Boletim Informativo outubro 2020

 

 

Bem-vindos ao nosso Boletim Informativo de outubro!

Esperemos que desfrute dos artigos deste mês!

Não se esqueça de talvez pensar em oferecer uma oferta de amizade dos Amigos d’ A Rocha Portugal a um amigo ou familiar como prenda de Natal (sim, sim já começamos a falar de Natal, mas estamos em Outubro e apenas a 12 semanas da Noite de Natal)

Continue a sorrir 🙂

Helen e Filipa

I
N
S
TANTÂNEO

Sagres

Idade: século VIII a. C.

Vila (1519)

Habitantes: 1909 (Census 2011)

Área: 34,28 Km2

Sagres é a vila mais Ocidental da Europa Continental, encontra-se no Concelho de Vila do Bispo. Localizada a Sul da Ponta de Sagres e do Cabo de São Vicente, protegida dos ventos fortes e dos mares bravos, é o ultimo pedaço de terra antes do enorme Oceano Atlântico.

O nome “Sagres” deriva do nome dado na Antiguidade a esta zona, Promontorium Sacrum que significa cabo sagrado. Esta área inóspita, vista como o fim do mundo, com falésias elevadas, vegetação rude, ventosa, mas com uma beleza natural rara, tornou-se num importante ponto de ritual e religião.

Por volta do século VIII a. C., Sagres tornou-se ainda mais importante, como o último porto de abrigo antes do Oceano Atlântico, para os marinheiros de Mediterrâneo que comercializavam com o Ocidente. Em 779 os restos mortais de São Vicente, um mártir de Saragoça, foram trazidos para a área e guardados num pequeno mosteiro (não se sabe exatamente a localização), aqui permaneceram até ao século XII quando os Almorávidas (povo do Norte de África), destruiram os santuários religiosos. O acontecimento mais importante foi em 1443, quando o Infante D. Henrique, o Navegador, conhecido como o Infante de Sagres, pediu autorização ao seu irmão D. Pedro, para construir uma vila em Sagres, reconhecendo a importâcia económica do mar; mas pouco restou dessa vila, a maior parte foi destruída em 1587, aquando da ocupação pelo corsário Francis Drake, durante os anos conturbados entre Espanha e Inglaterra. Mais tarde, em 1755, o grande terramoto de Lisboa, provocou ondas enormes e poderosas, causando também danos na área. Apenas em 1921, acidentalmente, a famosa rosa-dos-ventos foi descoberta, os restos da famosa vila construída pelo Infante de Sagres. O motivo da sua construção é ainda desconhecido, bem como a famosa escola náutica que se pensava ter existido na área, hoje considerado um facto pouco provável.

Sagres está localizada no interior do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Devido à sua localização, Sagres tem um património natural muito rico, o clima é tipicamente seco Mediterrânico, contudo existe uma forte influência Atlântica e a presença constante de ventos norte. A vegetação é bastante característica e existem algumas espécies endémicas. A zona é também conhecida pela migração de aves planadoras no outono.

OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Borboleta-cramera (Aricia cramera, Eschscholtz, 1821)
Fotografias de Rosie Miller

Morfologia: É uma pequena borboleta da Família Lycaenidae, com envergadura entre 22 a 25 mm; a parte superior das asas é acastanhada com margem alaranjada e fímbrias brancas, a parte inferior das asas é acastanhada com manchas pretas com orla branca e manchas laranjas na margem. Provavelmente duas gerações anuais; voa de abril a setembro.

Habitat: Grande variedade de habitats, geralmente zonas não cultivadas, zonas rochosas e soalheiras.

Distribuição: Norte de África (Marrocos e Argélia), Ilhas Canárias, Península Ibérica e Sul da Europa. Em Portugal é comum por todo o país.

