guerra Mundial, Portugal era um país neutro e era uma região pacífica, exceto no dia 9 de julho, quando ocorreu uma batalha aérea entre os alemães e os Aliados, perto da costa de Aljezur; um dos aviões foi abatido e morreram sete Alemães. O povo de Aljezur celebrou um funeral em honra dos mortos.
Aljezur tem uma costa rochosa maravilhosa, interrompida por praias arenosas lindíssimas. Uma paisagem extraordinária, com vida selvagem que vale e pena descobrir!
OVI’s – Objetos Voadores Identificados…
Cinzentinha
(Leptotes pirithous, Linnaeus, 1767)
Fotografias de Filipa Bragança
Morfologia: É uma pequena borboleta da Família Lycaenidae, com envergadura entre 21 e 30 mm (as fêmeas são maiores que os machos). A parte superior das asas é azul-violeta nos machos e acastanhada nas fêmeas; a parte inferior das asas é castanho-claro com riscas brancas, as asas anteriores possuem, na região anal, duas manchas cor de laranja e azul e uma pequena cauda. Os adultos voam de fevereiro a dezembro; possuem várias gerações por ano (polivoltina).
Habitat: Matos quentes e secos, baldios, áreas agrícolas, jardins e parques
Distribuição: Norte de África, Sul da Europa (presente em 20 países) e Ásia. Em Portugal é muito comum e dispersa.
Notas: A larva alimenta-se de plantas da Família Fabaceae (Astralagus lusitanicus, Medicago sativa, Melitotus sp, Ulex sp). É uma espécie migradora.
Piu… Piu…
Gralha-de-bico-vermelho
(Pyrrhocorax pyrrhocorax, Linnaeus, 1758)
Fotografias de Filipa Bragança
Identificação: É um passeriforme de grandes dimensões da Família Corvidae, com envergadura entre 68 e 80 cm. A plumagem é preta brilhante, com bico e pernas vermelhas; as asas são longas, largas e com os “dedos” (ponta das asas) bem marcados, a cauda é curta, ligeiramente arredondada e larga na base. Os juvenis têm bico amarelo escuro. Os machos e as fêmeas são semelhantes. O som “metálico” que produzem é bastante distinto.
Habitat e Ecologia: Arribas costeiras, montanhas rochosas e vales rochosos com pastagens, áreas agrícolas e campos de cereais. Nidifica em buracos e grutas em arribas rochosas inacessíveis. Alimenta-se de insetos e invertebrados que captura no solo, também de sementes e grãos. Normalmente é uma ave social e pode formar pequenos grupos.
Distribuição: Ásia Central e Europa (arribas e montanhas rochosas), algumas populações isoladas em Marrocos, Argélia e Etiópia. É uma ave residente. Em Portugal é rara e localizada. A zona de Sagres é um dos locais onde pode ser observada facilmente.
Estado de Conservação: Pouco Preocupante (LC) na Lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em Portugal é considerada Em Perigo (EN). A tendência global da população está a decrescer e as principais ameaças são as alterações nos regimes de pastagens e a perda de habitat (desenvolvimento turístico, florestação e agricultura intensiva).
SABIA QUE?
- Nos dias 14, 16 e 24 de setembro, A Rocha, esteve nas Fontes de Estômbar, juntamente com o município de Lagoa a dinamizar 3 atividades: Monitorização de traças, Observação de Aves e Anilhagem de Aves. Estes eventos foram uma oportunidade, para o público em geral, descobrir a biodiversidade daquela área.
- No dia 18 de setembro, A Rocha participou no Dia Internacional de Limpeza Costeira, na praia de Alvor. O evento foi um sucesso, contou com a participação de 30 voluntários e foram recolhidos 27,73 Kg de lixo, 50,9% eram plásticos! Foi também encontrada uma Gaivota-de-asa-escura (Larus fuscus) morta na praia com uma anilha francesa!
