Boletim Informativo agosto 2020

 

Bem-vindos ao nosso Boletim Informativo de agosto!

De certeza que vai notar que o nosso artigo de abertura “Instantâneo” mudou este mês, iremos falar de lugares e pessoas de Portugal, esperamos que goste da mudança.

Esteja seguro e bem de saúde e esperemos que possamos em breve regressar às nossas vidas “normais”.

Desfrute do verão!

Helen & Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

Mexilhoeira Grande

Idade: 5000 a 3000 anos a.C. (primeiros vestígios da presença humana – Neolítico)

Vila (desde 1 de novembro de 1999)

Habitantes: 4100 (Census 2011)

Área: 91,4 Km2

A Vila da Mexilhoeira Grande está situada no Barlavento Algarvio, Distrito de Faro, Concelho de Portimão. É delimitada pela Ribeira de Odiáxere a Oeste, pela Ribeira da Torre a Este, pela Serra de Monchique e Ribeira de Boina a Norte e pela Baía de Lagos a Sul. Tem a característica de possuir uma faixa litoral, barrocal (plataforma caracterizada pela presença de rochas calcárias e vegetação típica), serra e diversas linhas de água (que correm de Norte para Sul). Estas características permitiram a formação de um Microclima e aparecimento de flora e fauna diversificadas.

Os primeiros vestígios de populações humanas nesta vila datam do Neolítico. Pensa-se que o povoado e necrópole de Alcalar datem desse período. Foram encontrados diversos artefactos líticos em toda a região e depósitos de conchas. O nome “Mexilhoeira” vem de “mexilhão” um bivalve que seria muito abundante, juntamente com outros mariscos e que deu o nome à povoação. A região também foi ocupada pelos Romanos, existem alguns vestígios arqueológicos, o mais importante será a Vila Romana da Abicada, que data do século I d. C., seria uma unidade de produção manufaturada de vinho, azeite e peixe seco e que provavelmente terá sido abandonada no século IV d. C.. Todo o Algarve esteve sob a ocupação dos Árabes ou Mouros (714 – 1252  ) e é visível a sua influência, também na Mexilhoeira Grande, não tanto a nível arquitetónico mas a nível de inovações tecnológicas agrícolas, como a nora (retirava a água do poço para regar os campos), a azenha de rio (força motriz do rio para moer a farinha) e em alguns topónimos de locais na freguesia ( Arão, Abicada, Alcalar,…).

Apesar de muitos dos monumentos da Mexilhoeira Grande não se encontrarem em bom estado de conservação, ainda vale a pena visitar alguns: Igreja Paroquial da Nossa Senhora da Assunção construída entre 1525 e 1529 (hoje em dia já remodelada) e a Necrópole de Alcalar com o seu centro interpretativo (visite o website aqui).

Para além da história cultural, a freguesia tem uma enorme biodiversidade, devido principalmente à diversidade de habitats que aqui podemos encontrar. O Estuário da Ria de Alvor é um sítio Natura 2000 e uma área importante de passagem na migração de aves.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Borboleta-pequena-da-couve (Pieris rapae, Linnaeus, 1758)

Morfologia: É uma borboleta de tamanho médio da Família Pieridae, com envergadura entre 45 a 50 mm; a parte superior das asas é branco-creme com uma mancha triangular na parte distal da asa posterior. A fêmea tem duas manchas escuras na asa posterior enquanto o macho só tem uma; a parte inferior das asas é amarelada com as mesmas manchas pretas que a parte superior. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. O período de voo é entre fevereiro e novembro.

Habitat: Pastagens, terrenos agrícolas, prados, jardins e parques, é comum em áreas urbanas.

Distribuição: Nativa da Europa (Este do Mediterrâneo) espalhou-se pela Ásia e Norte de África; introduzida na América do Norte, China, Austrália e Nova Zelândia.