Notas: Em termos ecológicos, não é uma espécie muito exigente, por esta razão não se encontra ameaçada. Em Portugal não é tão comum nas zonas costeiras, devido ao desenvolvimento urbano. As plantas hospedeiras são geralmente Helianthemum sp, Erodium sp e Geranium sp.

Piu… Piu…

Felosa-de-papo-branco

(Phylloscopus bonelli, Vieillot, 1819)

Identificação: É um passeriforme de pequenas dimensões da Família Phylloscopidae, pode atingir entre 10.5 cm e 11.5 cm de comprimento. As partes superiores são acinzentadas contrastando com o uropígio esverdeado e com as margens, também esverdeadas, das primárias (penas da asa) de cor escura; as partes inferiores são brancas e o olho escuro. As fêmeas e os machos são semelhantes. O canto é um trinado repetitivo de uma só nota.

Habitat e Ecologia: Bosques e florestas de pinheiro ou carvalho. O ninho é uma abóboda de erva, construído no chão, por baixo de arbustos ou em cavidades; pouco se sabe acerca da sua reprodução em Portugal, mas na Europa deposita entre 5 a 6 ovos numa única ninhada. Alimenta-se de insetos e de outros invertebrados.

Distribuição: Sul da Europa e Norte de África. Migrador: nidifica em Portugal, Espanha, Sul de França e Balcãs, inverna na África tropical. Em Portugal é mais comum no interior norte, no Algarve é principalmente um migrador de passagem comum no final de agosto a princípio de setembro.

Estado de Conservação: Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) o nome do género “Phylloscopus” deriva de duas palavras Gregas, “phullon” e “skopos” que significam folha e em busca de/ver, estas felosas são muito ativas, em movimento constante e à procura de insetos entre as folhas.

SABIA QUE?

  • No dia 11 e 12 de setembro, A Rocha foi convidada, pelo Município de Lagoa, a desenvolver uma atividade de demonstração de anilhagem e de monitorização de traças, respetivamente, para celebrar a semana da Ecologia. A Rocha irá desenvolver ainda uma outra atividade no dia 24 de outubro, de Observação de Aves, no Sítio das Fontes, Estômbar.

  • No dia 19 de setembro, A Rocha organizou uma atividade de Limpeza de praia em Alvor, esta atividade fez parte da Semana Internacional de Limpeza Costeira. Foram recolhidos cerca de 63 kilos de lixo! Muito obrigada pela vossa ajuda. Veja aqui o vídeo produzido por Isabel Soares.
  • Desde março de 2019, o dique à volta do Ria de Alvor, ruiu (ver Boletim Informativo fevereiro 2020), este ano, setembro de 2020, começaram os trabalhos para a reconstrução do mesmo dique. Embora as mudanças, do nosso ponto de vista, não tenham sido muito negativas para as aves, a erosão causada pelas marés, constituiu um problema grave; uma das estradas de acesso ao estuário, está na maior parte das vezes fechada, devido à subida da maré e as pessoas que ali vivem não têm acesso às suas casas.

  • Setembro foi também um excelente mês para aves; nas nossas sessões de anilhagem capturamos alguns migradores: Papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), Felosinha-comum (Phylloscopus collybita), Felosa-musical (Phylloscopus trochilus), Toutinegra-carrasqueira (Sylvia cantilans), Toutinegra-das-figueiras (Sylvia borin), Rouxinol (Luscinia megarhynchos), Toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), Felosa-dos-juncos (Acrocephalus schoenobaenus), Felosa-malhada (Locustella naevia), Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula) e Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata).

Felosa-dos-juncos (Acrocephalus schoenobaenus)

Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata)

Rouxinol (Luscinia megarhynchos)

Felosa-malhada (Locustella naevia)

Outubro é sempre um bom mês! É o mês do Festival de Observação de aves em Sagres!

