Boletim Informativo junho 2022

Já viu esta bonita ave preta-esverdeada? Ou esta bonita borboleta azul cor do céu?
O verão está aí! Desfrute do sol 🙂
Helen e Filipa
I
N
S
TANTÂNEO

Edward Paul Abbey

Escritor e ativista ambiental Americano
Nascimento: 28 de janeiro, 1927, EUA
Falecimento: 14 de março, 1989, EUA
Edward Paul Abbey nasceu na Pensilvânia, EUA, no dia 29 de janeiro de 1927; concluiu a escola secundária no Indiana, antes de fazer 18 anos. Depois disso viajou na costa sudoeste a pé ou à boleia e durante este período descobriu e apaixonou-se pelo “Oeste”. Frequentou o serviço militar durante dois anos, mas teve problemas com a autoridade e foi “honrosamente dispensado”. Em 1951 completou o Bacharelato em Filosofia e Inglês, pela Universidade do Novo México e mais tarde em 1956 completou o Mestrado em Filosofia.
Trabalhou durante 15 anos como guarda-florestal em vários Parques Nacionais, na manutenção de trilhos e no acolhimento de visitantes, durante este período recolheu um grande volume de notas e rascunhos, que serviu de base para escrever o seu primeiro livro de não-ficção “Deserto Solitário (Desert Solitaire), em 1968 (acerca da beleza do Sudoeste Americano), que, mais tarde se tornou num clássico. O seu livro seguinte, “The Monkey Wrench Gang” (O Gang dos Sabotadores), em 1975, causou alguma controvérsia e serviu de lançamento para um novo ramo do movimento ambiental (sabotagem, não violência, como meio de protesto). Escreveu muitos livros de ficção, de não-ficção e documentários, alguns foram adaptados ao cinema.
Os escritos de Edward Paul Abbey baseiam-se em questões ambientais e são citados como fonte de inspiração pelos ambientalistas e outros grupos defensores da natureza, contudo as suas ideias foram controversas, tinha convicções anarquistas e culpava os governos e as indústrias como destruidores da natureza.
OVI’s – Objetos Voadores Identificados…

Azul-celeste
(Celastrina argiolus, Linnaeus, 1758)
Fotografia de Filipa Bragança

Morfologia: É uma pequena borboleta da Família Lycaenidae, com envergadura entre 24 e 30 mm. A parte superior das asas é azul-celeste (como o seu nome), com uma orla marginal escura nas asas posteriores; a parte inferior é azul muito claro com pontos pretos pouco marcados, fímbrias (pequenos pelos) claras nas asas posteriores e axadrezadas nas asas anteriores. As fêmeas possuem nas asas uma banda marginal preta. Duas ou três gerações anuais; os adultos voam de janeiro a outubro (dependendo da localização).
Habitat: Grande variedade de habitats, matos, orlas de bosques, galerias ripícolas, clareiras e jardins. O adulto tem preferência por sebes de silvas junto a cursos de água.
Distribuição: Distribuição Holárctica (Hemisfério Norte), Europa (apenas ausente do estremo norte), Norte de África, partes da Ásia e América do Norte.
Notas: A lagarta alimenta-se de várias flores e frutos, como a Hera (Hedera helix), Genista sp, Arctium sp e Azevinho (Ilex aquifolium); possui um líquido açucarado e nutritivo que atrai as formigas e faz com que estas a protejam.
Piu… Piu…


Íbis-preta
(Plegadis falcinellus, Linnaeus, 1758)

Fotografias de Guillaume Réthoré
Identificação: É uma ave de tamanho médio da Família Threskiornithidae, com envergadura entre 88 e 105 cm e 55 a 65 cm de comprimento. A plumagem é totalmente castanha escura (quase preta), por vezes é possível ver reflexos esverdeados nas asas (dependendo da luz); as patas são longas e escuras e o bico é comprido e curvado para baixo. Os juvenis são acastanhados.
Habitat e Ecologia: Tem preferência por pântanos nas orlas de lagos e rios, mas também pode ser encontrado em lagoas, zonas alagadas, prados húmidos, pântanos, águas residuais, arrozais e áreas cultivadas irrigadas. Nidifica em colónias, no topo de árvores, normalmente perto de água. A dieta varia sazonalmente, de acordo com a disponibilidade: insetos larvares, vermes, crustáceos e ocasionalmente peixes, batráquios e pequenos lagartos.
Distribuição: Encontra-se um pouco por todo o mundo, Europa, África Central e do Sul, Ásia, Austrália e América Central. Esta espécie é migradora e inverna a sul do Saara (as populações da Europa). Em Portugal está presente durante o ano todo, mas não nidifica.
Estado de Conservação: Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Esta espécie, até 2003 era pouco observada em Portugal, durante os últimos anos os registos têm vindo a aumentar. Hoje em dia é comum observar grandes grupos no sul de Portugal. Foram registadas algumas tentativas de nidificação a sul do Tejo.
SABIA QUE?
Entre 22 e 29 de março, A Rocha recebeu um grupo de uma Igreja Americana. Esta Igreja tem vindo a apoiar financeiramente o Jasper e a Tayler (os diretores do Centro) no seu trabalho. Durante esta semana, conheceram e participaram no trabalho d’ A Rocha Portugal nas suas diferentes vertentes, como a ciência, a educação ambiental e a comunidade.