Notas: É uma espécie muito semelhante à Borboleta-grande-da couve (Pieris brassicae), é mais pequena e mais pálida. A lagarta alimenta-se de crucíferas e é considerada uma praga para as culturas de crucíferas (couves). A fêmea pode viver cerca de três semanas.

Piu… Piu…

Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus,

Desfontaines, 1789)

Identificação: É uma pequena ave de rapina da Família Accipitridae. Tem cabeça relativamente grande e pescoço curto, asas pontiagudas e largas e cauda quadrada; as partes superiores são cinzento claro com ombros pretos; as partes inferiores são claras e as pontas das asas escuras. Os olhos são vermelhos. Os machos e as fêmeas são semelhantes.

Habitat e Ecologia: Áreas abertas, bosques de sobreiros e azinheiras abertos e campos de cereais. A dieta consiste principalmente em pequenos mamíferos, répteis, aves e insetos. Peneira como estratégia de caça, como o Peneireiro-comum, mas com uma silhueta distinta em V. Nidifica em árvores.

Distribuição: Sudoeste da Península Ibérica, África e Ásia. Em Portugal é mais comum no Sul, especialmente no Alentejo. É uma ave residente e pode ser observada na Ria de Alvor.

Estado de Conservação: Pouco preocupante (LC) na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Em Portugal foi considerada Quase Ameaçada (NT) em 2005, no entanto a população tem aumenta na última década. São consideradas algumas subespécies de acordo com a sua área de distribuição; em Portugal está presente a subespécie E. caeruleus caeruleus.

SABIA QUE?

Este ano, mais uma vez, A Rocha faz parte da Ciência Viva no Verão, um projeto em conjunto com o Centro de Ciência Viva de Lagos, que oferece atividades gratuitas relacionadas com a ciência e a cultura, por todo o país. As nossas atividades incluem Anilhagem de aves e monitorização de traças. Visite o website para informações sobre as atividades disponíveis (requer marcação). Aqui

Todos os anos A Rocha recebe voluntários estrangeiros por curtos períodos, estudantes ou não-estudantes, que têm o desejo de fazer umas férias diferentes e adquirir alguma experiência em conservação, ciência ou vida selvagem, mas alguns apenas querem ajudar com a sua experiência e conhecimento. Se é uma dessas pessoas, contacte-nos e torne-se voluntário. Visite a nossa página para mais informação. Aqui

Já conhece o jardim da Cruzinha? As nossas galinhas estão a crescer e os vegetais também!

A migração já começou! No dia 23 de julho, na estação de anilhagem da Cruzinha, apanhamos a nossa primeira Felosa-poliglota (Hippolais polyglotta)! Um adulto com muita gordura! No dia 30 de julho apanhamos uma Felosa-de-papo-branco (Phylloscopus bonelli).

Felosa-poliglota (Hippolais polyglotta)

Felosa-de-papo-branco (Phylloscopus bonelli)

Provavelmente alguns de vós já nos visitaram numa quinta-feira Dia Aberto e tiveram a oportunidade de observar algumas aves e ouvir a nossa palestra. Mas para alguns de nós o dia começa muito cedo!

O meu dia preferido da semana, quinta-feira! O dia de anilhar! O meu alarme tocou às 5 da manhã, mas valeu a pena, chegar à Cruzinha debaixo de um céu escuro, com estrelas maravilhosas e com a lua. As redes à volta do jardim para capturar as aves são abertas uma hora antes de o nascer do sol. É tudo tão calmo a essa hora! É possível ouvir o som do mar, mas também algumas aves, como é o caso do Noitibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis), com o seu som maravilhoso! (talvez tenhamos sorte em apanhá-lo). Estamos em julho e hoje a esta hora da manhã, o termómetro marca 24o C, vai ser um dia quente!

O sol “levantou-se”, finalmente, e com ele os sons do dia: os Melros, os Charnecos, os Estorninhos-pretos, as Rolas-turcas, os Verdilhões, as Carriças, a Trepadeira-comum, mas também a rã-verde (Pelophylax perezi) e as Cigarras.