Provavelmente alguns, ou muitos de vós, já tiveram a oportunidade de visitar Sagres nesta altura do ano e participar em algumas das maravilhosas atividades disponíveis. O festival começou há 11 anos, inicialmente eram apenas atividades relacionadas com as aves mas hoje em dia é alargado a outros campos, como insetos, traças, plantas, caminhadas na natureza e educação ambiental. A área é tão rica e ambientalmente interessante, que existem tantas coisas para explorar! Mas o que provavelmente não sabem é como era no início, antes do “Festival”…. há 25 anos era uma atividade para voluntários! O objetivo era tentar compreender a importância de Sagres como corredor migratório para as aves. Voluntários, principalmente portugueses, vindos de todo o país, permaneciam em pontos de observação todo o dia com binóculos e telescópio, a olhar para o céu, a tentar localizar aves planadoras (principalmente aves de rapina), também havia algumas atividades de anilhagem. Naquela altura os “observadores de aves” eram poucos e todos se conheciam! Eu fui um desses voluntários, na altura, ainda muito inexperiente; foi o meu primeiro contacto com “aves grandes” e desde então tento ir todos os anos! Desfrutem do Festival de Observação de Aves em Sagres!

Filipa

Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus)

Classe: Mammalia

Família: Erinaceidae

Comprimento do corpo: 15 a 30 cm

Longevidade: 3 anos (em média) até 10 anos (máximo)

Peso médio: 700 gr (entre 400 gr e 1200 gr)

Habitat: grande variedade de habitats: matos, florestas decíduas, pradarias, pomares, zonas agrícolas, jardins e parques urbanos.

Distribuição: Europa (da Península Ibérica até à Europa Central, incluindo as Ilhas Britânicas).

O ouriço-cacheiro é uma espécie fácil de identificar, porque é o único animal na Europa, com o corpo coberto de espinhos; apenas a cabeça, as partes inferiores e as patas não têm espinhos e têm uma coloração castanha-amarelada. O pelo é longo, as patas e orelhas são curtas e tem o focinho pontiagudo. Os machos e as fêmeas são semelhantes.

Normalmente é mais ativo ao crepúsculo ou durante a noite; é um animal solitário e territorial. A época de nidificação começa depois da hibernação, de abril a setembro; as fêmeas têm em geral uma única ninhada, com 4 a 6 crias e cuidam destas sozinhas.

O ouriço-cacheiro é uma espécie omnívora, a sua dieta consiste em invertebrados: minhocas, escaravelhos, formigas, abelhas, borboletas, lagartas, aranhas e lesmas, pequenos roedores, ovos, pequenos lagartos e cobras e material vegetal como por exemplo sementes, grãos e frutos.

O ouriço tem um método defensivo característico que consiste em enrolar o seu corpo numa bola, escondendo as partes “nuas” e colocando à mostra os espinhos aos predadores (principalmente cães, gatos, raposas e Bufos-reais).

Esta espécie é comum por toda a Europa e desempenha um papel muito importante no ecossistema; as principais ameaças estão relacionadas com a morte acidental por atropelamento, destruição de habitat e o uso de pesticidas na agricultura.

REBENTO…U

Família: Asteraceae

Identificação: é um subarbusto perene, com cerca de 150 cm de altura, lenhoso na base e com ramos eretos e folhados. As folhas são longas e estreitas e crescem diretamente dos ramos. As flores amarelas crescem em aglomerados no topo dos ramos; floresce de agosto a novembro. O fruto é uma cípsela arredondada, rodeada de pequenos pelos macios.

Habitat e Distribuição: Terras agrícolas, bermas de estradas, terrenos incultos, baldios e áreas abertas de matos secos. Nativa do Mediterrâneo (Sul da Europa, Norte de África e Este da Ásia); introduzida na Austrália e EUA, onde é considerada uma espécie invasora.