Pintarroxo
- Maio foi o mês dos juvenis na nossa estação de anilhagem. Capturamos alguns juvenis de espécies diferentes: Melro (Turdus merula), Poupa (Upupa epops), Toutinegra-dos-valados (Sylvia melanocephala). Pintarroxo (Linaria cannabina), Pintassilgo (Carduelis carduelis), Chapim-real (Parus major), Estorninho-preto (Sturnus unicolor) e Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica).
- No dia 11 de maio estava um sol magnífico na Cruzinha para o nosso evento para Amigos “Um modo engenhoso de reciclar”. Elisabete Freitas disponibilizou todos os materiais necessários para criarmos corações e flores de papel. O seu talento fez com que tudo parecesse tão fácil (o que nem sempre aconteceu) e a sua paciência permitiu que todos os participantes conseguissem criar pelo menos um objeto sozinhos. Agradecemos ao trabalho da Elisabete por nos ter proporcionado uma manhã magnífica e também à Violinda pelo delicioso almoço. Esteja atento para um evento semelhante no final do ano, “Anjos, estrelas e mais para o Natal” ⭐


ESPÉCIES INVASORAS
Pinheirinha-de-água (Myriophyllum aquaticum, (Vell.) Verdc.)
Clado: Angiospérmicas
Ordem: Saxifragales
Família: Haloragaceae
Origem: América do Sul (Rio Amazonas)
Tamanho: até cerca de 2 metros de altura
A Pinheirinha-de-água é uma planta perene aquática, que pode crescer até aos 2 metros de altura e ser lenhosa na base. As folhas estão dispostas ao longo do caule como penas (em Inglês o nome comum é Penas-de-papagaio), 4 a 6 oblongo-lanceoladas e pectinadas (em forma de pente). As flores são unissexuais (machos e fêmeas em plantas diferentes), pequenas, amareladas a rosa claro e crescem nas axilas das folhas emergentes superiores. Floresce de maio a outubro.
Esta espécie pode ser encontrada em zonas com águas pouco profundas, como cursos de água doce, charcas, lagoas, valas e outras águas paradas. Prefere zonas quentes em alternativa às tropicais; é nativa da América do Sul (Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Sul do Brasil). Hoje em dia pode ser encontrada em todos os continentes, à exceção da Antártica. Em 1906, foi registada pela primeira vez nos EUA (Flórida) e em 1919 na África do Sul. A sua introdução foi acidental por via humana (comércio de plantas aquáticas para os aquários). Uma vez estabelecida espalha-se pela corrente abaixo na forma vegetativa ou semente; alguns fragmentos são também facilmente transportados agarrados aos navios ou barcos.
A Pinheirinha-de-água é considerada uma espécie invasora em muitos países, é um problema em particular para as pequenas massas de água, irrigação, canais e pequenos cursos, impede o fluxo de água e causa vários problemas ambientais como a desoxigenação da água.
REBENTO…U

Família: Linaceae
Identificação: É uma planta anual herbácea, que pode crescer entre 10 a 50 cm de altura. O caule é ereto, ramificado e glabro; as folhas são pequenas, lineares, lanceoladas com margem inteira e de cor verde. As flores são pequenas de um amarelo vivo, o fruto é uma pequena cápsula ovoide. Floresce de abril a julho.
Habitat e Distribuição: Prados, áreas cultivadas, pousios e pastagens; tem preferência por zonas rochosas e secas. Nativa do Norte de África, Sul da Europa e Oeste da Ásia.
Notas: Esta espécie foi naturalizada em algumas partes do mundo, como os EUA, Austrália e Nova Zelândia. Na Austrália é considerada uma erva daninha.
Linho-bravo (Linum trigynum subsp tenue, L.)