- No dia 20 de setembro, A Rocha em parceria com o Município de Lagos, organizaram um passeio para os utentes dos lares de idosos da região para a descoberta das aves da Ponta da Piedade.
- Setembro, é sempre um bom mês para as aves, o mês mais importante para a migração! O número de aves capturadas na nossa estação de anilhagem, não foi muito elevado, mas houve alguma diversidade: Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), Rouxinol-comum (Luscinia megarhynchos), Felosa-das-figueiras (Sylvia borin), Felosa-musical (Phylloscopus trochilus), Toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), Rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus), Chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe) e Cruza-bico (Loxia curvirostra).
- Este ano, tivemos, mais uma vez, a visita de anilhadores ingleses: Heather, Jo e Richard, que estiveram a anilhar durante parte do período da migração; a sua ajuda é muito importante para o nosso trabalho de recolha de informação sobre as aves da área.
Rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus)
Fotografia de Richard Dann
Chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe)
Fotografia de Richard Dann
Felosa-das-figueiras (Sylvia borin)
Fotografia de Filipa Bragança
Cruza-bico (Loxia curvirostra)
Fotografia de Richard Dann
- Como tem acontecido em anos anteriores, A Rocha, irá participar no SEIVA (Semana de Educação e Iniciativas de Voluntariado Ambiental), com a anilhagem de aves (9:20), Monitorização de traças (10:30), quinta-feira, dia 14 de outubro (faça a sua reserva aqui); e recolha de lixo no estuário da ria de Alvor (ponto de encontro no parque de estacionamento), no dia 13 de outubro, às 9:20. Para mais informação contactar: isabelsoares@org
- O Festival de Sagres é agora! De 1 a 5 de outubro!
Adoro a natureza! Primeiro foram as aves, depois as orquídeas, as plantas, as borboletas, as traças, os insetos…tanta vida selvagem para observar e desfrutar! Às vezes andamos na natureza e não nos apercebemos do mundo fantástico que existe à nossa volta! O Algarve é uma região maravilhosa; o clima é agradável a maior parte do tempo e todas as estações estão cheias de vida! Encontramo-nos num “hotspot” de biodiversidade, onde existem muitas espécies endémicas! Existem flores em todas as estações do ano e os insetos estão presentes até durante o inverno. Não são apenas as aves que migram, o outono é também o período de migração para alguns insetos, como as libélulas. Parecem helicópteros a voar às voltas! Por vezes são dezenas! Tornam-se praticamente invisíveis quando poisadas. Criaturas extraordinárias! E muito difíceis de fotografar! Normalmente as libélulas podem ser observadas junto a cursos de água, contudo, nesta altura do ano, algumas espécies podem encontrar-se em quase todo o lado. As libélulas pertencem à Ordem Odonata e existem cerca de 65 espécies em Portugal. Como outros insetos, o seu ciclo de vida inclui estágios larvares e a forma adulta é a libélula que conhecemos; nos primeiros estágios de vida são aquáticas, dependem da água para completar o seu ciclo de vida. A vida é uma constante descoberta!😊
Filipa
Libélula-de-nervuras-vermelhas (Sympetrum fonscolombii), macho
Libélula-de-nervuras-vermelhas (Sympetrum fonscolombii), fêmea
ESPÉCIE EXÓTICA
Acanto-dos-poetas (Acanthus mollis, L)
Clado: Angiospérmicas
Ordem: Lamiales
Família: Acanthaceae
Origem: Centro e Este do Mediterrâneo
Tamanho: até cerca de 2 metros de altura, normalmente mais pequena
O Acanto-dos-poetas é uma herbácea perene com raízes tuberosas. As folhas crescem, principalmente de uma roseta basal, grandes, de cor verde-escura brilhante, profundamente lobadas e com um pecíolo longo; as folhas superiores são mais pequenas. As flores crescem em espiga, a partir de uma haste ereta que cresce diretamente da roseta basal; as pétalas são de cor branca e longas em forma de tubo, protegidas por brácteas de cor violeta e espinhosas. O fruto é uma cápsula aguçada. As flores aparecem no princípio do verão e pouco tempo depois toda a planta seca, volta a crescer com novas folhas com as primeiras chuvas.