Notas: É uma planta de crescimento rápido que coloniza áreas perturbadas e atrai insetos; uma vez que floresce tardiamente é uma importante fonte de alimento para a produção de mel (alimento para as abelhas). A táveda é uma planta aromática e o seu óleo é utilizado na medicina tradicional. Existem duas subespécies diferentes: D. viscosa subsp viscosa e subsp revoluta, a última é endémica de Portugal.

Táveda (Dittrichia viscosa, L.)

DATAS A NÃO ESQUECER

1, 8, 15, 22 e 29 de outubro – Dia aberto- Cruzinha (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12). Reserve aqui

2 a 5 de outubro – Festival de observação de aves, Sagres: https://www.birdwatchingsagres.com/

5 de outubro – Implantação da República. Feriado nacional

24 de outubro –atividade de observação de aves, Sítio das Fontes, em parceria com a Câmara de Lagoa (para mais informação envie email para: friends.arpt@arocha.org)

25 de outubro – mudança de hora para horário de inverno (atraso de 1 hora)

31 de outubro – Dia das bruxas – Halloween

 

Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Marachique, Lt 1, Loja B, 8500-045 Alvor
(+351) 919191941/ 282482409
www.swandayspa.pt

Sítio da Amoreira, Lote 12,
Alvor, 8500-045 Portimão
(+351) 282412562/ 925433047
www.transfair.com.pt

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão

(+351) 911597735

Fisioterapia, massagens

(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)

Terapias complementares

Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)

Aberto de segunda a sexta

Nunca é cedo demais para pensar no que poderá oferecer a alguém especial pelo seu Aniversário ou pelo Natal. Que tal uma “Oferta de Amizade” para os Amigos d’A Rocha Portugal”?

Gift Friendship

Pensamento do mês

“Eu posso não ter ido onde pretendia ir, mas acho que acabei por chegar onde pretendia estar”

– Douglas Adams (1952 – 2001, escritor Inglês, encenador e dramaturgo)

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

A energia é um recurso limitado!

A Energia é essencial na nossa vida; a maior parte da energia que consumimos é proveniente dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo) – recursos naturais finitos e não renováveis que estão a ser usados em excesso.

  • Cerca de 78% da energia consumida por uma família portuguesa em sua casa, é gasta na preparação de alimentos e no aquecimento de água.
  • Os frigoríficos e as arcas congeladoras são os eletrodomésticos que consomem mais energia (cerca de 30% do consumo doméstico de eletricidade)
  • A máquina de lavar roupa pode consumir mais de 124 litros de água quente numa única lavagem, o equivalente a 4 duches.
  • Daqui a 50 anos o consumo de energia vai duplicar.
  • O tempo que falta para esgotar o petróleo, gás natural e urânio varia entre os 40 a 120 anos
  • Em áreas urbanas o elétrico percorre uma distância cerca de 11 vezes superior à de um carro, e o autocarro uma distância de cerca de 2,5 vezes mais que um carro.
  • O uso de gás natural é mais barato e menos poluente. Emite cerca de 25% menos dióxido de carbono para a atmosfera e não é tóxico.
  • Os resíduos de uma Central Elétrica podem durar até 100 000 anos

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES

Glossário de termos ecológicos

A utilização de palavras específicas é comum, mas por vezes difícil de compreender ou pelo menos, difícil de compreender exatamente o que significa; muitas vezes o significado é diferente do uso “normal” da palavra.

Ecologia: ciência, ramo da biologia, que estuda os organismos e as interações entre eles e o ambiente que as rodeia.

Espécie: Grupo de organismos com características semelhantes, que podem reproduzir-se entre si e dar origem a descendentes férteis (conceito difícil de definir).

População: grupo de indivíduos da mesma espécie que habita o mesmo local, num determinado período de tempo.

Comunidade: todos os organismos vivos que habitam o mesmo local, num determinado período de tempo.

Habitat: local onde habita uma determinada espécie (planta, animal ou outro organismo) que reúne determinadas condições ecológicas, para que essa espécie ocorra, como luz, vento, temperatura, humidade,…

Biótopo: é uma pequena parcela do habitat; é uma área que reúne condições ambientais uniformes e que proporciona o lugar para uma espécie específica habitar.