Mais um dia de anilhagem e nunca sabemos o que podemos capturar! Vamos esperar por surpresas maravilhosas!

Lagartixa-do-mato- comum (Psammodromus algirus, Linnaues 1758)

Família: Lacertidae

Distribuição: Península Ibérica, Sudoeste de França e Norte de África. Em Portugal está presente em todo o país exceto em regiões com forte influência do Atlântico.

Habitat: dunas costeiras, pastagens naturais, terrenos agrícolas, matos e bosques mediterrâneos.

A Lagartixa-do-mato é um pequeno réptil, pode atingir os 30 cm em comprimento, a cabeça é robusta; as partes superiores são acastanhadas com duas listas laranja- esbranquiçadas e as partes inferiores são claras. Os machos têm manchas azuladas junto aos membros superiores; as escamas dorsais são grandes e imbricadas.

A espécie está ativa durante o dia, entre fevereiro e outubro, especialmente em dias de sol. É muito comum em Portugal e muito fácil de se observar a apanhar banhos de sol em cima de uma rocha ou na orla de um caminho. Pode viver entre 5 a 7 anos. A sua dieta consiste em pequenos invertebrados: aranhas, escaravelhos, formigas e gafanhotos.

O nome latim Psammodromus, significa “corredor da areia”, porque esta espécie também é comum nas dunas. Quando capturada pode imitir pequenos estalidos ou até mesmo perder a cauda (autotomia – habilidade de autoamputação quando em perigo).

Em Portugal é possível encontrar outra espécie de Psammodromus, a P. hispanicus, que apenas está presente em Portugal, Espanha e França. É mais pequena (cerca de 5 cm de comprimento) e muito menos comum.

REBENTO…U

Família: Poaceae

Identificação: É uma planta herbácea, perene e ereta, pode crescer até aos 10 metros de altura; o caule, colmo, é oco por dentro e dividido na zona dos nós, é duro com uma superfície lisa e brilhante, a parte exterior é siliciosa. A raiz é uma estrutura muito resistente, formando feixes compactos. As folhas são verdes, em forma de coração alongado e alternas. As flores crescem em panículas nas partes superiores do caule e apresentam cor creme acastanhada; floresce de março a setembro.

Habitat e Distribuição: pode crescer numa grande variedade de habitats, solos húmidos, cascalhos, sedimentos de rios, zonas com água doce e salobras, terrenos agrícolas, mas sempre associado a terrenos com alguma humidade. É nativo do Médio Oriente e do Norte de África e está naturalizado em todas as regiões temperadas, subtropicais e tropicais em ambos os hemisférios.

Notas: é considerada uma espécie invasora, apresenta um comportamento agressivo e reproduz-se rapidamente, competindo com as espécies nativas, pode causar alterações dramáticas nos processos ecológicos e de sucessão. Pensa-se que foi introduzida em toda a bacia Mediterrânea ainda na pré-história.

Cana-do-Reino (Arundo donax, L.)

DATAS A NÃO ESQUECER

6, 13, 20 e 27 de agosto – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12). Reserve aqui

 

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
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Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
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Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Nunca é cedo demais para pensar no que poderá oferecer a alguém especial pelo seu Aniversário. Que tal uma “Oferta de Amizade” para os Amigos d’A Rocha Portugal”?

OFERTA DE AMIZADE

Pensamento do mês

“A escuridão não pode expulsar a escuridão; apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar ódio; só o amor pode fazer isso.

— Martin Luther King Jr (1929 -1968 Pastor Americano e ativista dos direitos humanos)

Testamento de Esperança: As escritas essenciais e discursos de Martin Luther King

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Como poupar água

Poupar é bom para o ambiente, mas também para o nosso bolso!

A água é um dos bens mais preciosos! Por vezes nem pensamos nela porque é tão fácil obtê-la, basta um simples gesto, como abrir a torneira!