O habitat desta espécie são áreas sombrias na orla de bosques, ao longo de cursos de água ou nas bermas de estradas. Esta planta é polinizada por abelhas e abelhões, espécies com dimensões consideráveis que conseguem forçar a entrada pelo tubo formado pelas pétalas.
Esta planta é uma das espécies de plantas ornamentais mais antiga, é plantada há muitos, muitos anos em jardins e parques e muitas vezes referida como nativa. As folhas do Acanto-dos-poetas serviram de inspiração para a arquitetura Coríntia e Greco-Romana (séc. V aC).
As suas partes aéreas são utilizadas na medicina tradicional, a infusão das folhas é utilizada para gargarejos para a dor de dentes e inflamações da boca e externamente para contusões.
Atualmente esta espécie pode ser encontrada em qualquer parte de Portugal e é considerada como naturalizada com comportamento invasor. É considerada como invasora noutros países como a Austrália e Nova Zelândia.
REBENTO…U
Família: Amaryllidaceae
Identificação: É uma planta bolbosa perene, cresce até 15 cm de altura (máximo 30 cm). As folhas são estreitas, pequenas e crescem na base depois das flores; as flores crescem no topo de uma haste fina, 1 a 4 por cada haste, de cor branca e em forma de taça pendida. Floresce de setembro a novembro.
Habitat e Distribuição: Áreas abertas de matos, pinhais, sobreirais e perto de cursos de água, cresce em qualquer tipo de solo. Ocorre na Península Ibérica, Itália e Norte de África.
Notas: Em Portugal é comum em todo o país. As flores aparecem antes das folhas (crescem diretamente do bolbo subterrâneo). É usada como planta ornamental em alguns países.
Campainhas-de-outono
(Leucojum autumnale) (L.)
Fotografia de Flora on
DATAS A NÃO ESQUECER
7, 14, 21 e 28 de outubro – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12:30). Faça a sua reserva aqui
1 a 5 de outubro – Festival de observação de aves, Sagres, ver programa aqui
5 de outubro – Implantação da República. Feriado nacional
13 de outubro- Limpeza de praia, no estuário da Ria de Alvor, 09:20
30 de outubro – mudança de hora para horário de inverno (atraso de 1 hora)
31 de outubro – Dia das bruxas – Halloween
Obrigado por patrocinar os Amigos d’A Rocha Portugal
Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
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Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
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Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
(+351) 282412562/ 925433047
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Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão
(+351) 911597735
Fisioterapia, massagens
(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)
Terapias complementares
Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)
Aberto de segunda a sexta
Pensamento do mês
“A Beleza é a cor de que se pinta a Verdade”. – José Rodrigues dos Santos, Um Milionário em Lisboa (1964, jornalista, professor universitário e escritor português)
VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES
- Cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos são compostáveis
- O produto composto final é matéria orgânica, boa para as plantas
- Os produtos compostáveis não se degradam nos aterros
- Os produtos compostáveis são bons, mas apenas se forem para o composto: alguns nunca se degradam e ficam no solo para sempre e outros degradam-se (como os materiais orgânicos) e dão origem ao metano, um gás com efeito de estufa, pior que o CO2 (uma compostagem eficaz irá reduzir a produção de gases nocivos)
- Alguns produtos são apenas compostáveis em instalações industriais, outros podem ser compostados em casa
- A compostagem em casa reduz o custo do transporte e a deposição de resíduos
- Verifique cuidadosamente aquilo que pode ou não ser compostável
VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES
Lista Vermelha da Flora Vascular Portuguesa
A Lista Vermelha da Flora Portuguesa foi publicada no dia 13 de outubro de 2020. Este projeto avaliou 630 espécies ameaçadas de acordo com os critérios da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). O projeto foi coordenado pela Sociedade Portuguesa de Botânica, pela Associação Portuguesa de Ciência da Vegetação (PHYTOS) e pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e Florestas).