Ecossistema: a complexidade de organismos vivos (comunidade), o seu ambiente físico (habitat) e as interações entre eles (fatores bióticos e abióticos).

Fatores bióticos: relacionados com os seres vivos, as suas interações

Fatores abióticos: relacionados com o meio ambiente – temperatura, vento, humidade, solo, luz

Biosfera: o sistema ecológico global que inclui todos os organismos vivos do planeta.

Atmosfera: os gases que envolvem a terra, a parte gasosa da terra.

Litosfera: a camada mais externa sólida da terra.

Hidrosfera: toda a parte líquida da terra que forma uma camada descontínua (rios, lagos, mares, oceanos).

Ecosfera: o grande ecossistema, a soma da biosfera, atmosfera, litosfera e hidrosfera.

            Vamos cozinhar!

Creme de Abóbora e Cogumelos

100 grs batata doce

250 grs abóbora manteiga ou qualquer outro tipo mais doce

250 grs cogumelos

1/2 cebola

2 dentes de alho

100 grs alho francês

100 ml natas

Sal e pimenta qb

Manteiga ou azeite qb

Tomilho qb

Lascas de queijo qb

Faça um refogado com a gordura à escolha onde deve colocar, arranjadas e aos pedaços não muito grandes, batata-doce, abóbora, cebola, alho e alho francês, 150 grs de cogumelos inteiros. Adicione água a cobrir e tempere de sal . Deixe cozinhar lentamente por cerca de 25 minutos. Triture bem e adicione as natas. Leve novamente a levantar fervura e retifique temperos uma última vez. Os restantes cogumelos devem ser cortados em pedaços pequenos e salteados, de preferência em azeite com um pouco de tomilho, sal e pimenta. Ao servir adicione no prato uma porção dos cogumelos salteados regando de seguida com o creme. Termine com um fio de azeite cru em cada prato antes de servir. Decore com lascas de queijo .

Por uma Europa que não perpetue a desflorestação

A União Europeia está a considerar introduzir uma lei que impeça que entrem nos nossos mercados produtos que envolvam desflorestação, e você pode ajudar.

A União Europeia é não só uma grande importadora de óleo de palma e soja, mas também de outros produtos que levam à desflorestação, como a carne de vaca proveniente da Amazónia, o café e o cacau. Uma vez que a União Europeia não impede a entrada de produtos ligados à destruição da natureza no mercado da UE, estes facilmente entram nas prateleiras do supermercado e, consequentemente, no nosso prato. O óleo de palma é um ingrediente presente na maioria dos alimentos processados e dos produtos de cosmética, enquanto a soja é usada para alimentar os animais criados para a indústria da carne e dos lacticínios. Estamos literalmente a comer as nossas florestas sem termos conhecimento disso.

Uma nova lei europeia sobre os produtos ligados à desflorestação está agora ao nosso alcance: a Comissão Europeia abriu uma consulta pública para podermos dar a nossa opinião. Mostre o seu apoio, preenchendo um simples formulário e partilhando a campanha #Together4Forests #JuntosPelasFlorestas. Participe.

