Sala de Exposição

O que podemos encontrar dentro de uma bola de regurgitação de uma coruja-das-torres? Que tipo de dentição tem uma ovelha ou uma lontra? Que tipo de ninhos fazem as aves? E os insetos também fazem ninho? As conchas são todas iguais? Qual a diferença entre uma borboleta noturna e uma diurna? Quantos dias demora uma ave a fazer a sua migração e que rotas usa? A nossa Sala de Exposição contêm um acervo científico e documental das muitas espécies identificadas na Ria de Alvor e ajuda a dar a resposta a estas e muitas outras perguntas. Ela serve de preparação para os passeios pedestres à Ria onde é possível localizar e explicar os diferentes habitats ali existentes, a sua importância e estatuto. Aqui podemos perceber como se forma uma duna e que espécies podemos encontrar, quais as cadeias alimentares e ciclos de vida, registos e rotas de migração e ainda um pequeno acervo de crânios e ossos pertencentes a diferentes animais encontrados nesta zona.

Trilho Ambiental

No Centro de Interpretação Ambiental d’A ROCHA temos disponível um trilho ambiental que qualquer visitante poderá conhecer sem necessitar de guia. Neste trilho é possível ver os diferentes habitats que tentamos criar com o objetivo de atrair as aves. Com este propósito criamos alguns lagos artificiais, zonas de pinhal, de mato mediterrânico, um pomar e um caniçal que atraem muitas espécies diferentes de animais desde dos invertebrados aos mamíferos de pequeno porte, como ouriços e musaranhos. Este trilho, pode ser visitado nos dias abertos ao público (manhãs de Quintas-feiras), durante os meses de Verão (Julho-Setembro) nas atividades do Ciência Viva no Verão ou nas atividades de Educação Ambiental com as escolas.

 Lago Artificial

Temos três lagos artificiais criados com o objetivo de atrair as aves e criar habitats de melhor qualidade. Um dos lagos artificiais é dividido em três partes. Numa das partes, não muito profunda, temos um caniçal que é visitado por diferentes espécies de aves. No meio, temos o lago mais profundo, com pequenos peixes que se alimentam sobretudo de larvas de insetos, nomeadamente de mosquitos e libelinhas. E por fim uma outra parte, menos profunda mas igualmente repleto de larvas de insetos como mosquitos, cavalinhos-do-diabo, libelinhas, escaravelhos-de-água, efémeras, entre outros, que são o alimento preferencial das aranhas-de-água, cobras-de-água, tritões e rãs. A vegetação à volta do lago é um excelente refúgio para a maioria dos animais que dele dependem. As relações entre estas espécies e as condições abióticas existentes são essenciais para a obtenção de um bom ecossistema e a grande biodiversidade de espécies identificadas nesta zona mostra a grande importância deste biótopo. Este lago artificial é mantido por água da chuva e por águas residuais tratadas sendo um excelente habitat para atrair algumas espécies de aves que anilhamos no nosso jardim, como são exemplos os guarda-rios, bicos–de-lacre, rouxinóis-pequenos-dos-caniços e chapins-de-mascarilha.

Fito-ETAR

O caniçal, é uma estação de tratamento de águas residuais cujo funcionamento depende de plantas (Fito-ETAR). As águas residuais produzidas no nosso Centro são filtradas e reintroduzidas no ciclo natural da água. As águas residuais provenientes de toda a casa, são coletadas num tanque subterrâneo onde as partículas maiores assentam no fundo e são fragmentadas pelas bactérias. As partículas em suspensão são então encaminhadas para o caniçal por gravidade. A maior parte da água que aqui chega é utilizada pelas plantas que têm a capacidade de fragmentar as partículas poluentes, na superfície das suas raízes. A água que não é utilizada pelas plantas é captada no final e transportada para um dos lagos artificiais através de uma bomba movida a energia solar. A manutenção e corte do Caniçal deve ser feita rotativamente, permitindo criar um habitat estruturalmente diverso evitando que este seque. Para além da reutilização das águas residuais, o Caniçal é também um excelente habitat para grilos, gafanhotos, camaleões e aves como o chapim-de-faces-pretas e o bico-de-lacre.

Compostagem

A compostagem é um processo natural de transformação de “lixo” orgânico num fertilizante em condições aeróbias (na presença do oxigénio). Este processo ajuda-nos a reduzir o volume do lixo que deitamos fora e a melhorar a qualidade do solo para cultivo. O composto não só melhora a estrutura do solo aumentando o arejamento, como suporta uma grande biodiversidade e ainda pode diminuir a incidência de pragas e doenças das hortícolas. O “lixo” orgânico é proveniente dos restos de alimentos vegetais não cozinhados (com exceção feita aos citrinos que pela sua acidez podem prejudicar os organismos decompositores), cascas de ovo, sacos de chá e borras de café e é decomposto por organismos como bactérias, cogumelos, escaravelhos, minhocas e ácaros, que na presença do oxigénio transformam os diversos materiais num produto semelhante ao húmus ao qual chamamos composto.

Horta Biológica

No nosso Centro mantemos três pequenas hortas biológicas. As hortas têm diferentes graus de humidade e sombra, sendo possível cultivar diferentes hortícolas. O adubo utilizado é o composto produzido aqui mesmo no Centro sem qualquer uso de pesticidas. No nosso jardim, era imperativo que tivéssemos este tipo de agricultura, mesmo tratando-se de talhões de pequenas dimensões. Aproveitamos o composto que fazemos, usamos a rega gota-a-gota e rega localizada, o pousio e deixamos que o controlo das pragas se faça naturalmente. Assim temos disponíveis, três talhões onde cultivamos hortícolas de Inverno e Verão que usamos para auto-consumo. As hortícolas cultivadas são normalmente batatas, cenouras, cebolas, alfaces, tomates, pimentos, favas, feijão e algumas ervas de cheiro como a salsa, manjericão, orégãos e coentros.

Jardim

No nosso jardim temos uma área de lazer e mesas para piquenique onde os visitantes podem descansar e fazer as suas refeições.