Em Portugal continental, existem mais de 3 000 espécies de plantas, algumas espécies são muito importantes, devido à sua raridade e endemicidade ou porque estão ameaçadas devido à perda de habitat. A Lista Vermelha da Flora é importante para determinar as espécies que estão sujeitas a um maior risco de extinção e para implementar medidas de conservação para as espécies e habitats. O destino da espécie humana está também profundamente dependente da diversidade biológica.
A maior parte do território português faz parte de um dos 36 “hotspots” de biodiversidade (áreas de importante relevância ecológica que abrigam uma vegetação característica e espécies endémicas e que, por sua vez, são alvo de estudos científicos e investimentos na Conservação da Natureza), denominado de “Bacia Mediterrânica.
O trabalho de campo desenvolveu-se entre 2016 e 2018, durante este período foram descobertas oito novas espécies. No total foram avaliadas 630 espécies, das quais 381 estão ameaçadas: 84 Criticamente em Perigo (CR), 128 Em Perigo (EN), 169 Vulneráveis (VU) e 106 Quase Ameaçadas (NT); 2 das espécies endémicas de Portugal foram consideradas Extintas (EX) e 17 espécies Regionalmente Extintas (RE). As principais ameaças são o desenvolvimento urbano e de infraestruturas (principalmente nas regiões costeiras), a expansão da agricultura intensiva, má gestão da vegetação (uso de herbicidas e desflorestação), alterações climáticas e as espécies invasoras.
Veja aqui a Lista Vermelha da Flora Vascular na versão digital
Piça-de-mouro (Cynomorium coccineum subsp. coccineum): Em Perigo (EN), planta parasítica, distribuída na Bacia Mediterrânica; em Portugal apenas ocorre em áreas restritas na Costa Sul do Algarve.
Fotografia de Guillaume Réthoré
Piorno (Ephedra fragilis subsp. fragilis): Vulnerável (VU), arbusto, prefere habitats secos, ocorre no Sul da Europa e Norte de África; em Portugal ocorre apenas em áreas restritas na Costa Sul do Algarve (Ponta da Piedade) e Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Fotografia de Filipa Bragança
Campeões da Sustentabilidade
Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.
Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.
Joel Hayes, do Alasca, está a conduzir uma caravana 100% movida a energia solar, desde o Alasca até à Argentina, para promover a viabilidade das energias renováveis no mundo. O melhor da sua caravana é que não tem que pagar combustível e tem zero emissões de carbono quando circula. Ele acredita que o mundo tem tudo o que precisa para funcionar com 100% de energias renováveis.
Ao conduzir a sua caravana de um ponto ao outro do planeta, ele está a demonstrar que em todos os tipos de clima, consegue produzir toda a energia que necessita através de um processo renovável.
A sua caravana sustentável pode percorrer 200 milhas ou 300 km com um só carregamento e necessita cerca de dois dias e meio para carregar a bateria de 120 kWh!
Descubra a Lagoa Pequena ao anoitecer
Dia 22 de outubro, prolongamos o horário de abertura da Lagoa Pequena, em Sesimbra, até às 20h. Venha deslumbrar-se com a murmuração de estorninhos ao pôr-do-sol, e procurar mochos e lontras. Grátis, e para todos.
Mais informação aqui
Fotografia de SPEA
Consulte o website com as datas dos passeios organizados
Pica-paus da Ria de Alvor – parte 2
As outras duas espécies de pica-paus são ‘’pretas e brancas’’: O Pica-pau-grande-malhado (Dendrocopus major) e o Pica-pau-galego (Dendrocopus minor).