Precisamos de ter consciência de que apenas 3% de toda a água do planeta é água doce, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo, na realidade apenas 0,65% circula disponível nos continentes em rios, lagos ou linhas subterrâneas. A água é um recurso escasso e devemos usá-la cuidadosamente.

Poupe água!

  1. Feche a torneira quando escova os dentes
  2. Encha o lava loiça para lavar a loiça
  3. Lave os vegetais num alguidar com água e não com água a correr
  4. Lave a roupa escura com água fria (poupa mais água e também as cores da sua roupa)
  5. Feche a torneira quando ensaboa as mãos
  6. Reduza o tempo dos seus duches (1 ou 2 minutos no final do ano fazem grande diferença)
  7. Armazene a água do chuveiro enquanto espera que a água aqueça

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Avaliar Borboletas na Europa – Projeto ABLE

Desde junho de 2019, A Rocha recolhe dados para o projeto ABLE, monitorizando espécies de borboletas, de modo a melhorar as medidas para a sua conservação. O projeto utiliza as espécies de borboletas para avaliar o estado de saúde do ambiente na Europa. O responsável por este projeto em Portugal é o Tagis (Centro de Conservação das Borboletas de Portugal – visite aqui o website)

Identificar borboletas é um processo muito interessante, inicialmente é importante capturá-las para observar o padrão das asas, que por vezes não é possível quando elas estão em voo. A experiência de campo é essencial e nunca é possível identificar todas as espécies. É uma aprendizagem constante e também por esta razão é um projeto maravilhoso!

A metodologia do projeto consiste na contagem regular de borboletas ao longo de um transecto, a monitorização é feita todas as semanas, desde que as condições atmosféricas o permitam (temperatura superior a 13° C e vento fraco ou moderado). No Algarve é possível fazê-lo durante quase todo o ano. Um transecto é um percurso fixo ao longo do qual são feitas as contagens e registo das espécies, é necessário o observador utilizar sempre o mesmo percurso.

No período de junho de 2019 a junho de 2020, foram realizadas 29 visitas e observadas cerca de 21 espécies de borboletas de 5 famílias diferentes (Papiliionidae, Pieriidae, Nymphaliidae, Lycaeniidae and Hesperiidae). A Família Hesperiidae foi a menos abundante em número e diversidade, com apenas três espécies registadas por outro lado a Família Pieriidae foi a mais abundante em número de espécies registadas. As espécies mais abundantes foram: Maravilha (Colias croccea), Borboleta-da-couve (Pieris brassicae), Malhadinha (Pararge aegeria), Borboleta-pequena-da-couve (Pieris rapae), Loba (Maniola jurtina) and Ines (Melanargia ines). A espécie mais comum foi a Malhadinha (Pararge aegeria) registada em 82% das visitas.

Abril e maio foram os meses com o número mais elevado de indivíduos e de espécies. Estes são os meses de primavera com grande diversidade de flores e plantas, o que significa muito alimento disponível.

As espécies de borboletas têm diferentes períodos de voo, algumas são muito abundantes em determinado período e estão ausentes noutro, como é o caso da Ines (Melanargia ines); outras estão presentes por longos períodos, como é o caso da Maravilha (Colias croccea) (ver gráfico).

            Vamos cozinhar!

Alcatra de Borrego com molho mostarda 

Para duas pessoas

2 unidades alcatra de borrego cerca de 400 grs

1 ramo alecrim

1 ramo tomilho

1 laranja

1 limão

100 grs manteiga

2 dentes alho

1 dl azeite

1 dl Vinho branco

30 grs Mostarda

Sal e pimenta qb

1 dl Natas

Limpar de excesso de gorduras o borrego e marinar com zest de laranja e limão, alho e as ervas pelo menos até 3 horas antes de confecionar.

Limpar o borrego das zest utilizadas na marinada mantendo apenas as ervas aromáticas. Num sauté antiaderente quente com azeite corar o borrego de ambos os lados. Temperar de sal e pimenta a gosto.