Consulte o website para saber datas dos passeios organizados

  www.arochalife.com  

Abutres no Algarve, parte 2

Uma espécie que muitos observadores desejam encontrar quando olham para um grupo de Grifos é o Grifo-pedrês (Gyps rueppellii). Esta espécie nidifica na parte norte da África subsaariana e é raro e ameaçado na África Oeste. É uma espécie rara na Península Ibérica. Muitas das observações são de aves imaturas que se juntam a grupos de Grifos que regressam do inverno na África Oeste. O primeiro registo aceite para a Península Ibérica foi um sub-adulto fotografado perto de Cáceres em Maio e Junho de 1992. Um outro sub-adulto estava presente em Doñana no mesmo ano. Em 1993, uma ave de 2º ano foi capturada em Portugal. Em 2009, havia 40 registos homologados (59 indivíduos) em Espanha, 13 (15 indivíduos) em Portugal e um em Gibraltar. Estes números são provavelmente subestimados porque há muitas observações que nunca foram submetidas. Através das fotografias foi possível reconhecer alguns indivíduos e foram identificados pelo menos nove aves diferentes na zona de Cádis em Setembro de 2010, incluindo um grupo de quatro perto de Tarifa e cinco indivíduos num grupo de Grifos em Ceuta, na primavera de 2006. Estas aves foram vistas vindo do sul e atravessando o estreito de Gibraltar, esta espécie já foi registada no Jebel Moussa, a sul do estreito. Este abutre foi registado em todos os meses do ano na Península Ibérica, mas há menos observações durante o inverno. As aves chegam na primavera e regressam a África no outono, o pico situa-se em Setembro-Outubro a norte do estreito.

Através da observação do ebird.org, em Portugal, o Grifo-pedrês foi registado em colónias de Grifos, onde foi encontrado a nidificar em 1999 quando uma ave foi observada a chocar um ovo. Pode ter sido um casal misto. Esta espécie também foi observada no Alentejo e na zona de Sagres.

O Abutre-pedrês nunca foi registado na Ria de Alvor, mas um olhar mais atento aos grupos de Grifos que sobrevoam a zona, poderia resultar no primeiro avistamento da espécie.

Uma outra espécie Africana, mas muito mais rara é o Grifo-africano (Gyps africanus). A primeira observação foi no Cabo de São Vicente em Outubro de 2006, mas houve dúvidas sobre a origem dessa ave (selvagem ou de cativeiro). Havia três registos aceites de imaturos à volta do estreito de Gibraltar em 2013. Uma outra ave foi vista num comedouro perto de Barrancos (Portugal) em Agosto de 2014 e um outro perto de Trujillo em Maio de 2017.

A última espécie diminuiu muito na Península Ibérica e está de volta graças a esforços de reintrodução: o Quebra-ossos (Gypaetus barbatus). Em Portugal, o único registo de aves selvagens foi em 1888 quando o rei D. Carlos matou duas aves no vale do Guadiana. Como outras espécies de abutres, os juvenis podem voar longe e em 2020, havia 12 registos em Portugal de aves libertadas em Espanha (a última foi no norte de Portugal em Julho de 2020). Muitos deles não foram observados, sabemos das suas viagens graças aos emissores satélites que foram colocados nas costas. A primeira observação da espécie em Portugal e no Algarve foi uma ave fotografada em Maio de 2018 no Sotavento. Este indivíduo foi libertado na Andaluzia (onde a espécie desapareceu em 1980) em 2014. Uma semana mais tarde, uma outra ave foi fotografada perto de Mértola.

Antes da sua reintrodução, a população de Quebra-ossos estava concentrada nos Pirenéus onde havia cerca de 500 aves (105 casais reprodutores) em 2010. Esta espécie diminuiu, devido principalmente à perseguição, veneno, colisão com linhas elétricas e caça ilegal. Sem reintrodução, a probabilidade de colonizar novas zonas é baixa, porque esta espécie costuma nidificar perto do local onde nasceu.

O aumento da população espanhola provocou um aumento do número de observações da espécie nos dois lados do estreito de Gibraltar e algumas aves provavelmente atravessam-no. Havia dois indivíduos no Jebel Moussa em Março de 1972 e um outro em Tânger em Dezembro de 1972.

É a única espécie de abutre que nunca foi observada na zona de Sagres.

Fotografias e texto de Guillaume Réthoré

Grifo-pedrês (Gyps rueppellii)
Grifo-africano (Gyps africanus)

Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)

Fotografia de Carole Stévenin

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