O Pica-pau-grande-malhado apresenta uma distribuição alargada, está presente desde a Europa até ao Japão. A subespécie presente na Península Ibérica é mais escura que aquela que se encontra na restante Europa, as aves do Sul da Península Ibérica apresentam características semelhantes às encontradas em Marrocos. Em Portugal, é uma espécie residente e comum, mais frequente ao longo da costa; contudo está ausente, das áreas mais abertas do Alentejo. Está presente em todo os tipos de habitats arborícolas, incluindo os mais densos, parques e jardins. Esta espécie prefere florestas mistas e montados. Pode também ser encontrada em pinhais, mas prefere áreas afetadas pelo fogo onde consegue encontrar mais alimento, como os insetos que se alimentam de madeira morta e mais locais para construir o ninho. No primeiro inverno, depois do fogo, estas áreas são utilizadas para comunicação e para arranjar as penas (higiene). Esta espécie de Pica-pau é um bioindicador que aponta para a presença de madeira morta. Normalmente evita as plantações de eucaliptos. É mais abundante em florestas maduras na metade Oeste do país, como as áreas florestais no Minho, Beira Alta, Beira Litoral, os montados do Ribatejo, o vale do Sado, as ravinas da Costa Alentejana e a parte montanhosa do Algarve. O ninho consiste num buraco escavado pela própria ave em árvores velhas ou doentes, mas também noutras estruturas como postes de telefone. Pode ser encontrado desde o nível do mar até uma altitude de 2000 metros, como nos Pirenéus. Em Espanha a população parece ter aumentado desde 1990, graças às plantações de Choupos e outras espécies de árvores. Isto levou à expansão da área de distribuição e colocou em contacto populações anteriormente isoladas. O Pica-pau-grande-malhado, apresenta pequenos movimentos erráticos sazonais. No Algarve, é comum e bem distribuído, mas mais comum na parte Oeste do território.
Na Ria de Alvor a espécie era avistada principalmente em julho e agosto, até finais dos anos 1990. Nessa altura houve um decréscimo de avistamentos até que voltou a aumentar e atualmente a espécie é observada ao longo de todo o ano. Foi capturada na Cruzinha pela primeira vez em 2007 (tal como o Peto-verde). A segunda captura apenas aconteceu em 2016, depois em 2017 e 2020, com dois indivíduos por ano. No total foram capturados seis indivíduos na Cruzinha, cinco dos quais nos últimos cinco anos.
A última espécie, e a mais pequena de todas, é o Pica-pau-galego. Está presente em toda a Europa e Ásia até à Costa do Pacífico e Norte de África. A sua distribuição é fragmentada na Península Ibérica e ainda há muito a descobrir sobre esta espécie. Está presente desde o nível do mar até aos 1300 metros de altitude, na Serra de Gredos, em Espanha, mas normalmente nidifica abaixo dos 800 metros de altitude. Em Portugal é uma espécie residente pouco comum, com uma distribuição alargada, mas descontínua. É raro a Norte do Rio Douro e quase ausente ao longo da Costa Norte do Rio Tejo. As densidades mais elevadas são encontradas nos montados a Sul do Tejo, no Vale do Sado e nas ravinas da Costa Alentejana e nas áreas montanhosas do Algarve. Está ausente da Madeira e dos Açores. Prefere montados densos com Sobreiros e Azinheiras e com árvores velhas ou mortas onde consegue escavar um buraco para construir o ninho. Normalmente evita eucaliptos e pinheiros. Não existem diferenças entre a distribuição de inverno e primavera e existem apenas ligeiras diferenças na seleção de habitat. A época de reprodução inicia-se cedo, ainda em janeiro ou fevereiro e a dispersão dos juvenis é mais importante nos machos do que nas fêmeas, com alguns indivíduos a dispersar até cerca de 60 km de distância do seu local de nascimento, entre agosto e novembro.
Na Ria de Alvor, foi observado pela primeira vez em 2004 e desde então tem sido observado todos os anos. A primeira ave anilhada na Cruzinha foi também em 2004 e depois novamente em 2007 e tem sido capturado quase todos os anos desde então, em alguns anos foram capturados dois indivíduos distintos. No total, foram capturados e anilhados na Cruzinha, 10 indivíduos.
Guillaume Réthoré
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Esperamos vê-lo em breve!