Retirar o borrego do sauté e colocar no forno a 160 graus por 7 minutos.

Refrescar o sauté com o vinho branco e deixar evaporar. Retirar as ervas aromáticas e o alho. Adicionar a mostarda e a manteiga. Finalizar com as natas e deixar cozinhar em fogo fraco.

Retirar o borrego do forno e deixar a repousar cerca de 5 minutos antes de servir .

Servir com batata assada e legumes salteados a gosto.

A Natureza espera por si em Sagres: Inscrições já abriram

Abriram dia 28 de julho as inscrições para o maior evento de natureza do país: o 11º Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Sagres. Neste evento, agendado para os dias 2 a 5 de outubro, encontrará dezenas de oportunidades para desfrutar do espetáculo da migração de aves e descobrir a Natureza do barlavento algarvio. A par das saídas para observação de aves, golfinhos e até plantas, haverá diversas atividades de dia e de noite, incluindo pela primeira vez alguns webinars.

O programa ficará online em www.birdwatchingsagres.com e a organização recomenda que se inscreva o mais rapidamente possível, pois todos os anos há atividades que esgotam depressa.

Fotografias de CMVB

Mais informação: www.birdwatchingsagres.com

Consulte o website para saber datas dos passeios organizados

  www.arochalife.com  

Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica)

O Pisco-de-peito-azul é uma espécie de passeriforme com muitas subespécies na Europa e Ásia. Na Península Ibérica ocorrem quatro subespécies, três delas são bastante comuns: azuricollis (sem espelho na mancha azul) nidifica em Espanha e Portugal e inverna no Oeste de África, a sul do Sahara; namnetum (espelho branco na mancha azul), nidifica na costa Atlântica Francesa e inverna em Portugal, sudoeste de Espanha e noroeste de África; cyanecula (espelho branco na mancha azul), que nidifica no norte de França, na Bélgica e na Holanda e inverna no Oeste de África, apenas passa na Península Ibérica durante a migração; por fim a subespécie, svecica (espelho vermelho na mancha azul) migra pela Europa de leste e raramente é registada na Península Ibérica. Através da anilhagem é possível saber a origem das aves capturadas na Península Ibérica, elas são oriundas da Bélgica, França, Holanda e Alemanha. A população invernante na Península Ibérica consiste maioritariamente em adultos e mais machos que fêmeas. Esta espécie inverna em zonas húmidas como salinas, estuários, ou ao longo de canais de irrigação e normalmente é fiel aos seus locais de invernada. 

Em Portugal, e espécie nidificou em 1992 e 1993 na Serra da Estrela e em 2001 na Serra de Montesinho acima dos 1200m. Dado que a espécie nidifica nas montanhas em Espanha (subespécie azuricollis,), foi lógico encontrá-la a nidificar também no mesmo tipo de habitat em Portugal. No nosso país, o Pisco-de-peito-azul está no limite da sua distribuição, o que explica a irregularidade da sua nidificação. Antes da segunda metade do século XX, existiam poucas observações de indivíduos invernantes; o número de registos aumentou durante os anos 1970, mostrando uma possível mudança na estratégia de invernada da espécie. Durante o inverno, a espécie encontra-se ao longo da costa portuguesa, especialmente em grandes zonas húmidas como a Ria de Aveiro, os estuários do Tejo e Sado e a Ria Formosa; também pode invernar em zonas mais pequenas como lagoas costeiras ou sapais. As aves invernantes, em Portugal, pertencem à subespécie namnetum enquanto que os indivíduos da subespécie cyanecula apenas se encontram de passagem como foi demonstrado pelo controle de aves anilhadas na Polónia, Alemanha, Suíça, França, Áustria, Holanda e Espanha. Estas aves estão presentes geralmente entre setembro e março. Na Ria de Alvor, as primeiras aves chegam em agosto e as últimas partem em abril; aqui a população invernante atingiu um máximo de 15 aves.

Fotografias e texto de Guillaume Réthoré

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