Fotografia de Filipa Bragança
DATAS A NÃO ESQUECER

1 de junho – Dia da Criança
2, 9, 16, 23 e 30 de junho – Dia aberto (Anilhagem de Aves e Monitorização de borboletas noturnas das 10 às 12h) Reserve aqui
5 de junho – Dia Mundial do Ambiente
10 de junho – Dia de Portugal (Feriado nacional)
13 de junho – Dia de Santo António (Feriado Municipal em Lisboa)
16 de junho – Corpo de Deus (Feriado nacional)
21 de junho – Solstício de verão
24 de junho – Dia de São Pedro
29 de junho – Dia de São João (Feriado Municipal no Porto)
Obrigada por patrocinar os Amigos d’ A Rocha Portugal

Fisioterapia, massagens
(Relaxamento, Desportiva, Terapêutica)
Terapias complementares
Estética (Manicure, Pedicure, Epilação, Tratamentos faciais)
Aberto de segunda a sexta

Dr Roy Rodrigues
Av. Do Brasil, Qta das Palmeiras, Lt P2, R/c A, 8500-299 Portimão
(+351) 282180683
royaldente@gmail.com

Urbanização Mar e Serra n° 47, Alvor
8500 – 783 Portimão
(+351) 911597735
Pensamento do mês
“Uma das primeiras condições da felicidade é que o elo entre o homem e a natureza não seja perdido”. – Liev Tolstói, Escritor Russo, 1828- 1910

VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES
A desflorestação, em certo modo está associada à produção de papel, mas será isto verdade?
- O papel e os produtos em madeira correspondem a cerca de 10% de toda a desflorestação, os outros 90% correspondem à produção de gado e plantações de soja e óleo de palma.
- Em 2017, 123.6 milhões de hectares de terra foram usados para produzir 352.6 milhões de toneladas de grãos de soja. Os maiores produtores são os EUA, Brasil e Argentina. No Brasil, estima-se que cerca de 29% da desflorestação está ligada à produção de soja. 75% da produção de soja é utilizada para alimentação de gado, galinhas, porcos e peixe. A maior parte da desflorestação está associada à produção de carne. Na realidade, se fosse utilizada toda a área agrícola disponível no mundo para produzir alimentos vegetais para humanos, seria possível alimentar biliões de pessoas sem desflorestação!
Mais de 420 milhões de hectares de florestas foram perdidos desde 1990
- 2 400 árvores são cortadas a cada minuto que passa
- 25.8 milhões de hectares de floresta foram perdidos em 2020, mais do dobro do que em 2001
- A desflorestação da floresta tropical contribui com cerca de 20% das emissões globais de gases com efeito de estufa
VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES – VAMOS SER VERDES
Gaivota-de-patas-amarelas (Larus michaellis) Censos – Resultados
Em 2021, A Rocha participou no Censo Nacional de Gaivota-de-patas-amarelas (Larus michaellis), organizado pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e Florestas) com o objetivo de estimar o número de casais nidificantes e a sua área de distribuição.
Durante o mês de maio, foram registados 7344 ninhos confirmados, 321 prováveis e 292 possíveis; de acordo com estes resultados foi possível estimar entre 7350 a 8000 casais nidificantes em Portugal (Portugal Continental, Açores e Madeira).
Em Faro (distrito) foram estimados entre 910 a 927 casais nidificantes. A área de Portimão e Lagos é uma das 4 áreas com maior abundância de casais em Portugal
Leia o relatório completo aqui
Alterações climáticas- polinizadores
O clima pode ser definido como os fenómenos meteorológicos médios a longo-prazo. Os cientistas têm vindo a estudar os padrões climáticos há muito tempo e têm observado alterações drásticas no clima da terra – alterações climáticas. O clima durante as estações do ano tem apresentado fenómenos mais extremos em comparação com o passado. Em algumas regiões os verões são agora mais quentes e secos e noutras os invernos são mais longos e com mais tempestades; em geral o clima tem-se caracterizado por um aquecimento global generalizado. Alguns grupos mais frágeis, como os polinizadores estão a ter dificuldades em adaptar-se e sobreviver.
Um estudo global recente das Nações Unidas revelou que mais de 40% das espécies de polinizadores estão em risco de extinção. Em algumas áreas protegidas da Alemanha, estudos revelam um decréscimo de 76% da biomassa de insetos voadores entre 1989 e 2016. No Oeste do Mediterrâneo, 70 % das espécies de borboletas sofreram um declíneo entre 1994 e 2014. Para uma polinização de qualidade e resiliente é necessário uma grande variedade de espécies; os polinizadores e as plantas que polinizam formam uma rede complexa de relações que dão origem a plantas mais saudáveis e resistentes às alterações e por outro lado ajudam a manter os ecossistemas interligados.
As abelhas são polinizadores muito importantes (o principal polinizador de cerca de 73% de todas as culturas do mundo), a sua temperatura corporal está dependente da temperatura ambiente e isto determina a sua atividade; deste modo, o aquecimento global pode afetar a atividade das abelhas, o seu comportamento e distribuição. Indiretamente, as alterações climáticas podem também afetar os recursos florais das abelhas e os seus inimigos naturais.
Campeões da Sustentabilidade
Campeões da sustentabilidade à volta do Mundo– à procura de maneiras de travar a poluição e a gestão de resíduos.
Gostaríamos de agradecer ao Daniel Hartz, o fundador dos “Campeões da Sustentabilidade” por nos permitir a partilha desta informação.
Robert Holcolm MD, Ph.D. é neurologista e um inventor extremamente produtivo, com centenas de patentes numa grande variedade de disciplinas. Como médico, a verdadeira paixão de Robert é “limpar” o nosso mundo para os seus pacientes e todos os seres vivos. Há 15 anos, a urgência das alterações climáticas levou Robert a desistir da medicina e a dedicar-se a tempo inteiro à construção de um gerador que produz eletricidade 100% limpa, sustentável e a preços acessíveis.
Através de uma pesquisa rigorosa, numerosos protótipos e múltiplas patentes, Robert revisitou o tradicional gerador para inventar um dispositivo, que o mundo considerava impossível. Um gerador energético que não utiliza combustível, sem partes móveis, com zero emissões e silencioso. O Holcom Energy System (HES) pode ser utilizado para qualquer aplicação energética onde esta seja necessária.
Qual é a fonte energética do HES? A resposta é simples. O HES funciona com a energia produzida pelo material do qual é construído – aço elétrico. O HES transforma a rotação do eletrão no átomo de ferro – o ingrediente primário do aço elétrico – em energia utilizável. Isto significa que já não necessitamos de minar ou perfurar, para desfrutarmos do mundo moderno.
O HES está atualmente a alimentar um centro de desenvolvimento de 3658 m2 e dois edifícios comerciais, reduzindo contas de energia e pegadas de carbono.
Escalável em todos os lugares em que a eletricidade é necessária – desde eletrónicos de consumo, transporte, residências, prédios comerciais e até mesmo ao longo da rede elétrica – o HES torna obsoletas baterias, canos de descarga e estações de carregamento. Potência infinita, onde precisar.
O Holcomb Energy System está pronto para comercialização e as possibilidades são ilimitadas. O último motor de combustão vai ser colocado num museu, vamos restaurar as calotas polares e produzir eletricidade limpa e acessível para todos. Espera-nos um futuro melhor.

