São 8:30 da manhã. É necessário arrumar e limpar as cadeiras, as mesas de jardim e prender os cães antes da chegada da turma do 5º ano da Escola das Naus de Lagos. Como a estação de comboio fica perto da escola é mais fácil virem até à Mexilhoeira Grande. Para muitos será a sua primeira viagem de comboio e uns dos pontos altos do dia.

A caminhada da estação até ao Centro de Interpretação d’A ROCHA, na Cruzinha, é feita com o habitual barulho das crianças que finalmente saem da Escola para fazerem uma visita de estudo. As visitas de estudo são cada vez mais difíceis de se fazerem e muitas vezes dependem da boa vontade e persistência dos professores, que entendem – muito bem – a importância da atividade nos programas letivos.

Chegam ao fim de 30 minutos de passeio e é tempo de descansar, comer e beber. Logo depois são distribuídos binóculos e a Bebé e a Paula levam os telescópios para observarem as aves durante um percurso pedestre de quase dois quilómetros.

Nesta altura do ano, na primavera, é mais difícil conseguir ver um bom números de aves porque algumas delas estão sentadas nos ninhos a chocar a sua próxima geração. Mas é possível sempre ver os bandos de charnecos, os melros, os pardais, alguns patos-reais que se encontram nos canais mortos de rega, os abelharucos, as andorinhas-das-chaminés e as andorinhas-dos-beirais, os andorinhões-pretos e quando temos sorte os mocho-galegos, os falcões peneireiros e ainda os estorninhos-pretos.

Na Ria, as aves são outras e os miúdos podem observar as diferentes adaptações aos diferentes habitats, as pernas são mais altas e os bicos são maiores e muito diferentes uns dos outros. Aqui podemos ver os flamingos, os pernilongas, os corvos-marinhos, os ostraceiros, os pernas-vermelhas entre outros.

De volta ao Centro ainda há tempo para assistir à demonstração de anilhagem de aves e fazer uma visita à Sala de Exposição. No fim os meninos fazem um pic-nic nas mesas de jardim e aproveitam o espaço excelente que temos à volta da casa.