“Papagaio-afugentador” da SPEA vence Prémio Europeu Natura 2000
A SPEA sagrou-se vencedora do Prémio Europeu Natura 2000, na categoria de Conservação Marinha, com o MedAves Pesca, que trabalhou de perto com pescadores para proteger as aves marinhas. Neste projeto, conservacionistas e pescadores descobriram que uma espécie de papagaio de papel, a que chamam “papagaio-afugentador”, é eficaz a manter as aves afastadas das redes, linhas e embarcações de pesca, evitando assim a captura acidental de aves marinhas – uma das maiores ameaças a este que é o grupo de aves mais ameaçado do mundo.
Agora, a SPEA quer levar esta e outras soluções a cada vez mais pescadores, por todo o país e mais além; e promete novidades em breve.
Mais informação aqui

Consulte o website com as datas dos passeios organizados
Guillaume Réthoré (Gui) – A minha vida com as aves: Bufo-mourisco (Bufo ascalaphus)
No passado mês de março, participei numa viagem organizada de observação de aves a Marrocos, com uns amigos. Chamamos-lhe a Operação Ascalaphe (Operação Faraó Bufo-mourisco). O objetivo principal desta viagem era observar o grande Bufo (o primo do Bufo-real Europeu). Tínhamos alguma informação de uma ave observada num pequeno monte ao pé da estrada. Almoçamos ao pé do monte, com os olhos nos buracos, na esperança de observamos a ave. Eu fiquei com o buraco que parecia menos interessante. Passado algum tempo, olhamos para um buraco e lá estava ele! Chamei outros dois amigos que estavam um pouco afastados e eles também estavam a observar a ave, encontrámo-la ao mesmo tempo! Passados poucos minutos toda a equipa estava a observar este Bufo raro e difícil de encontrar. A missão foi bem sucedida, podíamos regressar ao restaurante e desfrutar de um belo tajine!
Texto e fotografia de Guillaume Réthoré
Edição: Filipa Bragança
Revisão Inglês: Helen Rodda
Revisão Português: Lena Soares
Controle de produção: Helen Rodda
Email: friends.arpt@arocha.org
Obrigado por nos apoiar!
Esperemos vê-lo em breve!
